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Quarta-feira, Abril 24, 2024

Rei de Marrocos, persona non grata no Sahara

Isabel Lourenço
Isabel Lourenço
Observadora Internacional e colaboradora de porunsaharalibre.org

Mohamed VI, rei de Marrocos, declarado persona non grata nos territórios ocupados do Sahara Ocidental.

A visita do Rei Mohamed VI prevista para a próxima semana a El Aaiun, capital do Sahara Ocidental ocupado, está a ser precedida por fortes medidas de repressão por parte do Reino de Marrocos, ocupante ilegal deste território desde 1975.

A cidade de El Aaiun viveu na noite desta terça-feira, 4 de Abril fortes confrontos entre a população dos bairros da população saharaui e forças da polícia, gendarmeria e forças auxiliares. Segundo o vice-presidente de CODAPSO:

El Aaiun está asfixiada há cerca de 15 dias por milhares de policias e forças do exército marroquino. Foram deslocados milhares de soldados e policias para todas as saídas e entradas de El Aaiun e para o distrito Edchera, onde chega à cidade a correia transportadora de fosfatos. À cidade de El Aaiun chegaram milhares de colonos marroquinos e polícia à paisana”

 

Hmad Hammad, vice-presidente da CODAPSO, disse que todas estas manobras do regime marroquino são para cobrir a visita do Rei de Marrocos à cidade do Sahara Ocupado, agendada para a próxima semana.

Segundo Hmad Hammad, todos os saharauis rejeitaram a visita do monarca e declararam que o consideram indesejado e malquisto no território saharaui ocupado. A mobilidade na cidade foi reduzida e cada saharaui tem 20 policiais atrás dele, uma situação da qual é exemplo a família do ex-preso político e presidente da “Associação Saharaui de Inválidos” Sidahmed Alouat. A sua casa foi invadida por unidades de polícia sem autorização judicial. O irmão de Alouat, Sidi Brahim, assim como a sua mãe e irmã foram torturados. E Sidi Brahim teve que ser levado para o Hospital em estado muito grave.

Sidi Brahim Alouat chegou ao hospital nu uma vez que os agentes da policia lhe retiraram as roupas e o espancaram brutalmente na sua casa, tendo o seu corpo marcas visíveis de golpes e feridas profundas de tortura. Sidi Brahim, não deixou que os médicos o tratassem até que fosse visto por juízes e pelo responsável pela segurança da administração de ocupação para determinar a gravidade da sua tortura e o risco de vida em que se encontra.

A situação levou o bairro saharaui de El Inash a levantar-se contra esta agressão. A população saiu à rua agitando bandeiras da República Saharaui e a gritar palavras de ordem contra o regime e contra a visita do rei marroquino à cidade exigindo a retirada das tropas marroquinas e gritando: Rei de Marrocos não é bem-vindo! Marrocos fora do Sahara ocupado!

A administração marroquina de ocupação perante os protestos neste bairro mobilizou unidades do exército com tanques blindados de combate e confrontaram os saharauis numa batalha de perseguição nas ruas até às 03h da manhã.

Este cenário acontece sob o olhar passivo da MINURSO (Missão das Nações Unidas) que desde 1991 e após o acordo de cessa-fogo se encontra no terriório para a realização do referendo de autodeterminação que segue por se concretizar devido à obstaculização sistemática de Marrocos que sabe que o desfecho não lhe será favorável.

A MINURSO não tem incluída no seu mandato a protecção da população saharaui e há mais de duas décadas e meia assiste sem intervir a torturas, violações e um genocídio lento da população saharaui que vive em regime de apartheid.

Publicado por ‎مريم البورحيمي‎ em Sábado, 8 de Abril de 2017

Publicado por ‎مريم البورحيمي‎ em Sábado, 8 de Abril de 2017

Publicado por ‎مريم البورحيمي‎ em Sábado, 8 de Abril de 2017

Publicado por ‎مريم البورحيمي‎ em Sábado, 8 de Abril de 2017

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