Nem sei o que digo, imaginei um carpe diem para me preencher de coisas inexistentes e caminhar nem e com elas a falésia do absurdo decorado nas paredes da minha ainda e possível imaginação
Carpe diem, é como me quero, dizem por aí. Uma flor desabrochada num jardim de lezírias e encantos surdos, a cor do vento nas entrelinhas do meu silêncio e caminho, consumido pelas ostras de um requiem qualquer.
“sinto saudades de mim mesmo”
Aqui, deitado nesta rela de cela alguma sorver o cântico do destino como uma melodia repleta de buracos e cordas de violas crestadas de alegorias para disfarçar.
Quero-me ainda assim o mesmo, o das volúpias e fandangos amarrotados no lençol das quimeras e sonhava fados perdidos no sótão das minhas ainda ilusões, tilintares raros num telhado de vidro onde poisam gotas nobres de chuvas vagarosas e encantado apenas porque sim, que importa?
“sinto saudades de mim mesmo”
Nem sei o que digo, imaginei um carpe diem para me preencher de coisas inexistentes e caminhar nem e com elas a falésia do absurdo decorado nas paredes da minha ainda e possível imaginação, os pássaros passarão e eu por aqui ainda, sorvo do leito verde das minhas entranhas e de coisas estranhas, contento-me tem que ser e que adianta descontentar-me com esta tão pura da razão crítica?
Amanheço, deslavo como um escrevo este cravo que acalento na álgebra dos meus pijamas rotos e amarrotados de felicidade que apenas a idade descobrirá, sim, acredito que daqui a muitos anos ainda a cantarei aos meus discípulos acabados de nascer desta nascente de águas sóbrias num sentido único.
“sinto saudades de mim mesmo”
Num dos braços uma tatuagem
“amo-te mãe”
e sobre ela um coração de esperança, sim, acredito que voltarei dure o tempo que durar, a minha esperança, garanto, muito depois de mim!
A minha mãe sorri encantos de quando nasci, bebia leite sôfrego para crescer muito depressa, sim, era a pressa de um fim anunciado já diziam os jornais da época, folhas vagas e duras como o aço que o meu coração ostenta.
“sinto saudades de mim mesmo”
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