O autor, de seu nome Jéjé, começou por consagrar a sua mais recente Obra a quem lhe abriu os olhos para as vicissitudes que puseram o piano a cantar como ninguém.
Agradeceu particularmente a um personagem que abandonava sem aviso o seu papel, sempre que o autor precisava dele, ou seja, amiúde.
Foi profundo no abraço a um termo que se metamorfoseou de uma língua para outra, mudando de forma, mas conservando a sua identidade essencial.
Citou uma amiga, cuja perspicácia para pormenores sobre o estilo de vida contemporânea portuguesa é inultrapassável e cuja ajuda, uma vez mais, foi incalculável.
Não deixou passar em claro o momento sublime para a inspiração: A tarde que passou a snifar algo leve como o cavalo do Willie Nelson.
E beijou um “counselor” que o amparou nas horas mais negras do romance.
Jéjé expressou a sua enorme gratidão às coisas que estão por trás das coisas do seu livro.
E abraçou a Alexandra, cujo amor, e as noites em que o devorava sexualmente, fizeram com que tudo isto valesse a pena.
E pediu desculpa à Alexandra por já não lhe apetecer levá-la a dançar.
Pois era assim que terminava o seu Pinga-Dores, uma Obra onde, por muito infames que sejam, os canalhas nunca são tão infames como as boas pessoas.
Então, no términus da sua alocução dirigiu o seu último agradecimento ao filho da puta que há dento dele:
-Pelas divertidas e instrutivas malfeitorias ao virar de cada página.