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João de Sousa

Quinta-feira, Março 28, 2024

A desumanização das civilizações – III

Sem paradigmas porque a atual conjuntura nacional e internacional dispersou conceitos que posicionou em valores de substrato variável para a organização social e política da vida Humana. Valores que se radicalizaram na essência coletiva e se concentraram no indivíduo e nas suas necessidades específicas.No entanto, aqui chegados, a questão que se coloca, é se o atual estádio a que o Homem chegou, no que ao índice do conhecimento e da sua civilização diz respeito, foi demasiado célere, ou não, relativamente ao acompanhamento que a sua estrutura mental e intelectual é capaz de absorver, assimilar e projetar, face à disparidade atualmente existente na componente diferencial entre o conhecimento e o saber, uma vez que a interação de gerações com formação diferente é um facto coabitante em família e em sociedade.

Condição que põe em confronto a vertente do conhecimento sustentado no seu processo evolutivo e, o simples saber adquirido na componente do uso, seja ele do equipamento que for.

Esta realidade conjuntural evidência as contradições emergentes resultantes das profundas alterações feitas pelo Homem no Planeta nos domínios da fauna e da flora, dos ecossistemas e das condições climatéricas e outras, no âmbito da matéria que a geologia trata, e que estão a condicionar a sua existência em que a sustentabilidade e a autonomia, essência da sua existência, estão a ser colocadas em causa pela orientação das políticas que tem vindo a implementar no Planeta.

Contradições de que resulta condição de que há, na atual conjuntura que contextualiza a vida, uma cada vez maior e por isso assustadora, crescente desumanização do Ser Humano.

Desumanização que se constata com demasiada facilidade face aos atuais padrões estilizados em que a indiferença é a tónica de conduta mais dominante, mas que, neste apontamento, também ele de circunstância, circunscreverei a domínios específicos sem paradigmas.

Sem paradigmas porque a atual conjuntura nacional e internacional dispersou conceitos que posicionou em valores de substrato variável para a organização social e política da vida Humana. Valores que se radicalizaram na essência coletiva e se concentraram no indivíduo e nas suas necessidades específicas.

Assistimos por isso ao ruir da espiral em torno do interesse e da necessidade coletiva.

E assistimos também, a um perigoso desvio cívico, do raciocino comum para o raciocino do rácio entre o humanismo e a automatização em que o Humanismo é um fator de somenos importância.

Porque, o que de facto interessa, é que dentro do espaço mental e físico de comodidade do indivíduo, tudo se processe como pensa dever processar-se. Automaticamente!

Esta semelhança com a inteligência artificial introduzida nas atuais tecnologias ao dispor da civilização, começa perigosamente a condicionar a capacidade de pensar e de raciocínio do cidadão comum. O que o torna autómato e por isso insensível.

Ora, a sensibilidade, introduz valores de acutilância determinante na análise do conhecimento e do saber. Porque, é a sensibilidade do indivíduo que medeia o conhecimento e o saber e lhe acrescenta o fator de justiça. Condição, que a não existir, conhecimento e saber, não haverá na mente Humana o interesse em despertar essa componente essencial para a vida e que, em última instância, empurrará as civilizações para um processo complicado em que o desconhecimento domine e a teoria do caos ganhe consistência política e social.

Um cenário dantesco para o qual as novas gerações não estão preparadas e que por isso, a Humanidade e o meio envolvente não terão condições de resposta eficaz.

 

 

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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