Com uma taxa de participação de 32,2%, pouco mais de dois pontos acima do limite mínimo para que o referendo fosse considerado válido, 61,1% dos eleitores rejeitaram tal acordo, contra 38,1% de votos favoráveis.
A BBC revela que um funcionário do ministério dos Negócios Estrangeiros em Kiev, capital ucraniana, confessou que o resultado foi uma desilusão, acrescentando que os euro-cépticos holandeses não podem fazer da Ucrânia refém para manifestarem insatisfação com a União Europeia. Por sua vez, Mark Rutte, primeiro-ministro holandês, admitiu, embora o voto não seja vinculativo, ter de rever o acordo entre os dois países.
Este referendo tem sido interpretado na Holanda como um teste à opinião pública sobre a União Europeia. Foi convocado depois de uma petição via internet, despoletada por euro-cépticos, que recolheu mais de 400 mil assinaturas. A rejeição do acordo com a Ucrânia cria sérios problemas ao executivo holandês (de salientar que a Holanda ocupa a presidência interina da UE até o final de Junho), dado que em 2015 o parlamento do país o tinha aprovado e todos os restantes Estados-membros já o tinham ratificado.
Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade (extrema-direita holandesa, anti-União Europeia e anti-Islão), escreveu na sua conta pessoal no Twitter, que estes resultados são “o princípio do fim da União”.
A consulta à população foi o resultado de uma estratégia dos euro-cépticos; a lei holandesa permite que se convoquem referendos se uma petição tiver um elevado número de assinaturas, estes activistas promoveram o abaixo-assinado, fazendo assim com que fosse convocado um referendo, esclarece Alex Forsyth, correspondente político da BBC.
Porém, há quem diga que a complexidade da questão que foi a votos não significa que o resultado reflicta de facto o euro-cepticismo holandês.
Este plebiscito decorreu menos de três meses antes de outro, a ter lugar no Reino Unido, onde os eleitores serão chamados a decidir se querem ou não abandonar a União Europeia.