
O POVO NA ARTE
A luta de classes vista do inicio do fecundo século XX. Movimento reivindicativo de um proletariado exangue, mas determinado até à sua emancipação.
Tons escuros acastanhados e esverdeados do operariado em marcha, donde sobressai o trio da frente que envolve a coragem imorredoira de uma mulher (das mulheres) “armada” com o seu pequeno filho.
Só as duas mulheres, o jovem do lado direito e o petiz ainda mais à direita se encontram descalços. Mais uma descriminação ao tempo, agora de carácter misógino (?).
Nota da Edição:
Giuseppe Pelizza da Volpedo (1868-1907)
Giuseppe Pellizza nasce em Volpedo, numa família de camponeses.
Em 1884 inscreve-se na Academia de Brera em Milão e em 1887 na Academia de Belas Artes de Roma.
Em 1890 regressa definitivamente a Volpedo. Passa a acrescentar ao seu nome da Volpedo, (como fez o portuense Silva Porto).
A partir de Volpedo, corresponde-se com alguns artistas contemporâneos e viaja por Itália e pelo estrangeiro, para participar em exposições, e noutros eventos relacionados com a sua pintura.
A data escolhida por Pellizza, ligado ao movimento socialista, para escrever as reflexões sobre as primeiras abordagens ao quadro que pretende fazer não é por acaso. O 1º de Maio estava já consagrado como o “Dia dos Trabalhadores”.
É um quadro que exalta a força e a maturidade das atitudes dignas, seguras e destemidas da classe trabalhadora. É um quadro sem detalhes que poderiam despistar a atenção e a concentração num único objectivo: tecer um hino à marcha da classe trabalhadora.
O primeiro nome dado a este quadro foi “O Caminho dos Trabalhadores”. As figuras do quadro saem de um fundo fortemente escuro e avançam rumo a uma luminosidade resplandecente. É o futuro que o autor vislumbrava para a classe trabalhadora.
Fonte: NPC
[…] Source: ‘O Quarto Estado’ – Jornal Tornado […]