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Sábado, Outubro 5, 2024

A verdade por detrás dos lucros da CGD

Eugénio Rosa
Eugénio Rosa
Licenciado em economia e doutorado pelo ISEG

Os lucros da CGD de 775,9 Milhões de € em 2019 reduzem apenas a 175,9 Milhões € se deduzirmos a reversão de imparidades e provisões criadas a mais em anos anteriores, e o valor da venda de ativos internacionais e de mais-valias. O crédito e a quota de mercado da CGD continuam a diminuir

Neste estudo analiso, utilizando dados divulgados pela própria administração da CGD, a situação real da CGD, a gestão da administração de Paulo Macedo mostrando que a realidade é diferente das aparências.

Efetivamente uma parte significativa dos elevados lucros apresentados pela CGD em 2019 não têm como base a recuperação do negócio bancários; pelo contrário o credito concedido pela CGD tem diminuído e esta tem perdido quota de mercado, mas sim fundamentalmente através da reversão de imparidades e provisões feitas em excesso em anos anteriores (em 2016, constituíram-se 3.017 milhões € de imparidades que obrigou o Estado a recapitalizar a CGD em 3.900 milhões €, sendo 2.500 milhões € dinheiro dos contribuintes); outra parte tem sido conseguida à custa dos depositantes (juros próximos de zero  pagos pelos depósitos e multiplicação de comissões) e por meio também da redução da estrutura da CGD (fecho de 103 agências e redução de 1407 trabalhadores) que a torna mais frágil perante a concorrência estrangeira que domina o setor bancário em Portugal.

Mesmo a elevada liquidez da CGD (LCR = 332%) e os confortáveis Rácios de capital não estão a ser aproveitados pela administração para aumentar o crédito às empresas e às famílias (a administração de Paulo Macedo tem revelado uma grande falta de capacidade nesta área fundamental para a recuperação efetiva da CGD).

Espero que este estudo seja um alerta e contribua para a informação e reflexão dos portugueses interessados na defesa do banco público fundamental para o crescimento económico e desenvolvimento independente do país.

 


 

Estudo

Os lucros da CGD de 775,9 Milhões de € em 2019 reduzem apenas a 175,9 Milhões € se deduzirmos a reversão de imparidades e provisões criadas a mais em anos anteriores, e o valor da venda de ativos internacionais e de mais-valias. O crédito e a quota de mercado da CGD continuam a diminuir

 

Recentemente os media fizeram grandes “caixas” com os lucros da CGD em 2019 que teriam atingido, segundo a administração de Paulo Macedo, 775,9 milhões €. No entanto, e como é habitual, limitaram-se a divulgar o que administração disse “esquecendo-se”, mais uma vez, de inquirir/investigar como esses lucros foram obtidos com o objetivo de poderem informar com verdade a opinião pública sobre a situação da CGD. E isto porque criaram a ideia de que recuperação da CGD era uma realidade. No entanto, a realidade pode não ser essa porque lucros não são sempre sinal de recuperação efetiva e consistente pois podem ser obtidos através de medidas conjunturais que fragilizam a CGD e ocultam a sua verdadeira situação cujas consequências só sentirão mais tarde, eventualmente depois da saída de Paulo Macedo. A CGD já viveu momentos semelhantes, embora as causas fossem diferentes, cujos efeitos só vieram à luz do dia vários anos mais tarde, com consequências graves para os contribuintes que tiveram de a recapitalizar com 3.900 milhões € pagos com os seus impostos. Mas esta é uma questão séria que só deve ser tratada e respondida com base numa análise objetiva da informação já divulgada pela administração de Paulo Macedo referente a 2019, pois é a única disponível. É o que vamos fazer neste estudo procurando mostrar a realidade para além das aparências para alerta, informação e reflexão dos portugueses.

 

77,4% dos lucros da CGD em 2019 não tiveram como origem o negócio bancário por excelência mas fundamentalmente reversão de imparidades e provisões constituídas a mais em anos anteriores e venda de ativos que a CGD possuía no país e no estrangeiro, situação essa que não é repetível

O quadro 1, construído com dados constantes da própria informação divulgada pela administração de Paulo Macedo, mostra de uma forma clara como a esmagadora maioria dos lucros (cerca de 77,4%) apresentados pela CGD em 2019 – 775,9 milhões € – foram obtidos.

 

Quadro 1 – As principais origens dos “lucros“ da CGD em 2019

Portanto, 600,2 milhões € (77,4%) dos 775,9 milhões € dos lucros que a administração de Paulo Macedo apresentou em 2019, tiveram como origem a venda de ativos que a CGD possuía em Portugal e no estrangeiro, mas fundamentalmente a reversão de imparidades e provisões constituídas em excesso em anos anteriores, muitas delas só certamente possíveis devido à enorme recapitalização da CGD feito pelo Estado em 2016 com dinheiro dos contribuintes. Pode-se dizer, que a CGD está apenas a entregar ao Estado aquilo que recebeu a mais em 2019, e não na sua totalidade. É preciso fazer uma análise objetiva para se criarem ilusões.

Este mesmo procedimento já tinha sido utilizado pela administração de Paulo Macedo em 2018, mas com menor dimensão.  Dos 495,7 milhões € de lucros apresentados em 2018 pela administração de Paulo Macedo, 207,8 milhões €, ou seja, 41,9% tiveram a mesma origem, sendo a parcela de reversão de imparidades e provisões atingido 131,26 milhões €

 

O crédito bancário concedido em Portugal pela CGD continua a diminuir

Uma outra caraterística da gestão da administração de Paulo Macedo na CGD é a continua diminuição do crédito concedido à economia e às famílias portugueses como revelam os dados do quadro 2 construído com a informação divulgada pela própria CGD.

 

Quadro 2 – Variação do crédito concedido pela CGD em Portugal desde a entrada da administração de Paulo Macedo

Entre 2018 e 2019, registou uma redução do crédito concedido pela CGD de 4.328 milhões €, sendo 3.749 milhões € a empresas, a particulares (fundamentalmente famílias) e ao setor público. Se consideramos os 3 anos (2016/2019) da administração de Paulo Macedo na CGD, a redução de crédito concedido pela CGD em Portugal já atinge 15.066 milhões € (-23,8%), sendo 4.606 milhões € a empresas (-25,1%), 3.577 milhões €  a particulares (-12,8%). Mesmo o crédito à habitação em que a CGD teve sempre um grande papel sofreu uma redução de 3.412 milhões €. Melhor que quaisquer palavras estes números, disponibilizados pela própria administração da CGD, mostram de uma forma clara o que tem sido a gestão de Paulo Macedo na CGD

 

A CGD continua a perder quota de mercado em Portugal

A diminuição continuada do crédito concedido às empresas e às famílias em Portugal tem determinado que a CGD esteja a perder quota de mercado no país como o quadro 3 mostra, que foi também construído com dados divulgados pela própria administração de Paulo Macedo.

 

Quadro 3 – Variação da quota da CGD no total de crédito concedido em Portugal – 2016/2019

Em 3 anos de administração de Paulo Macedo (2016/2019), a CGD perdeu 18,8% da quota de mercado de crédito, sendo 27,5% na quota de empresas e 14,3% de particulares. Este é um aspeto que a administração de Paulo Macedo tenta ocultar pois em relação a outros indicadores apresenta valores do período 2016/2019 mas relativamente a este não os divulga para todo o período apesar de ser um indicador importante de avaliação da capacidade da administração. A administração de Paulo Macedo está a revelar falta de capacidade para conceder crédito novo que, pelo menos, compense aquele que é amortizado, liquidado, vendido ou abatido.

Mesmo em relação aos depósitos, a posição da CGD é pior do que a que tinha quando a administração de Paulo Macedo entrou para ela, apesar de se ter verificado uma ligeira recuperação em 2019, como mostra o quadro 4 (dados divulgados pela administração).

 

Quadro 4 – Variação da quota da CGD no total de depósitos feitos na banca – 2016/2019

Entre 2016 e 2019, a quota da CGD nos depósitos totais feitos na banca diminuiu de 27,7% para 25,2%, ou seja, em -9,7%, apesar da reduzida recuperação registada em 2019 (+0,2 p.p.).

Outra análise que interessa realizar para avaliar a capacidade de gestão da administração de Paulo Macedo é a utilizando o Rácio de transformação que dá o valor em euros de crédito que a administração da CGD consegue conceder por cada 100€ de depósitos que recebe. Entre 2016 e 2019, de acordo com o seu Balanço Consolidado (ver Anexo), o crédito líquido da CGD diminuiu de 59.413 milhões € para 47.974 milhões € (- 11.439 milhões €) e os depósitos passaram de 66.692 milhões € para 65.792 milhões € (-900M€). Calculando o Rácio de transformação que se obtém dividindo o total de crédito pelo total de depósitos obtém-se, para 2016, 89,1% e para 2019 e apenas 72,9%. Isto significa que, em 2016, por cada 100€ que recebia a CGD emprestava (crédito) 89,1€ enquanto, em 2019, por cada 100€ de depósitos que recebe só consegue emprestar 72,9%. A falta de capacidade que parece revelar a atual administração para aumentar o crédito concedido à economia e às famílias é preocupante, e devia merecer a reflexão do acionista Estado e daqueles que se interessam pela defesa do banco público. E tudo isto torna-se mais incompreensível quando o seu Rácio de liquidez (LCR) aumentou, entre 2016 e 2019, de 176% para 332%, um valor muito superior ao exigido pelo Banco de Portugal (100%). Não é por falta de liquidez que a CGD não concede crédito, até porque os seus Rácios de capital são confortáveis como afirma a própria administração. E sem aumentar o negócio bancário não há recuperação efetiva da CGD, a não ser que queira reduzir a CGD a uma “caixinha”.

 

Os resultados da atividade “core” da CGD obtidos à custa dos depositantes

A atividade “core” de uma instituição bancária como é a CGD, a qual devia ser a principal fonte de receitas, é da intermediação, ou seja, receber depósitos pelos quais devia pagar juros e conceder crédito pela qual recebe juros. O que tem sucedido na CGD é que os resultados da atividade “core” têm-se afundado como mostra o quadro 4 com dados divulgados pela CGD.

 

Quadro 4 – A variação do Produto bancário “core” da CGD entre 2016 e 2019

Uma das conclusões importantes que se tira dos dados do quadro é que apesar da Margem financeira da CGD, que devia ser a sua principal fonte de receitas, ter aumentado apenas 93,3 milhões € entre 2016 e 2019, esse aumento não teve como origem o aumento do credito concedido (neste período os juros das operações ativas até diminuíram em 642 milhões €) mas foi conseguido fundamentalmente à custa dos depositantes, cujos juros recebidos sofreram uma redução de 735,3 milhões € (-51,4%). O mesmo sucedeu em relação às comissões cobradas pela CGD, cujas receitas aumentaram, entre 2016 e 2019, de 568 milhões € para 630,4 milhões €. Como o crédito concedido pela CGD diminuiu, foram também os depositantes que tiveram de suportar os aumentos. Segundo dados do documento divulgado pela administração de Paulo Macedo referente a 2019, neste ano as “comissões de crédito e extrapatrimoniais” diminuíram em 10 milhões €, enquanto as de “cartões, meios de pagamentos e outros”, que incidem fundamentalmente sobre os depositantes, aumentaram em 16 milhões €. Foi desta forma que administração de Paulo Macedo aumentou o “Produto bancário core” em 145 milhões€ (2016/19).

 

Lucros conseguidos também à custa da redução dos custos com a estrutura (custos operacionais) da CGD que fragiliza a CGD face à concorrência da banca maioritariamente controlada por estrangeiros

Outro aspeto preocupante da gestão de Paulo Macedo é a redução significativa da estrutura da CGD que estava implantada por todo o país e que, convenientemente aproveitada e potenciada, era um instrumento importante de apoio ao crescimento económico e ao desenvolvimento do país. Essa preocupação deixou de estar presente nos objetivos e também na Missão da atual administração com os dados do quadro 5 revelam. E não se pense que é com digitalização do banco que se conseguirá depois compensar esta grave lacuna como alguns pensam ou dizem.

 

Quadro 5 – A redução significativa da estrutura base de funcionamento da CGD em 2016/2019

Entre 2016 e 2019, os custos operacionais (custos de estrutura) da CGD diminuíram em 208,3 milhões €, o que foi conseguido fundamentalmente à custa da redução do número de agências (fecharam no país 103 agências) e também por meio da redução de um número elevado de trabalhadores (em 3 anos a administração de Paulo Macedo dispensou 1407 trabalhadores). Como consequência, entre 2016 e 2019, o “Cost-to-income(percentagem que os custos operacionais representam do VAB da banca) diminuiu de 82% para apenas 51%, e a percentagem que os Custos com Pessoal representam em relação também ao Produto Global da Atividade reduziu-se de 46% para 31%, muito abaixo da média nacional. É desta forma também que administração de Paulo Macedo obtém lucros mas fragilizando a estrutura de funcionamento da CGD perante a concorrência da banca controlada por capital estrangeiro que já domina o setor bancário nacional.

 

Outros aspetos das contas da CGD que merecem reflexão e esclarecimentos

Há questões no documento divulgado pelo conselho de administração da CGD conjuntamente com a Press Realese de 2019 que necessitam de ser explicadas pois são preocupantes.

A 1ª questão prende-se com elevado o crédito abatido ao Ativo em 2019 por se considerar totalmente perdido (write-offs). No fim de 2016, poucos meses antes do Estado recapitalizar a CGD com 3.891 milhões € sendo 2.500 milhões € em dinheiro e o resto em espécie (ações da Parcaixa e Cocos), a CGD abateu ao Ativo 1933 milhões € (write-offs) por serem considerados totalmente perdidos. Na mesma altura constitui “Imparidades e provisões “ no montante de 3016,9 milhões €, que agora estão a se revelar excessivas, e cuja reversão tem sido utilizada para empolar artificialmente os lucros da CGD como mostramos neste estudo. Apesar do elevado montante de crédito abatido ao Ativo em 2016 (1933 milhões €) e de se pensar que o restante credito podia ser recuperado, no entanto a administração de Paulo Macedo continuou a abater ao Ativo elevados montantes de credito que considerou totalmente perdidos. De acordo com os documentos anexos a apresentação de contas, em 2019 o abate de créditos por se considerarem totalmente perdidos correspondeu a 600 milhões € da diminuição dos NPL a que se adiciona mais 700 milhões € no período 2016/2018. A pergunta que naturalmente se coloca é esta e que interessava que a administração da CGD esclarecesse era a seguinte: Qual é a razão da administração de Paulo Macedo ter abatido ao Ativo 1.300 milhões € de crédito por considerar totalmente depois de 1933 milhões € de “write-offs” em 2016?

A 2ª questão que também merecia esclarecimento por parte da administração de Paulo Macedo é a politica de investimento maciço em títulos, que é uma atividade especulativa (pode-se ganhar mas pode-se perder muito), contrária ao ADN da CGD, que é um banco comercial já que, entre 2018 e 2019, a carteira de títulos da CGD, que já era enorme, aumentou de 16.383 milhões € para 20.543 milhões €, representando já 23,9% do Ativo liquido total da CGD, certamente o mais elevado valor em toda a banca em Portugal.  E isto quando se sabe que tal aplicação incorpora na CGD três riscos elevados (risco de mercado, de taxa de câmbio e de taxa de juro).

A 3ª questão prende-se com a primeira e é uma pergunta que era importante que administração de Paulo Macedo esclarecesse e que é a seguinte: Os elevados montantes de “write-offs” feitos por esta administração (1.300M€ da redução dos NPL) e a venda maciça de carteiras (2600M€, e , como se sabe quem compra é quem lucra, entre 15% e 25% é o seu objetivo) e, consequentemente, quem vende perde (atualmente a compra de carteiras de credito é um grande negócio para os grandes grupos financeiros internacionais) não terá como razão principal reduzir o Ativo ponderado pelo risco (RWAs) para assim fazer crescer artificialmente os rácios de capital? A que se junta o investimento maciço em divida pública que, de acordo com normas bancárias, pelo menos na teoria, é um ativo sem rico. Havia muitas mais questões a esclarecer.

 

 

Anexo

Balanço consolidado 2016-2019 – Administração Paulo Macedo

O Balanço dá um retrato da situação económica e financeira de uma empresa, incluindo banco, num determinado momento (por ex., no fim de cada ano). O Balanço consolidado (porque inclui empresas do grupo) da CGD do período 2016/2019, ou seja, durante a administração de Paulo Macedo mostra os resultados mais importantes da sua gestão.

E as conclusões principais que se tiram são nomeadamente as seguintes:

(1) A redução continuada do Ativo liquido da CGD que, entre 2016 e 2019, diminuiu de 94.411 milhões € para 85.776 milhões €, o que diminui a importância e peso da CGD no contexto do setor bancário em Portugal e reduz a sua capacidade para promover o crescimento económico e o desenvolvimento do país;

(2) A queda continuada do credito (em 3 anos diminuiu em 11.439 milhões €), pois o novo credito não foi suficiente para compensar o credito amortizado, liquidado, vendido e abatido ao Ativo, apesar da elevada liquidez que tem a CGD pois o seu rácio de liquidez (LCR) no fim de 2019 atingia 332%, ou seja, 3,3 vezes superior ao exigido pelo Banco de Portugal;

(3) Um Rácio de transformação muito baixo – 72,9% em 2019 – o que significa que, por cada 100€ de depósitos recebidos, a CGD emprestou apenas 72,9€ (indicador de ineficiência, já que não rentabiliza adequadamente os recursos que dispõe), o que também determina  que a CGD pague juros de miséria aos seus clientes por falta de rentabilidade dos recursos que dispõe;

(4) Um investimento maciço em títulos que é uma aplicação de risco elevado, que representam já 23,9% de todo o Ativo liquido da CGD,  que não se enquadra na missão e os objetivos ( a sua missão é apoiar as empresas e as famílias e não em atividades que podem ser designadas como especulativas) e que incorpora potenciais riscos elevados para a CGD;

(5) Uma redução da taxa de NPL (créditos improdutivos) de 15,8% para 4,7% o que é positivo mas conseguido em grande parte, como mostramos, à custa de créditos abatidos ao Ativo por se considerarem totalmente perdidos e de venda maciças de carteiras de crédito, naturalmente perdendo dinheiro, pois os fundos que as compram querem ter lucros, e não são baixos;

(6) Aumento dos rácios de capital, o que é positivo, apesar de serem em parte conseguido através da redução dos RWAs (a taxa de densidade de RWAs era apenas 53% em 2019) obtida por meio da venda de carteiras de credito, de abate de créditos ao Ativo e de aplicações maciças em títulos, aumento este dos rácios de capital que depois não é aproveitado para aumentar o crédito concedido.



 

 


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