Para a OMS, não é correto que adultos jovens e saudáveis dos países ricos sejam vacinados antes de idosos e profissionais de saúde das nações pobres. Fim da pandemia não virá vacinando-se apenas países ricos.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um alerta nesta quarta-feira, 27, sobre o fato de três quartos das vacinas contra o novo coronavírus aplicadas no mundo estarem concentradas em apenas dez países e voltou a cobrar uma imunização mais igualitária.
“As vacinas estão sendo administradas em mais de 50 países de todo o mundo, quase todos, nações ricas, e 75% das doses foram para apenas 10 países”, afirmou o líder da agência, durante um debate realizado na assembleia parlamentar do Conselho Europeu.
Segundo Tedros, não seria correto que os adultos mais jovens e saudáveis dos países ricos sejam vacinados antes dos idosos e trabalhadores de saúde das nações pobres. “Espero que compreendam”, disse.
Para o etíope, a situação se agrava porque a maioria dos fabricantes dá prioridade à aprovação dos órgãos reguladores de nações mais desenvolvidas, em vez de apresentar documentação completa à OMS, para liberação emergencial.
“A igualdade da vacina não é só um imperativo moral. Acabar com a pandemia depende disso”, garantiu Tedros.
Para o diretor-geral da OMS será crucial que o programa Covax, a iniciativa internacional para levar a campanha de vacinação em massa para todos os países, receba doses extras o mais rápido possível e não dependa de “restos que ficarão depois de muitos meses”.
O Covax recebeu contribuições financeiras de muitos países europeus, mas Tedros afirmou que o montante arrecadado está longe do necessário para garantir vacinas para todas as nações menos desenvolvidas.
Um estudo publicado nesta semana pela fundação de pesquisa da Câmara Internacional de Comércio, citado nesta quarta-feira pelo diretor-geral da OMS, indicou que uma política de “nacionalismo” na vacinação pode custar até US$ 9,2 bilhões da economia mundial, sendo que US$ 4,5 bilhões deste total recairiam sobre os países mais ricos.
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado