A cidade de Braga é uma cidade bimilenária resultante de uma Era em que Roma decidiu expandir o seu domínio local para um domínio imperial.
Foi construída pelas tribos locais rendidas ao poder do Império imposto pelos seus exércitos munidos de conhecimento de técnicas militares e de engenharia civil assim como da diplomacia institucional necessária para a ocupação do território e, entrarem na Península Ibérica até ao Oceano Atlântico abrindo trilhos, construindo pontes e, impondo a sua cultura.
Bracara Augusta foi classificada como Cidade do Império, capital da Galécia.
Antes havia sido um polvilhar de Castros no cimo dos montes que circundavam os vales do Ave e do Cávado de onde vigiavam os seus rebanhos e as suas plantações contra os invasores do tempo.
Desde então a cidade de Braga sempre foi o pulsar económico de uma região que haveria de ser o pólo propulsor da independência nacional e na sua periferia se travaram batalhas conducentes à independência do Condado. Sendo que uma delas ficou conhecida como a batalha de S. Mamede.
Barcelos, Póvoa do Lanhoso e Guimarães, com os seus imponentes castelos, albergaram episódios de referência Histórica indelével sempre sob os auspícios da hierarquia instalada na Arquidiocese de Braga a quem deviam obrigação de autorização e por via desta a Roma num tempo em que era Roma que reconhecia autoridade por coroação do Rei a quem era reconhecido Reinado sobre território usufruindo de poderes próprios sobre área geográfica e os seus povos, dando corpo a uma identidade Nacional e independência soberana de Estado.
Portugal deve por isso, à cidade de Braga, e ao poder político de então que nela estava instalado, a sua independência e parte significativa da sua História já com quase mil anos, sendo que, a cidade de Braga acumula já uma idade bimilenária.
A agricultura e as artes que dela emergiram associadas aos caudais freáticos a céu aberto. Os rios. Foram, conjuntamente com a construção de edifícios de inspiração religiosa, os meios possíveis para a sustentabilidade económica das famílias e para a criação de riqueza que haveria de financiar os exércitos conquistadores de território às tribos de então e a colonizadores instalados estendendo a autoridade nacional até limite do território a Sul. Algarve.
Com o 25 de Abril Braga assume protagonismo económico em áreas de importância vital como o foram a construção civil e a inovação tecnológica.
É em Braga e no seu Distrito que surgem as maiores Construtoras e se instalam empresas internacionais e de componentes electrónicos para as indústrias: automóvel; audiovisual; eletrodomésticos; e muitos outros. Assim como os têxteis, calçado, metalomecânica, moldes, móveis, polímeros e outras. O turismo rural e de ambiente abre horizontes. O ensino profissional e superior alcançou patamares de nível mundial como o comprovam a emigração de grande parte dos seus formandos, licenciados e mestres.
Um universo de atividades empresariais que transformaram a cidade e o Distrito num pulmão da atividade económica e financeira incontornável no crescimento que Portugal teve.
Relegar a que hoje é a terceira Cidade do País, Braga, para um plano secundário, como que se de periferia da Cidade do Porto se trate, é um atentado à inteligência Lusitana, Bracarense, e de todo um Distrito a quem o País tudo deve.
Braga liderou um projeto de dimensão Europeia a que os seus autarcas não deram a devida atenção nem importância por questões de menoridade política.
A comunidade científica tentou diversificar os seus pólos, nomeadamente a Universidade do Minho dando exemplo daquilo que a construção de um Quadrilátero Urbano poderia potenciar.
Quadrilátero Urbano esse que colocaria o espaço físico e demográfico das Cidades de Braga, Barcelos, Famalicão e Guimarães, em paridade, e com qualidade de vida superior ao de uma qualquer Cidade média da Europa.
Seria um espaço potenciador de captação de investimento de que o País tanto necessita em domínios como o são:
- a ferrovia;
- os transportes públicos rodoviários;
- o comércio em geral;
- a indústria;
- os serviços;
- a agricultura;
e muitos outros setores da atividade económica e financeira.
Ou seja; um projeto a acarinhar porque beneficiaria as comunidades envolvidas e não secundárias por mero interesse político estratégico com características de centralização de um só instrumento: o poder.
Daí que a descentralização em curso deva ser acelerada para que a resposta Concelhia em concreto seja versátil e, eficaz.
Que é coisa que a Regionalização, destruidora de uma identidade nacional para dar origem a identidade regional tacanha e penalizadora na articulação dos principais eixos nacionais e de Estado, não resolverá.
Não pode por isso e tudo o mais que não referi por opção de sintetização, admitir-se que um dos Distritos que mais alternativas de escolha e de potencialidades possui, em todos os domínios das atividades económicas, científicas, e outras, ser relegado, por quem quer que seja, a um mero subúrbio de uma cidade objeto como o é a cidade do Porto.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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