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Sexta-feira, Setembro 13, 2024

Et bien, je t’aime

Eduardo Águaboa
Eduardo Águaboa
Escritor, Ensaísta, Comentador político especializado em ideias gerais
"Nu sentado", Picasso
“Nu sentado”, Picasso

Nada como aquelas que no fim só lhe apetecia mandá-las para longe, para perto do rio Chui (Brasil), embora uma coisa não estivesse ligada à outra, mas esse rio, quando lá esteve pareceu-lhe que gostava de pôr as pessoas à vontade antes de as «matar».

Ora com essas telas ele tinha a mesma sensação. Um imbróglio cruzado que jamais conseguiu desvendar.

Voltando à tela, ao quadro, do parágrafo inicial.

Nesta tela, o pintor, que era canhoto, a beleza e a perfeição corporal também não foi descurada. Então, fê-la parecer um corpo em «chamas», algo que não sendo verdade, nela era tudo verdadeiro. Achando que não a devia dotar de segredos só lhe tapou a nudez colocando-lhe um anel de casada no respectivo dedo.

– Esta dignidade deve afastar os pensamentos perversos! Pensou.

Finda a Obra, o pintor que era canhoto e agia frequentemente em conformidade com o seu instinto de velhaco, passeou-se com ela numa sexta-feira pelo bar dos canalhas e, soltando gargalhadas malcriadas nas fuças dos curiosos, guardou-a só para si. Não só para que ela jamais pertencesse a outros olhos, mas para que o mundo nunca soubesse que tinha uma amante.

O pintor, que era canhoto, na vida real, estava farto de se dar a outros braços que não prestavam.

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