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Quarta-feira, Março 27, 2024

André Luiz

Espírito de identidade não revelada, que escolheu o nome de um dos irmãos de Chico Xavier para apresentar-se, André Luiz, revela-nos, através dos livros, a sua experiência no Mundo Espiritual. Com bons conhecimentos científicos e grande capacidade de observação, foi-lhe permitido relatar, através do médium Francisco Cândido Xavier, suas experiências como desencarnado.

Dele sabe-se apenas que foi médico sanitarista, no século XIX, e que exerceu sua profissão no Rio de Janeiro, Brasil. Segundo suas próprias palavras em “Mensagem de André Luiz, no livro Nosso Lar”, optou pelo anonimato, quando da decisão de enviar notícias do além-túmulo, por compreender que “a existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade”.

Declara Emmanuel, no prefácio de “Nosso Lar”, que ele, “por trazer valiosas impressões aos companheiros do mundo, necessitou despojar-se de todas as convenções, inclusive a do próprio nome, para não ferir corações amados, envolvidos ainda nos velhos mantos da ilusão.”

Alguns espíritas, talvez mais levados pela curiosidade do que por fins práticos, já criaram algumas hipóteses sobre a identificação do médico carioca desencarnado, mas são apenas especulações sem maior solidez ou confirmação pelo próprio André Luiz.

Uma das hipóteses é que ele teria sido Oswaldo Cruz. Uma leitura atenta de Nosso Lar, aliada a algum conhecimento da biografia do cientista brasileiro, levará à constatação de que são personalidades distintas uma da outra. André Luiz fora filho de um comerciante (capítulo 16), enquanto que Oswaldo Cruz era filho de Bento Gonçalves Cruz, médico veterano da Guerra da Tríplice Aliança. Adicionalmente, recorde-se que Oswaldo Cruz desencarnou em 1917, vítima de insuficiência renal, sendo que André Luiz desencarnou em decorrência de oclusão intestinal derivada de elementos cancerosos (capítulo 4) e, tendo passado “mais de oito anos” nas regiões umbralinas (capítulo 7), estava ainda se adaptando à vida em Nosso Lar, para onde acabara de ser levado, quando recebeu a notícia de que era agosto de 1939. Portanto, deve ter desencarnado por volta de 1929 ou 1930.

O primeiro livro de André Luiz é de 1943. Neste livro ele descreve sua chegada ao plano espiritual, iniciando pelo período de perturbação imediata após a morte, seguindo pelo seu restabelecimento e primeiras atividades, até o momento em que se torna “cidadão” de “Nosso Lar”, colônia espiritual que dá nome ao livro.

Seguem outras 15 obras, que compõem uma coleção intitulada A Vida no Mundo Espiritual, que, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, descrevem experiências e estudos do autor no plano espiritual.

Coleção A Vida no Mundo Espiritual

  1. Nosso lar (1943)
  2. Os Mensageiros (1944)
  3. Missionários da luz (1945)
  4. Obreiros da vida eterna (1946)
  5. No mundo maior (1947)
  6. Libertação (1949)
  7. Entre a Terra e o céu (1954)
  8. Nos domínios da Mediunidade (1955)
  9. Ação e Reação (1957)
  10. Evolução em Dois Mundos (1958)
  11. Mecanismos da mediunidade (1960)
  12. Sexo e destino (1963)
  13. E a vida continua… (1968)

Obras complementares

  1. Agenda cristã (1948)
  2. Conduta espírita (1960)
  3. Desobsessão (1964)

A obra mediúnica de André Luiz teve, e ainda tem, uma influência considerável sobre o movimento espírita. Suas descrições do plano espiritual – tornando mais preciso e detalhado nosso conhecimento do mesmo – estabelecendo novo patamar de compreensão da vida espiritual.

 

Resumo das obras

Nosso Lar – 1943

Nesta obra, André Luiz apresenta Nosso Lar – uma colônia espiritual -, transmitindo suas observações e descobertas na mesma, atuando como um repórter que relata suas próprias experiências no plano espiritual. Em sua narrativa, destaca o encontro com a própria consciência como a maior surpresa diante da morte carnal.

O livro nos permite de certa forma antever o que poderá estar a nossa espera após abandonarmos o corpo carnal pela morte física, além de comprovar ser a Terra oficina sagrada onde o homem deve aprender a elevar-se, aproveitando dignamente a oportunidade que o Senhor lhe concedeu.

Os Mensageiros – 26 de fevereiro de 1944

Este livro revela que a morte física descortina a vida espiritual em contínua evolução. Relata as experiências de vários espíritos que reencarnaram com trabalhos programados, necessários aos seus próprios aprimoramentos. É evidenciada ainda a oportunidade de trabalho dos médiuns, alertando-os quanto à necessidade da prática dos ensinamentos na esfera íntima, a fim de se evitar o retorno ao plano espiritual sem o cumprimento dos compromissos assumidos. Em 51 capítulos, apresenta as experiências da vida comum de servidores do Espiritismo, elucidando temas como: culto doméstico, doutrinação, calúnia e pavor da morte.

Missionários da Luz – 13 de maio de 1945

André Luiz desvenda aqui os segredos da reencarnação, revelando a tarefa dos espíritos missionários encarregados do processo do renascimento. Em vinte capítulos, discorre sobre a continuação do aprendizado na vida espiritual, o perispírito como organização viva moldando as células materiais, a reencarnação orientada pelos espíritos superiores e aspetos diversos das manifestações mediúnicas. O livro ensina que a Providência Divina concede, sempre, ao homem, novos campos de trabalho, através da renovação incessante da vida por meio da reencarnação.

Obreiros da Vida Eterna – 25 de março de 1946

Em 20 capítulos, analisa a experiência dos espíritos no plano espiritual, apresentando o trabalho dos obreiros de Jesus Cristo na assistência cristã, lutando contra as trevas e o sofrimento, fornecendo também notícias das zonas de erraticidade que envolvem a crosta terrestre.

O livro objetiva mostrar que a morte não modifica milagrosamente o homem, que é fruto de si mesmo, no cumprimento das leis divinas, buscando equilíbrio e evolução.

“Ninguém morre. O aperfeiçoamento prossegue em toda parte. A vida renova, purifica e eleva os quadros múltiplos de seus servidores, conduzindo-os, vitoriosa e bela, à União Suprema com a Divindade.”

No Mundo Maior – 25 de março de 1947

André Luiz focaliza aspectos da vida no mundo espiritual e da comunicação entre seres desencarnados e encarnados, especialmente durante o repouso do corpo físico. O autor espiritual fornece esclarecimentos sobre as causas do desequilíbrio da vida mental e apresenta os correspondentes tratamentos espirituais. Sob forma romanceada, analisa temas como aborto, epilepsia, esquizofrenia e mongolismo, destacando o socorro imediato prestado aos necessitados pelos trabalhadores espirituais, que evitam, o quanto possível, a loucura, o suicídio e os extremos desastres morais. O livro revela a importância do conhecimento científico, mas ressalta a supremacia da terapêutica do amor.

Agenda Cristã – 18 de junho de 1947

Pequeno curso de espiritualidade que André Luiz apresenta, não se tratando de presunçoso ementário de recomendações rigoristas. É mensagem amiga para companheiros que reclamam diretrizes dos espíritos, como se o verdadeiro trabalho salvacionista residisse fora deles mesmos. Ele apresenta a palavra do nosso plano de luta, onde aprendemos que o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio “eu”. Não se trata, portanto, de manual pretensioso. Aqui o leitor observará somente a lembrança dos antigos ensinos do mestre Jesus Cristo, em novo acondicionamento verbal, de modo a recordarmos com ele que o reino divino – edificação de Deus no homem – em verdade jamais surgirá no mundo por aparências exteriores.

Libertação – 22 de fevereiro de 1949

André Luiz destaca o trabalho dos espíritos superiores no esforço de conversão ao bem do espírito Gregório, que culmina com o inesquecível reencontro com sua mãe, espírito de escol, rendendo-se ao chamamento irresistível do amor. O livro focaliza a senda evolutiva do ser além do corpo físico, objetivando esclarecer que “a cada um será dado de acordo com suas obras”. A obra testifica ainda a misericórdia divina concedendo a todos abençoadas oportunidades de libertação pelo estudo, pelo trabalho, e pelo perseverante serviço na prática do bem.

Entre a Terra e o Céu – 23 de janeiro de 1954

Renovando seu interesse em nosso aprimoramento íntimo, André Luiz revela a história de Amaro, Zulmira e Odila, dentre outros, recuando nos acontecimentos de suas anteriores existências, desde a Guerra do Paraguai até os dias do Rio antigo. Em seu prefácio, Emmanuel nos assegura que “os quadros fundamentais da narrativa nos são intimamente familiares”, como a tormenta do ciúme, as lutas cotidianas para aquisição do progresso moral e os desajustes em família.

Objetiva mostrar a vida comum das almas que aspiram à vitória sobre si mesmas, aproveitando o tempo para a aquisição do progresso moral.

Nos Domínios da Mediunidade – 3 de outubro de 1954

André Luiz analisa os vários aspetos da mediunidade, enaltecendo o esforço dos médiuns fiéis ao mandato espiritual recebido antes da reencarnação e advertindo sobre os riscos do intercâmbio mal conduzido entre os dois mundos. Trata da psicofonia, do sonambulismo, da possessão, da clarividência, da clariaudência, do desdobramento, da fascinação, da psicometria e da mediunidade de efeitos físicos, entre outros temas, objetivando ressaltar a importância da sintonia do pensamento no trabalho mediúnico.

Ação e Reação – 1 de janeiro de 1957

Aqui é encontrada uma descrição das regiões inferiores da esfera espiritual e do sofrimento a que se projeta a consciência culpada, após a morte do corpo físico. São apresentados estudos de casos reais, oferecendo orientações sobre o débito aliviado, a lei de causa e efeito, os preparativos para a reencarnação, os resgates coletivos e o valor da oração. O autor mostra-nos que as possibilidades na atual existência estão vinculadas às ações em existências passadas, do mesmo modo que as ações na atualidade condicionarão as possibilidades futuras.

Evolução em Dois Mundos – 21 de julho de 1958

Para estudar o processo evolutivo do ser, André Luiz alia os conceitos da ciência com a mensagem consoladora de Jesus reavivada pelo Espiritismo, oferecendo admirável estudo científico sobre o harmonioso elo existente na evolução da alma nos dois planos da vida: o mundo material e o mundo espiritual. Em sua primeira parte, trata do fluido cósmico, corpo espiritual, evolução e sexo, mediunidade, alma e reencarnação, dentre outros temas. Na segunda parte, através de perguntas e respostas, trata de questões como matrimônio e divórcio, gestação frustrada, determinação do sexo, aborto criminoso, dentre outros assuntos relevantes

Mecanismos da Mediunidade – 6 de agosto de 1959

Apresenta o estudo e a explicação espírita da mediunidade à luz da ciência. Oferece aos médiuns e estudiosos do tema os recursos para a compreensão de complexas questões da física e da fisiologia que, inteligentemente, vão sendo relacionados com os inúmeros aspectos da mediunidade. Destaca que, além dos conhecimentos necessários, surgem os impositivos da disciplina e da responsabilidade como fatores de aprimoramento das criaturas que se devotam ao intercâmbio com o mundo maior, dentro dos princípios do evangelho à luz da doutrina espírita.

Traz, em 26 capítulos, conceitos sobre energia, átomo, onda mental, química nuclear, reflexos condicionados, ideoplastia, psicometria e obsessão, dentre outros.

Conduta Espírita – 17 de janeiro de 1960

Coletânea de mensagens esclarecedoras que indicam como agir perante as múltiplas situações e opções que se apresentam na vida do homem. Nas palavras de Emmanuel: “abraçando o Espiritismo pedes, a cada passo, orientação para as atitudes que a vida te solicita (…) Não encontramos aqui páginas jactanciosas com a presunção de ensinar diretrizes de bom-tom, mas simples conjunto de lembretes para uso pessoal no caminho da experiência. (…) Assim, ler este livro equivale a ouvir um companheiro fiel ao bom senso. E, se o bom senso ajuda a discernir, quem aprende a discernir sabe sempre como deve fazer”.

Preceitua ainda a necessidade de aperfeiçoamento, ressaltando que o exemplo digno é a base para toda e qualquer realização respeitável.

Sexo e Destino – 4 de julho de 1963

Que efeito terá para o espírito imortal em sua vida futura, em seu destino, suas experiências sexuais e sua conduta, quando encarnado?

Este livro objetiva afirmar a aplicação da lei de causa e efeito na retificação do caminho evolutivo. Apresenta 28 capítulos divididos em duas partes: a primeira, psicografada por Waldo Vieira e a segunda por Francisco Cândido Xavier. O leitor encontrará neste livro respostas às suas indagações sobre o relacionamento sexual humano, com as implicações na vida do espírito imortal, possibilitando-lhe que “aprenda com a biblioteca da experiência”. Sexo e destino, amor e consciência, liberdade e compromisso, alcoolismo, culpa e resgate, lar e reencarnação são, dentre outros, os temas abordados nesta obra.

Desobsessão – 2 de janeiro de 1964

Este livro presta valioso auxílio àqueles que se propõem a tratar, com a devida seriedade, em reuniões específicas do centro espírita, o grave problema da obsessão, que, como as mais diferentes e temíveis doenças do corpo físico, se constitui em flagelo da humanidade.

Objetiva ainda esclarecer que a desobsessão é trabalho de amor conjugado ao conhecimento dos princípios do Espiritismo, abordando temas que orientam os trabalhadores desde o preparo para uma reunião ao despertar, cuidados com a alimentação, superação de impedimentos, pontualidade, manifestações, passes, educação mediúnica, até o encerramento da reunião.

E a Vida Continua… – 18 de abril de 1968

Tem como tema principal a condição mental dos habitantes da espiritualidade, apresentando o retrato espiritual da criatura ao desencarnar, com o objetivo de demonstrar que a vivência dos habitantes do Além está relacionada com sua condição mental.

Ensina a prática do auto-exame na certeza de que a vida continua plena de esperança e trabalho, progresso e realização, ajustada às leis de Deus, com vistas a preparar cada alma para o que virá depois da morte. Em 26 capítulos, traz a história de personagens reais que, desencarnados, deparam-se com o amparo dos amigos espirituais, incentivando a renovação por intermédio do estudo e do trabalho, preparando-os para rever sua vida e traçar novas diretrizes.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90



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