Confuso, após a sua publicação, disse que não era essa a sua ideia.
Que pretendera apenas descrever uma brincadeira intitulada “Morte Por Acidente”!
– Mas depois não tive mão nele. Juro!
O critico, com o dedo apontou no livro onde ficava o lugar mais merdoso da história, mas tentou acalmá-lo.
– Realmente, isto está brutal, mas, repara, provavelmente, um vagabundo a menos…pensa assim.
É muito possível, anuiu o poeta – aliviado – «de facto era um malandro como não havia igual na cidade» … «mas…» … «mas cada vez que penso nesse poema sinto-me um bocadinho perturbado.»
– Não tinha necessidade de assassinar o cabrão.
– Pá, não fiques assim – insistiu o critico – o tipo, segundo a tua descrição poética, era um malvado e depois o calor faz com que um homem se lembre de cometer estas coisas ou lembrar a um homem que estas coisas fazem calor.
O poeta, perante este último argumento, olhou o crítico fixamente e começou a urdir o «Morte por Acidente II»