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HomeDossiêCadernosA Liberdade passou por aquiVirgínia Moura

Virgínia Moura

1915 – 1998

Figura ímpar da Oposição Democrática à ditadura fascista, Virgínia Moura foi uma cidadã que, ao seu percurso de lutadora activa, corajosa e abnegada, juntava a cultura, os afectos e a modernidade, o que a tornava uma mulher diferente e cativante.

  • 8 Março, 2017
  • Helena Pato
  • Posted in A Liberdade passou por aqui
  • 16

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Foi presa por quinze vezes, nove vezes processada, três vezes condenada, agredida inúmeras vezes pela PIDE durante actos públicos de afirmação democrática.

Biografia

Nasceu a 19 de Julho de 1915, em S. Martinho do Conde (Guimarães), filha de uma professora primária que enfrentara situações de injustiça e intolerância, inclusive da parte da própria família, pelo facto de ter sido mãe sem ser casada – estigma que condicionou a vida de Virgínia e a ajudou a forjar o seu carácter precocemente revolucionário.

Apesar de ter sido rejeitada pelo pai e avós, teve uma infância feliz em S. Martinho do Conde.

“ Vivi ali uma infância feliz e alegre…Os habitantes dessa terra foram a minha primeira família. A verdadeira aceitou mal o meu nascimento e tanto o meu avô como os meus tios mais velhos cortaram relações com a minha mãe, durante dez anos”
Virgínia Moura, 1996

Com dez anos prepara-se para entrar no liceu. A guerra acabara há pouco tempo, as consequências ainda se sentiam e as dificuldades económicas eram enormes. Para ir para o Liceu VM teve de obter notas suficientemente elevadas para poder beneficiar de uma bolsa de estudo. Nos anos 20 a família transfere-se para Vila de Conde e tudo passou a ser mais difícil. A mãe quase não saía de casa a não ser para dar aulas, e Virgínia Moura era rejeitada pelas colegas.

“A nossa vida não foi fácil. Lembro-me de ouvir colegas do Liceu dizerem, baixinho, que gostariam que eu fosse a casa delas, mas que tal não podia ser porque o meu pai não era casado com a minha mãe”
Virgínia Moura

Nessa altura, Virgínia e a mãe receberam a visita de um familiar que a marcou: simpatizava com o socialismo, lia muito e emprestava-lhe livros que falavam de um outro mundo diferente.

“Saber da existência de países onde uma mulher não seria tratada como a minha mãe foi e como eu era…”
Virgínia Moura

Com apenas 15 anos de idade participou numa greve estudantil, na Póvoa de Varzim, em protesto contra o assassinato pela polícia de um jovem estudante [chamado Branco].

Modificar a situação existente à sua volta

Eleições Presidencias de 1951
Virgínia Moura, Ruy Luís Gomes, Lobão Vital.

Nos anos 30 foi estudar para o Porto e no liceu feminino sentiu-se marginalizada, tanto por colegas como por alguns professores, chegando a pensar deixar de estudar. Foi então que conheceu António Lobão Vital, um jovem participante nas lutas académicas, que ambicionava, também ele, um mundo diferente. Virgínia Moura encontrara o companheiro da sua vida. Nessa altura não fazia ideia do que era um partido, apenas pressentia a possibilidade de fazer algo para modificar a situação existente à sua volta, as injustiças, a coação, o medo. Anos depois, Virgínia Moura e António Lobão Vital eram grandes obreiros de pequenas e grandes lutas pela liberdade, construtores de unidade antifascista, assumindo exemplarmente o confronto com o regime opressor de Salazar. Foram, manifestamente, dois dos mais destacados rostos legais do PCP, um partido então na clandestinidade. Constituíam uma referência, política e moral, para gerações de jovens, de trabalhadores e intelectuais.

Em 1933 Virgínia Moura ligou-se ao PCP, e logo nesse ano participou na organização da secção portuguesa

do Socorro Vermelho (Organização de Socorro aos Presos Políticos Portugueses e Espanhóis). Foi a primeira mulher portuguesa a obter o título de engenheira civil. Cursou ainda Matemáticas e frequentou a Faculdade de Letras de Coimbra. Vendo-lhe negado o acesso à Função Pública (a ficha policial já então a assinalava como opositora da ditadura fascista), durante muitos anos teve que ministrar explicações de matemática e recorrer à elaboração de cálculos técnicos para colegas engenheiros.

Virgínia Moura colaborou em jornais como “O Diabo”, de Lisboa; “O Pensamento”, do Porto; e “O Trabalho”, de Viseu. Assinava os seus escritos como “Maria Salema”– o pseudónimo com que procurou iludir a polícia política e os censores. Contribuiu para promover a criação da Revista “Sol Nascente” e organizou conferências com participação de figuras destacadas da Cultura, tais como Maria Lamas, Teixeira de Pascoaes e Maria Isabel Aboim Inglês.

A sua intensa e corajosa actividade política contra o regime fascista levou-a,

em 1949, à primeira prisão – o que, até ao 25 de Abril, viria a repetir-se 15 vezes. Nove vezes processada e três vezes condenada, agredida inúmeras vezes pela polícia política durante actos públicos de afirmação democrática, a vida de Virgínia Moura foi um confronto constante com o fascismo. Participou nos combates do MUD (Movimento de Unidade Democrática) e do Movimento Nacional Democrático; nas batalhas políticas em torno das “presidenciais” com as candidaturas de Norton de Matos, de Ruy Luís Gomes, de Humberto Delgado; nos congressos da Oposição Democrática de 1956, 1969 e 1973 e nas campanhas políticas levadas a cabo nas eleições para a Assembleia Nacional, em 1969 e 1973. Virgínia Moura estava em todas as pequenas ou grandes lutas contra a repressão, pela solidariedade com os presos políticos, pela melhoria das condições de vida do povo, pela igualdade e afirmação dos direitos das mulheres e da sua participação na vida política.

Na Revolução foi uma participante entusiástica.

Depois do 25 de Abril e nas novas condições de liberdade, continuou a luta em defesa e consolidação do regime democrático e pelas “transformações capazes de assegurar em Portugal um regime socialista”.


Homenagens

Condecoração de Virgínia Moura com a Ordem da Liberdade, pelo PR General Ramalho Eanes. Fotografia de Maria Salomé Vasconcelos, a quem agradecemos

Condecoração de Virgínia Moura com a Ordem da Liberdade, pelo PR General Ramalho Eanes. Fotografia de Maria Salomé Vasconcelos, a quem agradecemos

  • 1996 – Nas comemorações do seu 80º aniversário foi homenageada no Palácio de Cristal, no Porto, tendo nessa altura sido lançado pelas edições \”Avante!\” o livro Virgínia Moura, mulher de Abril – Álbum de Memórias
  • 1999 – Foi inaugurado um busto de Virgínia Moura, da autoria do escultor Manuel Dias, precisamente 50 anos após a sua primeira detenção pela PIDE. A escultura foi colocada em frente do edifício onde esteve sedeada aquela polícia e onde foi presa pela primeira vez.
  • 2008 – Na passagem do 10º aniversário sobre a sua morte foi organizada uma exposição evocativa de Virgínia Moura no Centro Cultural de Rio Tinto, patente entre 28 de Junho e 12 de Julho
  • Em Guimarães existem com o seu nome: o Agrupamento de Escolas Virgínia Moura, a Escola Básica Virgínia Moura e a Rua Engenheira Virgínia Moura.
  • Virgínia Moura foi agraciada com a Ordem da Liberdade pelo PR General Ramalho Eanes e, ainda, com a Medalha de Honra da Câmara Municipal do Porto durante a presidência de Fernando Cabral.
  • Em 2015, no centenário do seu nascimento, o PCP prestou-lhe homenagem com diversas iniciativas partidárias.

gallery
Virginia Moura

Biografia da autoria de Helena Pato, a partir de:

  • SIGARRA Organizacional
  • «MOURA, Virgínia. Edições Avante, Lisboa-1996»

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