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Bandeirantes, caçadores de índios, derrotados em M’Bororé

Os bandeirantes se tornaram, com o tempo, uma milícia paramilitar dedicada principalmente a sequestrar índios para escravizá-los, combater os nativos revoltados contra o domínio português, também contra quilombos e para encontrar ouro ou prata.

  • 22 Outubro, 2020
  • José Carlos Ruy, em São Paulo
  • Posted in Ensaio
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Quando Domingos Jorge Velho propôs ao governo de Pernambuco lutar contra o quilombo de Palmares, em 1691, a dupla fama dos bandeirantes o precedeu – a de especialistas na “guerra do mato”, que as tropas oficiais, e formais, do governo dominavam mal; e a de foras da lei, que mal se enquadravam nas normas oficiais e, dizia-se então, pouco respeitavam a propriedade do colonos. Ao deixar a guerra contra os janduí para ir contra Palmares, ele e sua tropa teriam se apropriado de 6 mil cabeças de gado de criadores do Rio Grande o Norte.

Essa fama dos bandeirantes refletia ações já centenárias. Já em 1562, em plena guerra dos Tamoio, João Ramalho atacou tribos do rio Paraíba do Sul para sequestrá-los e vender como escravos.

Os bandeirantes se tornaram, com o tempo, uma milícia paramilitar dedicada principalmente a sequestrar índios para escravizá-los, combater os nativos revoltados contra o domínio português, também contra quilombos e para encontrar ouro ou prata.

Mas, como registrou John Manuel Monteiro, num livro que já se tornou um clássico moderno, a “penetração dos sertões sempre girou em torno do mesmo motivo básico: a necessidade crônica da mão de obra indígena para tocar os empreendimentos agrícolas dos paulistas”. Com o tempo – a partir do final do século 16 e início do século 17 – as bandeiras se transformaram em “corpos paramilitares de ataque ao sertão”. O grosso das tropas era formado por índios aliados, acompanhados por algumas dezenas de brancos ou mestiços, além de escravos negros.

Portugal e Espanha se acertaram a respeito da divisão do mundo descoberto com a intermediação do papa Alexandre VI, o patrocinador do Tratado de Tordesilhas, que dividiu as áreas portuguesas e espanholas no mundo.



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Assim, a América do Sul – e o Brasil, ainda não descoberto na altura da assinatura do tratado (1494) – ficou dividida por uma linha imaginária que ia desde as atuais Belém do Pará até Laguna (SC). Cabia a Portugal a soberania sobre as terras que ficavam a leste da linha de Tordesilhas, e as terras a oeste ficavam sob soberania espanhola.

Dessa forma, quase todo o atual estado do Paraná ficou sob domínio espanhol, subordinado, desde 1617, ao governo colonial no Paraguai. Era então conhecido como Guayrá, e seus limites eram os rios Iguaçu (sul), Paraná (oeste), Paranapanema (norte) e a linha do Tratado de Tordesilhas (leste).

Desde mais ou menos 1600 os jesuítas estabeleceram, nas proximidades dos rios Paranapanema, Paraná, Iguaçu e Tibaji (ou Tibajiva), “reduções”, aldeias onde juntavam índios para a catequese. As reduções eram então refúgio seguro para proteger os guaranis das investidas dos bandeirantes de São Paulo e dos “encomenderos” paraguaios. Por essa época, a “união dinástica” de Portugal e Espanha (1580-1640) fragilizou, de certa maneira, o respeito ao limite constituído pela linha de Tordesilhas.

Aumentaram então os ataques às reduções. A bandeira de Nicolau Barreto, em 1602, ficou no sertão até cerca de 1604, sendo provável que tenha chegado ao Guayrá. Ao voltar a São Paulo, trouxe um número enorme de cativos; algumas fontes supõe que tenham sido 3 mil.

Na ocasião foi raro o ano em que não tenha ocorrido algum ataque bandeirante.

Em 1623, uma bandeira chefiada por Manuel Preto mobilizou praticamente todos os homens de São Paulo. Aquele ataque sequestrou cerca de 3 mil cativos para serem vendidos como escravos.

A partir de 1627, aumentaram ainda mais os ataques bandeirantes, que sequestravam índios fora das reduções; a partir de 1629 começaram a atacar também as reduções no Guairá.

Entre 1628 e 1629, uma bandeira, com Antônio Rapso Tavares à frente, formada por 69 brancos, 900 mamelucos e 2 mil indígenas, destruiu 13 reduções jesuíticas no Guayrá, e voltou para São Paulo, em maio de 1629, trazendo, calcula-se, 20 mil cativos.

Houve ataques bandeirantes em 1631, e 1632, 1638. Em 1632 outro grande ataque no Paranapanema capturou e levou para São Paulo os que haviam sobrevivido a ataques anteriores à Vila do Espírito Santo.

Os jesuítas e as lideranças indígenas das reduções tomaram medidas para se defender. No final de 1631, construíram canoas e balsas – o registro histórico diz que foram mais de 700 -, e reuniram mais de 12 mil índios naquilo que ficou conhecido como o “Êxodo Guairenho”. Navegaram pelos rios Paranapanema e Paraná, enfrentando grandes obstáculos – sobretudo as cataratas do Iguaçú e as Sete Quedas, que foram ultrapassadas a seco, por terra, com os barcos e canoas sendo empurrados. Apenas 4 mil chegaram, em março de 1632, à região dos Tapes, no atual Rio Grande do Sul – onde hoje fica a Região das Missões, no Noroeste do estado – local no qual foram reforçados por mais 2 mil guarani.

O grande acontecimento do início da década de 1640 foi a derrota bandeirante na batalha de M’Bororé – em território do atual município gaúcho de Porto Vera Cruz.

Esta que é considerada a primeira batalha naval na América do Sul, foi precedida por uma grande e meticulosa organização dos guarani – e também dos bandeirantes.

Os jesuítas haviam conseguido apoio do governo do Rio da Plata, em Buenos Aires, que enviou militares para treinar os índios. Em 21 de maio de 1640 obtiveram, diretamente do rei da Espanha, Felipe IV, autorização para os índios usarem armas de fogo.

O comando militar guarani coube aos caciques Ignácio Abiarú, Nicolás Nhienguirú e Francisco Mbayroba.

No início de setembro de 1640, partiu de São Paulo uma grande bandeira com cerca de 3.500 homens bem armados, liderados por Jerônimo Pedroso de Barros e Manuel Pérez. No final de 1640, chegou aos jesuítas a notícia de que a grande bandeira estava a caminho para atacar as reduções, cujas forças defensivas eram formadas por 4.200 homens e centenas de canoas, e uma balsa armada com uma peça de artilharia. Tinham também cerca de 300 arcabuzes e algumas peças de artilharias, mas a maioria dos guarani estava armada com arco e flecha. As armas dos guarani chegavam a ser curiosas, mas foram eficientes. Por exemplo, uma catapulta que lançava troncos em chamas; ou canhões de taquaruçu, um bambu gigante comum na região; eram revestidos de couro e podiam disparar até quatro tiros.

Em 8 janeiro de 1641, ao saber da proximidade dos bandeirantes, os guarani foram agrupados nas margens do corrego Mbororé (hoje chamado de “Once Vueltas”), na margem ocidental do Rio Uruguai, em território que hoje pertence à província argentina de Misiones. A batalha teve início em 11 de março de 1641, e durou cinco dias.

Os bandeirantes foram derrotados na batalha fluvial e em seguida seu acampamento foi cercado; foram perseguidos durante a fuga. Dos 3500 iniciais da bandeira, apenas cerca de 120 conseguiram voltar a São Paulo.

Inconformados com a derrota, os bandeirantes ainda tentaram um novo ataque, e outra bandeira chegou à região no final de 1641. Acamparam nas margens do Rio Yabotí Guazú, onde foram atacados e novamente derrotados. Desde então os bandeirantes deixaram de atacar as reduções.

Para o historiador Darcy Ribeiro, no tempo em que durou, a ação bandeirante deve ter aprisionado mais de 300 mil guarani, levados como escravos.

A derrota bandeirante significou, para os guarani da região das Missões cerca de um século de vida pacífica e estável. Mas esta é outra história (continua).


Texto em português do Brasil


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José Carlos Ruy, em São Paulo
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