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João de Sousa

Quinta-feira, Abril 25, 2024

David Fonseca em Almeirim

ENTREVISTA

A celebrar 20 anos de carreira, David Fonseca encontra-se nesta altura a percorrer o país apresentando o seu mais recente trabalho discográfico – “Radio Gemini”. Próximo sábado, dia 25, no Cine-Teatro Municipal de Almeirim.

Com um percurso musical iniciado em 1998 enquanto líder do grupo Silence 4, David Fonseca é um dos músicos nacionais mais profícuos – dois álbuns com os Silence 4; sete discos a solo; um disco em estúdio e outro ao vivo com o projecto de homenagem a António Variações, Humanos; concepção e produção do disco de homenagem a David Bowie – “Bowie 70”- que contou com a participação de Ana Moura, António Zambujo, Áurea, Camané, Rui Reininho ou Tiago Bettencourt, entre outros.

A celebrar 20 anos de carreira, David Fonseca encontra-se nesta altura a percorrer o país apresentando o seu mais recente trabalho discográfico – “Radio Gemini”.

A este propósito conversámos brevemente com o músico oriundo de Leiria tendo como pano de fundo o espectáculo a realizar no próximo sábado, dia 25, no Cine-Teatro Municipal de Almeirim. Uma oportunidade para dar a conhecer um pouco mais sobre os actuais projectos de David Fonseca.

Já actuou em Almeirim ou no Cine-Teatro?

No Cine-Teatro local sei que não. Quanto a Almeirim, tenho dificuldade em confirmar. São já largas centenas de concertos pelo país desde que comecei esta aventura de ser músico.

Vem apresentar este conceito de Radio Gemini_Closer. O que é que o público irá ouvir e ver, em concreto, neste espectáculo?

Este é um espectáculo que dalguma forma cruza a ideia do vídeo com a ideia da música, uma espécie de um concerto multimédia. Diria mesmo que interactivo, no sentido em que estamos todos lá ainda que o vídeo e a imagem tenham um peso significativo. Mas é um espectáculo radicalmente diferente de qualquer coisa que tenha feito até à data, um espectáculo arriscado mas que eu julgo valer a pena pela proximidade com o público que é criada.

Radio Gemini

O mais recente trabalho discográfico de David Fonseca

 

Estreou este espectáculo no mês passado, introduzir elementos novos num concerto é um factor de inquietação para um artista?

Sempre que se faz um espectáculo novo há uma espécie de nervosismo no ar motivado por se estarem a experimentar coisas novas que anteriormente não se fizeram. Mas eu acho que é uma forma de manter um certo percurso ou seja, uma espécie de uma reinvenção que eu espero agrade tanto ao público quanto o me tem agradado a mim.

Sobre o processo de composição: primeiro escreve a letra e depois adiciona o instrumental? O contrário ou em simultâneo? Dá mais importância a alguma destas componentes?

Nem uma, nem outra, não costumo escrever nada em primeiro lugar. Acho que quando se compõe, tudo vale: às vezes acontece de uma maneira, outras de outra…outras vezes acontece a partir de um ritmo qualquer, outras vezes porque se vê uma coisa na rua… não há uma forma muito específica de escrever canções. Aliás, se houvesse e se eu soubesse, escreveria muitas mais, mas na realidade é um processo muito mais caótico do que se possa imaginar. A ideia romântica de escrever poemas e depois musicá-los ou ter uma música e escrever um poema, haverá muita gente que o faz assim, provavelmente, mas eu não sou uma delas…eu sou extremamente caótico na maneira de abordar a criatividade e a criação.

É inevitável mencionar os Silence 4. São mais de 20 anos de carreira e, provavelmente, duas gerações de fãs. O David sente que há fãs incondicionais seus que não são particularmente apreciadores de Silence ou não conhecem o trabalho da banda? Será que para os fãs existe sempre uma ponte entre o trabalho dos Silence 4 e do David em nome próprio?

Quando se faz música durante muito tempo, existe um pouco de tudo – há pessoas que estou convencido que nem acompanharam a minha carreira a solo; há pessoas, por exemplo, que acompanham a minha carreira a solo que nem sequer ouviam Silence 4; e depois existirão os que ouviram as duas coisas e ainda outras que não ouviram nenhuma. Portanto…há um pouco de tudo… existirão pessoas que terão a disponibilidade para acompanhar os percursos, convindo não esquecer que é necessária alguma disponibilidade de tempo para acompanhar artistas durante tanto tempo, por isso é normal que ao longo dos anos apareçam novos, outros se vão embora e depois voltem… existirá um pouco de tudo.



No final do ano passado, o seu último disco – “Radio Gemini” – foi referido na media especializada com um dos melhores do ano mas também da sua carreira. Partilha dessa visão?

Bem é sempre complexo saber se é o meu melhor disco ou não. Acho sempre que o meu melhor disco é sempre o último por uma razão muito simples, porque quando faço discos novos, de alguma maneira estou com o machado a deitar abaixo o disco anterior. Ou seja, é como se os discos anteriores me empurrassem a fazer uma coisa que ainda não fiz, que seja diferente e, como tenho uma predilecção clara por fazer coisas novas, muito mais que recordar as que já fiz, tenho sempre uma energia e uma fé muito grandes naquilo que de novo estou a fazer, talvez tenha a ver com a minha relação com o presente que é muito viva.

E cada vez mais, tenho uma relação muito mais viva com o presente do que com o passado. Há pessoas que vivem muito na ideia do passado, na ideia das coisas que já aconteceram, mas eu prendo-me muito com a ideia do presente. Vivo mais no presente, do que propriamente com ideia no futuro, também não penso muito nisso.

Mas partilho da visão que é o meu melhor disco porque todos os meus últimos discos são sempre os meus melhores discos, do ponto de vista dessa novidade, dessa frescura que eu acho que está presente e depois, porque os discos quando se fazem falam muito acerca do presente. Portanto sinto-me sempre mais ligado aos discos que acabei de fazer e não aos meus discos que têm mais anos, que falam sempre de outras épocas e fases da minha vida e, este fala desta época agora. Nesse sentido, será o disco que está mais próximo de mim.

 

Vídeos

Silence 4

 

Homenagem a António Variações, Humanos

 

Homenagem a David Bowie – “Bowie 70”

 

David Fonseca

 

  • 25 Maio – Cine Teatro de Almeirim (Radio Gemini_Closer)
  • 08 Junho – Cine Teatro de Gouveia (Radio Gemini_Closer)
  • 09 Junho – Festas Antoninas 2019 / Famalicão
  • 14 Junho – Animar / Matosinhos
  • 15 Junho – Casino / Chaves
  • 19 Junho – Cine Teatro de Estarreja (Radio Gemini_Closer)
  • 04 Julho – Grandes Concertos / Casino do Estoril
  • 14 Julho – Calheta / São Jorge
  • 19 Julho – Summer Opening 2019 / Funchal
  • 21 Julho – Festa do Emigrante / Flores Açores
  • 26 Julho – Feira Arte Doce / Lagos
  • 28 Julho – Feira de San’Tiago / Setúbal
  • 09 Agosto – Douro Rock / Peso da Régua
  • 21 Agosto – TBA
  • 07 Setembro – TBA
  • 21 Setembro – Cosmopolite / Oslo (Radio Gemini_Closer)
  • 28 Setembro – Teatro Municipal Joaquim Benite / Almada (Radio Gemini_Closer)
  • 12 Outubro – TBA (Radio Gemini_Closer)
  • 08 Novembro – Centro Pastoral / Armação de Pêra (Radio Gemini_Closer)
  • 20 Novembro – TBA (Radio Gemini_Closer)
  • 27 Novembro – TBA (Radio Gemini_Closer)
  • 07 Dezembro – TBA (Radio Gemini_Closer)


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