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Sexta-feira, Abril 26, 2024

Canção Zen

Eduardo Águaboa
Eduardo Águaboa
Escritor, Ensaísta, Comentador político especializado em ideias gerais

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Voltou ao sítio onda a deixou, no Bar dos Canalhas, mas não a encontrou.

Quanto à fonte inspiradora, o autor, no seu estilo intenso, puro e colorido, era essa canção que lhe matava a sede, era, digamos, o seu copo de água.

Quem ouvia essa melodia, embora cercada de mentiras, saíam-lhe do peito suspiros redondos, pois o compositor e autor das palavras revestiu a musa de belas roupas, mas pôs-lhe o coração todo nu.

Talvez por isso esta canção eram mais ideais do que rendimentos.

Aqui chegada, a canção pensou que a rapariga fugira para outra melodia, talvez com mamas mais personalizadas, logo mais rentável, e começou a deixar-se consumir por ciúmes.

Incapaz de se mover sozinha, acendeu a memória e, quase doente, ficou à espera. Talvez ela, com pena, voltasse.

Mas permaneceu calada…nenhum sinal.

Já em estado febril a canção viu tudo a arder: A casa antiga, a praia, o Bar dos camaradas canalhas, os namorados, toda a infância que a letra abordava.

E começaram a vir-lhe à cabeça versos tailandeses.

Todos sabemos o que esses versos, assim como o tempo, fazem às coisas; montam-lhes o cerco, seca-as por dentro e por fora.

Então, já quase a desfalecer de mágoa e de saudades, a canção foi procurar refúgio dentro de um sonho.

Cumprindo desse modo o desígnio do autor que a intitulou…

…QUERO-TE FRACA!

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