O assunto só é um assunto quando em assunto o transformam. Porque, se não lhe for atribuída importância alguma, o assunto que não se quer que o seja, nunca o chegará a ser.
O que acontece, é haverem diversas tipologias e, ou, perspetivas de análise sobre os assuntos para o mesmo assunto. Para uns quantos, aqueles para quem o assunto não é interessante, mas que lhe dão “corda” para lhe dar um outro prisma de assunto e assim se tornar em assunto na forma mais conveniente. E outros, a quem o assunto se circunscreve ao que de facto interessa por estarem em causa outros assuntos que envolvem interesses de maior monta para a singularidade e por via desta para o coletivo.
Os restantes, ou sobrantes, que não tem assunto nem querem ter nada a ver com assunto algum que não seja o comodismo resultado do laxismo quotidiano com que olham em redor desde que, o assunto, não lhes estale o verniz com que empoeiram a pose e, uma certa forma de estar, um… faz de conta, na vida.
Há, no entanto, na base de um qualquer assunto algumas condicionantes primárias a ter em conta:
- a sua volumetria;
- os interesses que serve;
- as fontes;
- os impactos;
Ou seja;
No quadro dos condicionalismos indicados e os inerentes de relevo social, os interessados em criar um assunto, que não é assunto nenhum, conseguem propósitos nunca antes conseguidos até porque, as ferramentas hoje disponíveis para o efeito são incomensuravelmente diferentes.
Mesmo tendo em conta que esta secular conduta de manipulação da vontade tem conseguido incutir ao nível do inconsciente e posterior tratamento da informação para o consciente já na sua fase de concretizar essa vontade incutida. Seja por instinto; intuição; ou manipulação.
Conhecemos algumas das formas usadas geradoras do impulso da vontade. Uma famosa marca de refrigerantes incluía na montagem e posterior divulgação de anúncios publicitários em salas de espetáculos e outros, diversos fragmentos da sua imagem de marca, imperceptíveis à vista, com um sucesso estrondoso gerando no assistente vontade em consumir. Quiçá, uma das maiores evidências do impacto mediático com sucesso promocional.
Também foi feita experiência semelhante com o mesmo índice de sucesso em campanhas políticas, em que foram introduzidas imagens fragmentadas diabolizando o candidato que se queria que perdesse a eleição e o endeusar o candidato que se queria vencedor, resultado também ele bastante positivo ao ponto de a matriz ainda hoje ser aplicada na generalidade das campanhas eleitorais conduzidas por empresas especializadas.
Perante estes fenómenos identificados em sociedades abertas, as ditaduras engendraram uma outra forma de manipulação da mente: a de que uma mentira repetida até à exaustão acaba sendo a verdade socialmente aceite.
Ou seja;
Por mais assustadora forma de manipulação da mente que se use, desde que surta o efeito pretendido, vale tudo. Importa por isso ajuizar os assuntos pela raiz de forma a que não deixem mácula nas suas sombras. Assim como importa limpar toda a maquiagem com que se enfeitam os atores dos assuntos sob pena de se transformarem em meros espantalhos num campo sem qualquer sementeira!
E assim, um assunto sem assunto algum se transforma no assunto do dia; do mês; do ano; ou de todo o tempo.
… Com, ou, sem assunto.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90