O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste sábado (20) que o país “cumpriu seu dever” ao dar asilo a Julian Assange, fundador da organização Wikileaks, que se encontra na embaixada equatoriana em Londres há cinco anos“Equador cumpriu seu dever, demos asilo soberano e, finalmente, a Justiça sueca arquivou o caso”, declarou Correa durante seu informe semanal “Enlace Ciudadano”.
Assange era acusado de estupro pela Justiça sueca, e pediu asilo ao Equador por acreditar que a acusação era um pretexto para extraditá-lo para os Estados Unidos, onde responderia a processo por publicar documentos secretos do Exército norte-americano no site da Wikileaks.
Correa disse que seu país deu asilo ao ativista:
porque não havia garantias do devido processo legal, porque havia setores dos Estados Unidos que ameaçavam Assange até com a pena de morte, e a pena de morte é rechaçada por todos os organismos de direitos humanos, pela Constituição do Equador e pela Carta Interamericana de Direitos Humanos”
Nesta sexta-feira (19), a Promotoria sueca decidiu arquivar a acusação contra ele, alegando não ser possível notificá-lo. “Nunca quisemos obstruir o andamento” do processo na Justiça sueca, disse Correa, acrescentando que o promotor “podia interrogar Julian Assange na embaixada”. “Fizeram isso, mas depois de quatro anos, e demoraram outros oito meses para arquivar o processo, e enquanto isso Julian Assange passou quase cinco anos na Embaixada do Equador”, lamentou o presidente.
Ainda na sexta-feira, o chanceler equatoriano, Guillaume Long, pediu ao governo do Reino Unido que conceda um “salvo-conduto” a Assange, para que ele possa ir da embaixada do país em Londres até o aeroporto, onde pegaria um avião para o Equador, para poder usufruir de seu asilo político.
Mesmo com a investigação encerrada, o Reino Unido diz que ele será preso se sair da representação diplomática por pendências com a Justiça britânica.
Segundo o chanceler equatoriano, a ordem de prisão contra o australiano na Europa perdeu força legal. Portanto, não há nenhuma razão para impedir que ele possa sair da embaixada na capital britânica.
Agora a bola está no campo do Reino Unido, fizemos um pedido para que eles deixem o senhor Assange sair. Que ele saia e esse problema seja resolvido. Certamente, aqui na chancelaria equatoriana, estaremos fazendo todas as gestões diplomáticas para que assim seja Afirmou o diplomata.
É um tema de liberdade condicional que eles podem resolver, acredito, de forma imediata. Uma vez que isso seja resolvido pelo Reino Unido, Assange poderá enfim desfrutar de seu asilo e viajar para o Equador” Disse o chanceler.
Fonte: Opera Mundi | Texto original em português do Brasil
Exclusivo PV / Tornado