Nas últimas décadas, o Ensino Superior tem conhecido uma expansão, quer qualitativa, quer principalmente quantitativa. Dados da UNESCO mostram que, a nível mundial, o número de estudantes no Ensino Superior cresceu de 65 milhões, em 1991, para 79 milhões em 2000, e projectou um número de 97 milhões para 2015.
Este fenómeno é também visível nos Países e Regiões de Língua Portuguesa, nomeadamente na vertente quantitativa, em particular nos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), e em Timor-Leste, desde logo, devido ao crescimento demográfico, mas também considerando o aumento do número de anos de ensino médio e obrigatório.
A título de exemplo, até 2015, Angola, um País com aproximadamente 27 milhões de habitantes, possuía 73 Instituições de Ensino Superior (28 públicas e 45 privadas), e Timor-Leste, um País com apenas um milhão e cem mil habitantes, registava à data uma Universidade pública e onze IES privadas.
O Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES) defende a tese de que o desenvolvimento socioeconómico e cultural dos países e das regiões depende em grande medida da qualificação dos seus cidadãos, pelo que, neste pressuposto, entende que «constitui um desafio central desenvolver e implementar políticas de qualidade na gestão das instituições de ensino superior, de modo a melhorar as condições de produção de ensino e de ciência e incrementar a empregabilidade dos estudantes».
Nesta perspectiva, sob os auspícios do FORGES, nos dias 28, 29 e 30 de Novembro de 2016, na Universidade Estadual de Campinas (Brasil), investigadores e docentes do ensino superior do espaço lusófono, irão analisar e discutir os “balanços, proposições e desafios acerca do papel das Instituições do Ensino Superior (IES) no Século XXI”.
O evento realizar-se-á no âmbito da 6ª Conferência do Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES), sob o lema “Para que (m) servem a Universidade e as Instituições do Ensino Superior? Balanços, Proposições e Desafios acerca do Papel das IES no Século XXI”.
A 6ª Conferência do FORGES, com início no dia 28, incluirá na Sessão de Abertura as boas-vindas da Comissão Organizadora e da Direcção do FORGES, com as intervenções de Luísa Cerdeira (Presidente da Direcção do FORGES) e José Tadeu Jorge (Reitor da Universidade Estadual de Campinas), com saudações de representantes dos Governos dos Países e Regiões de Língua Portuguesa, e com a Conferência Inaugural, “Missão da Universidade”, proferida por José Barata-Moura, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
O primeiro Painel do dia, com o tema “Os Múltiplos Desafios da Reafirmação e Renovação da Missão das Instituições de Ensino Superior”, terá como moderador Jorge Bento (Professor Catedrático Aposentado da Universidade do Porto | Portugal) e os prelectores Valdemar Sguissardi (Professor Titular Aposentado da Universidade Federal de São Carlos e da Universidade Metodista de Piracicaba | Brasil), Pedro Lourtie (Presidente do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Leiria | Portugal) e Ana Mondjana (Vice-Reitora da Universidade Eduardo Mondlane | Moçambique).
O segundo Painel do dia, intitulado “Os contributos do Ensino Superior face aos novos Desafios Societais”, moderado por Luiz Dourado (Professor Titular da Universidade Federal de Goiás | Brasil), também incluirá três prelectores: Pedro Miguel Dominguinhos (Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal | Portugal), Aurobindo Xavier (Presidente da Sociedade Lusófona de Goa | Índia) e Aurélia Rodrigues Almeida (Coordenadora da Escola de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau | Macau).
No dia 29, o terceiro e último Painel, “Sustentabilidade, Inovação e Internacionalização na Educação Superior”, moderado por Joaquim Ramos de Carvalho (Vice-Reitor da Universidade de Coimbra | Portugal), envolverá, igualmente, três prelectores: Maria do Rosário Sambo (Reitora da Universidade Agostinho Neto | Angola), Paulino Fortes (Ex-Reitor da Universidade Pública de Cabo Verde) e Luiz Roberto Liza Curi (Conselho Nacional de Educação | Brasil), assim como, a realização de sessões paralelas e especiais.
No final da Conferência, dia 30, terá lugar a Assembleia Geral – FORGES, será eleito o País que acolherá a 7ª Conferência, ao que tudo indica, Moçambique, haverá a Conferência de Encerramento, proferida por José Dias Sobrinho (Professor Titular Aposentado da UNICAMP | Brasil), e a Sessão de Encerramento.
Quem é o Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (FORGES)?
O FORGES teve uma Comissão Instaladora em 2011, em Novembro de 2012 foram eleitos em Macau os órgãos sociais para 2012-2015 e, na Universidade de Coimbra, no âmbito da 5ª Conferência, foram eleitos os Órgãos Sociais do FORGES para 2015-2018, com um total de 31 investigadores e docentes do Ensino Superior oriundos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Macau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste.
No âmbito da cooperação com outras redes há a destacar os protocolos assinados com o Grupo Coimbra de Universidades Brasileiras (GCUB – Brasil), com a Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE – Brasil), com o Fórum Português de Administração e Educação (FPAE – Portugal), com a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd – Brasil) e com a Sociedade Lusófona de Goa (Índia).
Tendo como grande finalidade «desenvolver e consolidar uma rede de forma a articular e fazendo comunicar os membros dos órgãos de gestão das diferentes instituições de ensino superior, técnicos, responsáveis da administração ligada ao sector e investigadores cujo objecto de estudo centrem nas políticas do ensino superior, principalmente, no espaço dos países e regiões de língua portuguesa», os Órgãos Sociais eleitos para o período 2015-2018, têm a seguinte composição.