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João de Sousa

Quinta-feira, Março 28, 2024

A sabotagem, subversão e sanções dos EUA contra a Venezuela

Entrevista com o economista Michael Hudson

Ao impor sanções que impedem a Venezuela de ter acesso a seus depósitos em bancos dos EUA e aos ativos da sua estatal Citco, os Estados Unidos estão a tornar impossível a Venezuela pagar a sua dívida externa. Isso é forçá-la ao incumprimento, o que os diplomatas norte-americanos esperam usar como desculpa para arrestar os recursos petrolíferos da Venezuela e confiscar seus ativos estrangeiros, da mesma forma que o hedge fund de Paul Singer tentou fazer com os ativos estrangeiros da Argentina.

Há uma grande controvérsia sobre o verdadeiro perfil da economia venezuelana e se a reforma e as políticas de Hugo Chávez e Nicolau Maduro foram cruciais para o povo da Venezuela ou se foram completamente equivocadas e precipitaram as crises actuais. Toda a gente parece ter opiniões muito fortes sobre isso. Mas eu não, simplesmente porque não tenho a perícia necessária para ter tais opiniões. Decidi então perguntar a um dos mais respeitados economistas independentes, Michael Hudson, por quem tenho imenso respeito e cujas análises (incluindo as que ele escreveu em parceria com Paul Craig Roberts ) parecem ser as mais confiáveis e honestas possíveis. Na verdade, Paul Craig Roberts considera Hudson o ” melhor economista do mundo “!

Sou profundamente grato a Michael por suas respostas. Espero que contribuam para um entendimento honesto e objectivo do que realmente está a acontecer na Venezuela.

The Saker: Poderia resumir o estado da economia da Venezuela quando Chávez chegou ao poder?

Michael Hudson: A Venezuela foi uma monocultura do petróleo. Suas receitas de exportação eram gastas em grande parte na importação de alimentos e de outras necessidades que poderiam ter produzido internamente. Seu comércio era em grande parte com os Estados Unidos. Portanto, apesar de sua riqueza em petróleo, a dívida externa aumentou.

Desde o início, as companhias petrolíferas americanas temiam que a Venezuela pudesse algum dia usar suas receitas petrolíferas para beneficiar a população em geral, em vez de permitir que a indústria petrolífera dos EUA e sua aristocracia compradora local desviassem sua riqueza. Assim, a indústria do petróleo – apoiada pela diplomacia dos EUA – manteve a Venezuela como refém de duas maneiras.

Em primeiro lugar, as refinarias de petróleo não foram construídas na Venezuela, mas em Trinidad e nos estados do sul da Costa do Golfo dos EUA. Isso permitiu que as companhias de petróleo dos EUA – ou o governo dos EUA – deixassem a Venezuela sem um meio de “avançar sozinha” e prosseguir uma política independente com seu petróleo, uma vez que precisava ter esse petróleo refinado. Não ajuda ter reservas de petróleo se não conseguir refiná-lo para que seja utilizável.

Segundo, os banqueiros centrais da Venezuela foram persuadidos a comprometer suas reservas de petróleo e todos os activos do sector estatal de petróleo (incluindo a Citgo) como garantia colateral da sua dívida externa. Isso significava que, se a Venezuela não pagasse (ou fosse forçada a incumprimento por bancos norte-americanos que se recusassem a efectuar pagamentos atempados sobre a sua dívida externa), os detentores de títulos e grandes petrolíferas dos EUA estariam em posição legal de tomar posse dos activos petrolíferos venezuelanos.

Tais políticas pró EUA tornaram a Venezuela uma oligarquia latino-americana tipicamente polarizada. Apesar de ser nominalmente rica em receitas petrolíferas, sua riqueza estava concentrada nas mãos de uma oligarquia pró EUA que deixava o seu desenvolvimento interno ser pilotado pelo Banco Mundial e pelo FMI. A população indígena, especialmente sua minoria racial rural bem como a subclasse urbana, foi excluída da participação na riqueza do petróleo do país. A recusa arrogante da oligarquia a compartilhar a riqueza, ou mesmo tornar a Venezuela auto-suficiente em elementos essenciais, tornou a eleição de Hugo Chávez um resultado natural.

Poderia descrever as várias reformas e mudanças introduzidas por Hugo Chávez? O que ele fez de certo e o que fez de errado?

Chávez procurou restaurar uma economia mista para a Venezuela, utilizando suas receitas governamentais – principalmente do petróleo, é claro – para desenvolver infraestrutura e gastos internos em saúde, educação, emprego para elevar padrões de vida e produtividade para o seu eleitorado.

O que ele não conseguiu fazer foi sanar o desfalque sistemático e aumentar o rendimento do sector petrolífero. E foi incapaz de conter a fuga de capitais da oligarquia, levando sua riqueza e movendo-a para o exterior.

Isso não era “errado”. Simplesmente leva muito tempo mudar a ruptura de uma economia – enquanto os EUA usam sanções e “truques sujos” para travar esse processo.

Quais são, na sua opinião, as causas da actual crise económica na Venezuela – devem-se primariamente a erros cometidos por Chávez e Maduro ou a causa principal é sabotagem, subversão e sanções dos EUA?

Não há qualquer modo de Chávez e Maduro poderem ter seguido uma política pró venezuelana destinada a alcançar a independência económica sem incitar a fúria, a subversão e as sanções dos Estados Unidos. A política externa americana continua tão focada no petróleo quanto estava quando invadiu o Iraque sob o regime de Dick Cheney. A política dos EUA é tratar a Venezuela como uma extensão da economia estado-unidense, gerando um excedente comercial de petróleo para gastar nos Estados Unidos ou transferindo suas poupanças para bancos dos EUA.

Ao impor sanções que impedem a Venezuela de ter acesso a seus depósitos em bancos dos EUA e aos activos da sua estatal Citco, os Estados Unidos estão a tornar impossível a Venezuela pagar a sua dívida externa. Isso é forçá-la ao incumprimento, o que os diplomatas norte-americanos esperam usar como desculpa para arrestar os recursos petrolíferos da Venezuela e confiscar seus activos estrangeiros, da mesma forma que o hedge fund de Paul Singer tentou fazer com os activos estrangeiros da Argentina.

Assim como a política dos EUA sob Kissinger era fazer a “economia do Chile gritar”, os EUA estão a seguir o mesmo caminho contra a Venezuela. Eles estão utilizando esse país como um “efeito demonstração” para advertir os demais países a não actuarem de acordo com seus próprios interesses de modo a impedir que seus excedentes económicos sejam absorvidos pelos investidores americanos.

O que na sua opinião Maduro deveria fazer (supondo que permaneça no poder e os EUA não o derrubem) para resgatar a economia venezuelana?

Não consigo pensar em nada que o presidente Maduro possa fazer que ele já não esteja fazendo. Na melhor das hipóteses, ele pode buscar apoio estrangeiro – e demonstrar ao mundo a necessidade de um sistema financeiro e económico internacional alternativo.

Ele já começou a fazer isso ao tentar retirar o ouro da Venezuela do Banco da Inglaterra e do Federal Reserve. Isso está se transformando em “guerra assimétrica”, o que ameaça dessacralizar o padrão dólar nas finanças internacionais. A recusa da Inglaterra e dos Estados Unidos em conceder ao governo eleito o controle de seus activos estrangeiros demonstra a todo o mundo que só diplomatas e tribunais dos EUA podem fazer isso e que controlarão países estrangeiros como uma extensão do nacionalismo norte-americano.

O preço do ataque económico dos EUA à Venezuela é, portanto, para fracturar o sistema monetário global. O movimento defensivo de Maduro está mostrando a outros países a necessidade de se protegerem de se tornarem “outra Venezuela”, encontrando um novo porto seguro e agente pagador para seu ouro, reservas cambiais e financiamento da dívida externa, longe das áreas do dólar, da libra esterlina e do euro.

O único modo de Maduro combater com êxito é no nível institucional, elevando a aposta a fim de movê-la para “fora da caixa”. Seu plano – e, naturalmente, um plano de longo prazo – é ajudar a catalisar uma nova ordem económica internacional independente do padrão dólar americano. Isto funcionará no curto prazo só se os Estados Unidos acreditarem que podem emergir deste combate como um corretor financeiro honesto, como um sistema bancário honesto e um defensor de regimes democraticamente eleitos. A administração Trump está a destruir esta ilusão de um modo mais perfeito do que qualquer crítico anti-imperialista ou rival económico poderia fazê-lo!

A longo prazo, Maduro também deve desenvolver a agricultura venezuelana, seguindo as mesmas linhas com que os Estados Unidos protegeram e desenvolveram a sua agricultura sob a legislação do New Deal dos anos 1930 – serviços de extensão rural, crédito rural, aconselhamento de sementes, organizações de marketing estatais para compra de colheitas e fornecimento de mecanização, e a mesma espécie de apoio aos preços que os Estados Unidos tem utilizado desde há muito para subsidiar o investimento agrícola interno a fim de aumentar a produtividade.

E quanto ao plano de introduzir uma cripto moeda com base no petróleo? Será isso uma alternativa eficaz ao Bolívar venezuelano moribundo?

Só um governo nacional pode emitir uma moeda. Uma cripto divisa ligada ao preço do petróleo tornar-se-ia um veículo de hedging, propenso a manipulações e oscilações de preços por parte de vendedores e compradores. Uma divisa nacional deve ser baseada na capacidade de tributar, e a principal fonte tributária da Venezuela é a receita do petróleo, a qual está a ser bloqueada a partir dos Estados Unidos. Assim, a posição da Venezuela é como aquela do marco alemão que sai de sua hiper-inflação do início da década de 1920. A única solução envolve suporte a balança de pagamentos. Parece que o único apoio desse tipo virá de fora da esfera do dólar.

A solução para qualquer hiper-inflação deve ser negociada diplomaticamente e ser apoiada por outros governos. Minha história do comércio internacional e da teoria financeira, Trade, Development and Foreign Debt , descreve o problema das reparações alemãs e como a sua hiper-inflação foi resolvida pelo Rentenmark.

A tributação sobre a renda económica da Venezuela recairia sobre o petróleo e os imóveis de luxo, bem como os preços monopolísticos, e sobre os altos rendimentos (principalmente os rendimentos financeiros e de monopólio). Isso requer uma lógica para enquadrar essa política fiscal e monetária. Tenho tentado explicar como alcançar a independência monetária e, portanto, política durante o último meio século. A China está aplicando essa política de forma mais eficaz. Ela é capaz de fazer isso porque é uma economia grande e auto-suficiente em bens essenciais, gerando um excedente de exportação suficientemente grande para pagar suas importações de alimentos. A Venezuela não está em tal posição. É por isso que está procurando apoio da China neste momento.

Quanta assistência a China, a Rússia e o Irão fornecem e o que podem fazer para ajudar? Pensa que esses três países juntos podem ajudar a contrariar a sabotagem, subversão e sanções dos EUA?

Nenhum destes países tem capacidade para refinar o petróleo venezuelano. Isso faz com que se torne difícil para eles receberem pagamentos em petróleo venezuelano. Apenas um contrato de fornecimento de longo prazo (pago antecipadamente) seria viável. E mesmo nesse caso, o que a China e a Rússia fariam se os Estados Unidos simplesmente apreendessem suas propriedades na Venezuela, ou se recusassem a permitir que a companhia petrolífera russa tomasse posse da Citco? Nesse caso, a única resposta seria confiscar investimentos dos EUA no seu próprio país como compensação.

Pelo menos a China e a Rússia podem providenciar um mecanismo de compensação bancária (clearing) alternativo ao SWIFT, de modo a que a Venezuela possa ultrapassar o sistema financeiro dos EUA e impedir seus activos de serem capturados à vontade pelas autoridades norte-americanas ou por detentores de títulos. E, naturalmente, eles podem providenciar abrigos seguros para grande parte do ouro da Venezuela que ela possa recuperar de Nova York e de Londres.

Portanto, olhando para o futuro, a China, Rússia, Irão e outros países precisam criar um novo tribunal internacional para arbitrar as próximas crises diplomáticas e suas consequências financeiras e militares. Tal tribunal – e seu banco internacional associado como uma alternativa ao FMI e Banco Mundial controlados pelos EUA – precisa de uma ideologia clara a fim de enquadrar um conjunto de princípios de nacionalidade e de direitos internacionais com poder para implementar e fazer aplicar seus julgamentos.

Isso confrontaria os estrategas financeiros dos EUA com uma escolha: se continuarem a tratar o FMI, o Banco Mundial, a ITO e a NATO como extensões da política externa dos EUA cada vez mais agressiva, assumirão o risco de isolar os Estados Unidos. A Europa terá que escolher se quer continuar a ser um satélite económico e militar dos EUA, ou se lança na Eurásia.

No entanto, Daniel Yergin informa no Wall Street Journal (7/Fevereiro) que a China está a tentar cobrir suas apostas abrindo uma negociação com o grupo de Guaidó, aparentemente para obter o mesmo acordo que negociou com o governo de Maduro. Mas um tal acordo parece improvável de ser honrado na prática, dada a animosidade dos EUA em relação à China e confiança total de Guaido no apoio encoberto dos EUA.

A Venezuela manteve grande parte ouro no Reino Unido e dinheiro nos EUA. Como Chávez e Maduro puderam confiar nesses países? Ou será que não tinham outra escolha? Existem alternativas viáveis a Nova York e Londres ou ainda são o “único lugar possível” para os bancos centrais do mundo?

Nunca houve confiança real no Banco da Inglaterra ou no Federal Reserve, mas parecia impensável que se recusassem a permitir que um depositante oficial retirasse seu próprio ouro. O lema habitual é “Confie, mas verifique”. Mas a relutância (ou incapacidade) do Banco da Inglaterra de verificar significa que o outrora impensável agora aconteceu: Será que esses bancos centrais venderam esse ouro no pós London Gold Pool e em mercados sucessores de commodities na sua tentativa de manter baixo o preço de modo a manter a aparência solvente de um padrão dólar norte-americano?

Paul Craig Roberts descreveu como esse sistema funciona. Existem mercados a termo para divisas, acções e títulos. O Federal Reserve pode oferecer-se para comprar uma acção em três meses a, digamos, 10% sobre o preço actual. Especuladores venderão as acções, aumentando o preço para aproveitar a promessa do “mercado” de comprar as acções. Então, depois de se passarem os três meses, o preço terá subido. Isso é, em grande medida, o modo como a “Plunge Protection Team” dos EUA tem apoiado o mercado de acções dos EUA.

O sistema funciona ao contrário para restringir os preços do ouro. Os bancos centrais que detêm ouro podem se reunir e se oferecer para vender ouro a um preço baixo em três meses. “O mercado” vai perceber que, com ouro a baixo preço sendo vendido, não adianta comprar mais ouro e aumentar os preços. Portanto, o mercado de liquidação antecipada molda o mercado actual.

A questão é: têm compradores de ouro (como os governos russo e chinês) comprado tanto ouro que o Fed dos EUA e o Banco da Inglaterra tiveram realmente de “compensar” suas vendas futuras e esgotar seu ouro de forma constante? Nesse caso, eles teriam estado a “viver para o momento”, mantendo os preços do ouro baixos por tanto tempo quanto pudessem, sabendo que, uma vez que o mundo retorne ao padrão gold exchange pré-1971 para défices intergovernamentais de balança de pagamentos, os EUA ficarão sem ouro e serão incapazes de manter seus gastos militares no exterior (para não mencionar seu défice comercial e o desinvestimento estrangeiro nos mercados de acções e títulos dos EUA). Meu livro sobre o Super-imperialismo explica por que o esgotamento do ouro forçou o fim da Guerra do Vietname. A mesma lógica se aplicaria hoje à vasta rede de bases militares dos EUA por todo o mundo.

A recusa da Inglaterra e dos EUA em pagar a Venezuela significa para outros países que reservas oficiais estrangeiras de ouro podem ser apresadas e mantidas como reféns da política externa dos EUA, e até mesmo julgamentos de tribunais americanos para conceder esse ouro a credores estrangeiros ou a quem quer que inicie um processo judicial sob a lei dos EUA contra esses países.

Essa tomada de reféns agora torna urgente que outros países desenvolvam uma alternativa viável, especialmente quando o mundo se desdolariza e um gold-exchange standard continua a ser a única maneira de restringir o défice da balança de pagamentos induzido pelos militares dos Estados Unidos ou qualquer outro país a preparar um ataque militar. Um império militar é muito caro – e o ouro é uma restrição “pacífica” aos défices de pagamentos induzidos pelos militares. (Eu explico os pormenor no meu Super Imperialism: The Economic Strategy of American Empire (1972), atualizado em alemão como Finanzimperium (2017).

Os EUA exageraram na destruição do fundamento da ordem financeira global centrada no dólar. Essa ordem permitiu que os Estados Unidos fossem “a nação excepcional” capaz de administrar défices na balança de pagamentos e dívida externa que não tem intenção (ou capacidade) de pagar, alegando que os dólares perdidos pelos seus gastos militares estrangeiros “abastecem” outros países com suas reservas do banco central (mantidas na forma de empréstimos ao Tesouro dos) para financiar o défice orçamental dos EUA e seus gastos militares, bem como o défice da balança de pagamentos dos EUA em grande medida de origem militar.

Dado o facto de que a UE está a actuar como um ramo da NATO e do sistema bancário dos EUA, essa alternativa teria de ser associada à Organização de Cooperação de Xangai e o ouro teria que ser mantido na Rússia e/ou na China.

O que outros países da América Latina, como Bolívia, Nicarágua, Cuba e, talvez, o Uruguai e o México podem fazer para ajudar a Venezuela?

A melhor coisa que os países vizinhos da América Latina podem fazer é criar um veículo para promover a desdolarização e, com isso, uma instituição internacional para supervisionar a amortização (writedown) de dívidas que estejam além da capacidade dos países de pagar sem impor austeridade e portanto destruírem suas economias.

Também é necessária uma alternativa ao Banco Mundial que fizesse empréstimos em moeda nacional, sobretudo para subsidiar o investimento na produção interna de alimentos de modo a proteger a economia contra sanções alimentares estrangeiras – o equivalente a um cerco militar a fim de forçar a rendição, impondo condições pela fome. Esse Banco Mundial para Aceleração Económica promoveria em primeiro lugar o desenvolvimento da autoconfiança dos seus membros, ao invés de promover a competição pelas exportações, ao mesmo tempo que sobrecarrega os mutuários com dívida externa que os tornaria propensos ao tipo de chantagem financeira que Venezuela está a experimentar.

Sendo um país católico romano, a Venezuela pode pedir apoio do Papa para uma redução de dívidas (write-down) e uma instituição internacional para supervisionar a capacidade de pagar por parte de países devedores sem impor austeridade, emigração, despovoamento e privatização forçada do domínio público.

Dois princípios internacionais são necessários. Primeiro, nenhum país deveria ser obrigado a pagar dívida externa numa divisa (como o dólar ou seus satélites) cujo sistema bancário actua para impedir o pagamento.

Segundo, nenhum país deveria ser obrigado a pagar a dívida externa ao preço de perder sua autonomia interna como Estado: o direito de determinar sua própria política externa, de tributar e criar sua própria moeda e de ser livre de ser obrigado a privatizar seus activos públicos para pagar credores estrangeiros. Qualquer dívida desse tipo é um “mau empréstimo” (“bad loan”), que reflecte a própria irresponsabilidade do credor ou, pior ainda, a perniciosa apreensão de activos num arresto hipotecário que era o principal objectivo do empréstimo.


por The Saker | Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Patria Latina / Tornado


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