Macron aproveitou estes dias que assinalam o fim da primeira Grande Guerra para visitar as zonas do Leste de França que então foram completamente reduzidas a cinzas e cacos pela Alemanha e, nesse terreno, avançar com propostas políticas para o futuro da Europa. O “verdadeiro exército europeu” foi uma delas. Tudo indica que a jogada lhe saiu mal.
Macron parece ter perdido o “dedo”. Aquele a quem tudo saia bem quando era apenas candidato, agora que é presidente, tudo parece sair-lhe mal. E cada vez que sai do seu palácio presidencial para ir ao encontro dos franceses e tentar a “reconciliação” (as suas taxas de popularidade estão “abaixo de Trump” e apenas 20% do eleitorado aceita votar no partido macronista nas “europeias” de Maio próximo…) acumula mais um desaire e levanta polémicas em que acaba por perder mais uns pontos de popularidade.
Agora, por estas terras onde uma massacrada França acabou por derrotar a Alemanha, com a preciosa ajuda de americanos e ingleses, Macron propôs, no meio de uma ruidosa polémica levantada pelo seu elogio ao traidor Pétain, a constituição de um “verdadeiro exército europeu”, rendendo-se a uma velha ideia de Merkel…
O rasgado elogio a Pétain (que acabou a sua vida política como o grande colaborador francês de Hitler e foi, depois de 1945, condenado à morte por um tribunal francês, acabando por morrer na prisão) levantou tal celeuma que, praticamente, não se ouviu mais nada do que ele disse. E, claro, contaminou imediatamente a proposta do tal “exército europeu” que só pode ser feito numa aliança com a Alemanha, a que será acrescentado um certo número de pequenos e médios Estados para “compor o ramalhete”.
A “leitura” emocional da proposta, feita por boa parte dos franceses, foi a de ver Macron a colocar-se como “herdeiro” de Pétain, numa linha de colaboração com a Alemanha. Mas se o quadro de apresentação da proposta foi pessimamente gerido, pior parece ser o timing escolhido para apresentar esta adesão a uma proposta de Merkel, já com algum tempo.
Merkel está de saída e já perdeu o controlo sobre o seu governo (de coligação com um enfraquecido SPD) e, sobretudo, sobre o seu partido que vai eleger daqui a três semanas um novo líder. Portanto, é uma proposta apresentada a um vazio de interlocutores válidos. E a resposta que veio da imprensa alemã não deve ter agradado nada a Macron. Esta é, portanto, uma proposta para ficar a pairar no ar… Talvez até aos resultados das próximas “europeias”, daqui a seis meses. Sendo, provavelmente, enterrada nessa noite eleitoral.
Também a fundamentação política da proposta é inexistente, reduzindo-se a um equívoco (a Limes chama-lhe, ver texto abaixo, uma “contradição em termos”…). E, entretanto (como a Limes também sublinha), a Inglaterra, que estando de saída da Europa não integrará esse “verdadeiro exército europeu”, investe em força na sua Defesa Nacional e reforça a sua posição de principal potência militar da Europa.
Vendo bem, Macron parece ter perdido não só o dedo mas também a mão…
Macron e L’Esercito Europeo
Il presidente francese Emmanuel Macron ha rilanciato l’idea di un “vero esercito europeo“, di un continente che “deve difendersi da solo, senza dipendere esclusivamente dagli Stati Uniti e in modo più sovrano”.
Sviluppare in Europa una comune cultura strategica è un chiodo fisso dell’inquilino dell’Eliseo.
Negli ultimi tempi, l’Ue ha lanciato una serie di programmi volti a mettere in comune le capacità dei vari paesi membri per sviluppare armamenti, migliorare la logistica e altre questioni di contorno. Manca però, in quanto tema più sensibile, la costruzione di vere e proprie Forze armate comuni, argomento sul quale sin dagli anni Cinquanta l’integrazione continentale si è sempre arenata.
Diversi Stati membri non gradiscono l’iniziativa di Macron. Non solo perché storicamente neutrali (Austria, Svezia e Finlandia non fanno parte della Nato, per esempio), ma pure perché vi scorgono la resurrezione di una strategia tipicamente francese, mirata a usare l’Ue, e in particolare il tandem con la Germania, come moltiplicatore di potenza. A far fare agli altri ciò che Parigi non riesce a fare da sola.
Non aiuta la retorica del presidente il ricorso al concetto di “sovranità europea”, un’autenticacontraddizione in termini poiché presupporrebbe che un leader della Francia invochi la volontaria rinuncia ai propri poteri in favore di una maggiore integrazione del continente, che ormai è ancora meno di un miraggio, di fronte alla crisi tedesca.
Londres e NATO
Nato e Regno Unito sono fra i motivi per cui difficilmente assisteremo alla nascita dell’esercito europeo vagheggiato da Macron. Lo dimostrano alcuni recenti e interessanti annunci del governo britannico.
Londra ha di recente aumentato di un miliardo di sterline il bilancio della Difesa, da dedicare al programma per i sommergibili nucleari Dreadnought e allo sviluppo di capacità di guerra antisottomarina e cibernetiche (ambito nel quale i britannici sono leader europei).
Non si tratta affatto di un episodio isolato, perché il piano di acquisizione di armamenti dell’esecutivo May prevede una spesa di 186 miliardi di sterline in dieci anni. Il funzionario responsabile di questa branca della Difesa, Stuart Andrew, ha giustificato il tutto con la volontà dimantenere un ruolo centrale nella Nato, anche dopo l’uscita dall’Ue.
Benché pronunciato negli Stati Uniti, tradendo l’evidente premura di persuadere Washington a non dismettere l’Alleanza atlantica, quest’ultimo commento è un utile promemoria. Serve a ricordare come il Regno Unito, per non perdere troppa rilevanza globale dopo il Brexit, lotterà duramente per conservare la Nato quale fondamentale erogatore di sicurezza del Vecchio continente. Con buona pace dei piani francesi.
Usa e Midterm, l’esercito europeo di Macron: il mondo oggi
Exclusivo Tornado / IntelNomics
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