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Quinta-feira, Abril 18, 2024

De pesadelo em pesadelo

Luís Fernando, em Luanda
Luís Fernando, em Luanda
Jornalista, correspondente do Tornado em Angola

Ganhou fama o recente corrupio, lá por casa, de especialistas em assuntos de sono e conexos, desde o mestre Mamadou Diaobé que se faz anunciar há anos numa coluna privilegiada do jornal local, o “Já-é-Amanhã” (JA) – uma espécie de versão encolhida de Correio da Manhã de Portugal –, ao notável Mister Sam, um inglês sabedor de truques que dá continuidade a um velho negócio de família já com cinco gerações envolvidas.

Ao que consta, Sérgio Inocente continua sem paz à noite, dorme cada vez menos horas e pondera a hipótese de simplesmente não se dar ao trabalho de ir para a cama quando a noite cai, porque não há serventia na rotina: «fico numa vigília técnica toda a noite e aproveito para ler estratégias e planos de ataque eleitoral», disponibilizou-se.

Há uma razão material para o candidato, que sonha com o palácio, viver o tormento que vive. E é por ela existir que tanto os gurus das «ciências obscuras» (Mamadou Diaobé & amigos) como os moldados na verdadeira escola do conhecimento, com Mister Sam na frente de ataque, não conseguem dar com a resposta certa para o mal de sono que derruba aos bocados o marido de Zumba Inocente. Chama-se Jordão de Lemos a causa objectiva dos desalinhos nocturnos de Sérgio Inocente!

«Não tenho hipóteses, o homem é fortíssimo», deixou-se derrubar o candidato independente Sérgio Inocente depois que, oficialmente, o partido “Vitória Certa” avançou com o nome do seu cabeça de lista.

Em todas as eleições em que concorrera do mesmo modo como o fará agora em 2017, seis ao todo – sem máquina partidária, apoiado apenas na audácia dos seus quereres e no incentivo e intuição do seu amor de toda a vida, Zumba – a fórmula que lhe foi assegurando alguma notoriedade era atacar os adversários com o discurso da corrupção e da fraude. Desta vez, reconheceu com uma honestidade bíblica o fracasso do método logo à partida: «deste homem, nunca ouvi comentar que tenha roubado sequer um abacate. E agora?»

São as voltas que tem de dar à cabeça para tentar descobrir uma rota alternativa do seu adversário mais importante e perigoso nesta fase do processo. Porém, Sérgio Inocente é um sobrevivente de sucessivos vendavais, algum coelho haverá de sacar da cartola, nem que seja dos que se assustam com os aplausos da plateia.

«Por enquanto, até descobrir coisa melhor, é insistir na fraude. Sempre que tiver um microfone pela frente, toca a disparar a arma da fraude. Que o processo está todo viciado, ora bem!», consolou-se Sérgio.

O autor escreve em PT Angola

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