
Albrecht Dürer e William Kentridge
Mais importante do que perder tempo a fazer selfies na Porta de Brandeburgo ou até visitar os inúmeros museus ao longo da famosa Unten den Linden, actualmente, o acto mais urgente a fazer em Berlim é não perder a exposição Double Vision, patente no Kulturforum, em Berlim.
Uma viagem através do trabalho minucioso do renascentista germânico Albrecht Dürer (1471-1529) e prolongado pela liberdade social do sul africano William Kentridge (nasceu em 1955, em Joanesburgo), reflectindo uma fascinante perspectiva do universo visual da impressão a preto e branco.
Nesta comparação de arte separada por meio milénio, como que se sobrepõem as proximidades temáticas e se conjugam as diferenças nos trabalhos destes dois mestres, acentuadas, desde logo, pela visão crítica da modernidade de Kentridge, de forte conotação social e antropológica, desafiando o conteúdo mais religioso e político do início da modernidade, mas onde se esboçavam já ensaios sobre a perspectiva rústica do que viria a ser o 3D. O resultado é um diálogo dinâmico entre duas eras mas com gritantes pontos de contacto.
Em exibição no Kulturforum, em Berlim, até 6 de Março, 2016, seguindo depois para o Staatliche Kunsthalle, em Karlsruhe, a partir de 10 de Setembro até 8 de Janeiro de 2017.