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Quinta-feira, Abril 25, 2024

PSD pondera expulsão de Pacheco Pereira e Paulo Vieira da Silva

Pacheco Pereira_ Paulo Vieira da SilvaOs militantes do PSD José Pacheco Pereira e Paulo Vieira da Silva arriscam a expulsão do partido por atacarem publicamente a coligação PàF durante a campanha. O Jornal Tornado sabe que no PSD já se pondera avançar com os respectivos processos disciplinares. No caso de Pacheco a gota d’água foi o facto de o comentador assumir que não votaria no PSD. Já Paulo Vieira da Silva, militante e ex-dirigente da distrital do PSD-Porto, além de criticar os social-democratas no blog Aventar, foi quem denunciou à justiça Marco António Costa, vice-presidente de Passos Coelho, por alegados crimes de corrupção e tráfico de influências.

“Não há-de ser por mim, como aliás por muitos social-democratas que ainda sabem o que designa essa classificação política, que o PàF vai ganhar”, foi a afirmação escrita por Pacheco Pereira no blog Abrupto que gerou uma onda de indignação entre os dirigentes social-democratas e que já vinha de longe. Ainda o comentador do programa “Quadratura do Círculo”, na SIC Notícias, era deputado e já Passos Coelho se sentia incomodado: “Pacheco Pereira é a única personalidade que sendo deputado faz campanha semanal contra o PSD”, disse Passos ao Expresso em 2011.

Mas Pacheco Pereira continuou a dizer o que pensava, sobretudo no espaço da SIC Notícias, que partilha com Jorge Coelho, do PS, e Lobo Xavier, do CDS. Em várias intervenções ficou também claro que Pacheco não votaria na coligação do PSD. E em diversas ocasiões foi corrosivo: “Passos Coelho mente com muita assertividade. É por isso que eu acho que a melhor receita paras as pessoas perceberam a personagem é verem os debates, não pelas promessas mas pelo tipo de argumentação que é igual ao de hoje”, afirmou Pacheco na Quadratura do Circulo em tempo de campanha eleitoral, a 18 de Setembro de 2015. Já em Julho passado opinou sobre as privatizações da EDP e REN: “Foram contra o interesse nacional. Num país sério, o Governo demitia-se”, disse.

Várias vezes foi questionado sobre a hipótese da expulsão e num desses momentos televisivos de grande audiência respondeu assim: “Quase todas as pessoas do escândalo do BPN são do PSD e não perderam a militância”.

Sobre o que escreveu quando fez uma espécie de declaração de voto contra o PSD resume-se na prosa que foi replicada na blogosfera. “Os prejuízos enormes a montante e a jusante de muitas das decisões negligentes, impreparadas, imponderadas deste governo, para servir interesses e amigos, por ideologia, ou pior ainda, não podem ser justificadas pelas situações de facto que foram criadas. Algumas foram travadas pelo Tribunal Constitucional ou por outros Tribunais, outras porque o protesto teve força, outras porque estavam tão mal feitas que não passaram do papel. Mas, para mal de Portugal e dos portugueses passaram coisas demais”.

Militante que acusou Marco António de tráfico de influências

Embora tenha declarado a apoio público a Passos Coelho e participado em acções de campanha eleitoral no Marco de Canaveses, Paulo Vieira da Silva também é um alvo a abater.

O ex-dirigente do PSD-Porto escreve regularmente no blog Aventar e não tem poupado críticas às políticas da coligação. Mas Paulo Silva foi o homem que denunciou publicamente e depois na justiça que Marco António Costa é um “alpinista político” a gerir uma rede de influências que terá começado quando era autarca em Valongo até ser número dois na câmara de Gaia, liderada à época por Luís Filipe Menezes. Segundo o ex-dirigente do PSD denunciou, Marco António Costa “colonizou a Câmara e as empresas municipais com amigos e boys para alimentar alguns e para pagar favores a outros. Tornou-se mesmo um “Dono Disto Tudo” em Gaia. Paulo Vieira da Silva enviou uma carta à PGR com alegadas provas e onde afirma que “o vice-presidente do PSD “não olha a meios para atingir os seus fins”.

A Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito à denúncia sobre alegados crimes de corrupção de Marco António Costa. O inquérito está a decorrer no Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto.

Durante a campanha eleitoral, o vice de Passos afastou-se dos holofotes. Circulava dentro de um carro com vidros fumados de onde comandava muitas das acções de campanha. Nem no distrito do Porto, onde é o segundo elemento da lista do PSD, Marco António esteve muito visível nas arruadas, ao contrário do que sempre aconteceu em eleições anteriores. Em locais fechados, o porta-voz do PSD manteve-se entre os apoiantes e sem grande protagonismo.

Marco António Costa só reapareceu no palco mediático na noite eleitoral. O também porta-voz do PSD foi o primeiro dirigente do partido a reclamar a vitória da coligação PàF.

Sobre a possível expulsão, o Tornado tentou uma reacção do militante que recusou, dizendo não ter conhecimento da questão.

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