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Quarta-feira, Março 27, 2024

George Gershwin | Os primeiros anos

José Alberto Pereira
José Alberto Pereira
Professor Universitário, Formador Consultor e Mestre em Gestão

Gershwin era filho de imigrantes judeus russos. Apesar de nem a família e nem os amigos terem qualquer inclinação musical, Gershwin desenvolveu um interesse precoce pela música, devido às aulas onde ouvia composições populares e clássicas. A sua educação musical começou aos 11 anos, quando a família comprou um piano vertical em segunda mão, destinado à aprendizagem do seu irmão mais velho, Ira. No entanto, foi George quem os surpreendeu, tocando de forma elegante uma canção popular, que tinha aprendido ao ver um vizinho tocar. Com esta surpresa, os seus pais decidiram que seria George a receber as lições. Começou então a estudar piano com Charles Hambitzer, que o apresentou às obras dos grandes compositores clássicos. Hambitzer ficou tão impressionado com o potencial de Gershwin que recusou o pagamento das lições, tendo mais tarde escrito a sua irmã: “Tenho um novo aluno que deixará decerto a sua marca na música. O menino é um génio.”

George Gershwin

Gershwin continuou a estudar e a ampliar o seu conhecimento musical e técnica de composição ao longo de sua carreira. Os seus mentores foram personagens bastante díspares, como os idiossincráticos compositores americanos Henry Cowell e Wallingford Riegger, o tradicionalista Edward Kilenyi e sobretudo Joseph Schillinger, um teórico musical conhecido por sua abordagem matematicamente fundamentada da composição. Depois de abandonar a escola aos 15 anos, Gershwin passou a ganhar dinheiro tocando em clubes noturnos de Nova Iorque. O seu trabalho mais importante nesse período foi como compositor, provavelmente o mais novo em Tin Pan Alley, apresentando partituras para a editora musical de Jerome Remick. As vendas de partituras determinavam a popularidade de uma música e os compositores como Gershwin passavam longas horas tocando as músicas no piano para os seus potenciais clientes.

Embora a crescente criatividade de Gershwin tenha sido dificultada por seu período de três anos a tocar piano em Tin Pan Alley foi uma experiência que melhorou a sua destreza e aumentou a sua capacidade de improviso. Ainda adolescente, Gershwin já era conhecido como um dos mais talentosos pianistas de Nova Iorque, tendo acompanhado diversos cantores populares e atuado como pianista de ensaio em musicais da Broadway. Em 1916 compôs sua primeira música publicada, “When You Want Em You Can’t Get Em”, assim como a sua primeira composição para piano solo, “Rialto Ripples”. Começou então a atrair a atenção de músicos mais importantes na Broadway. O compositor de opereta Sigmund Romberg incluiu uma das canções de Gershwin no “The Passing Show” de 1916.

Estes primeiros tempos aumentaram significativamente o conhecimento de Gershwin sobre jazz e música popular. Ele gostava muito das canções de Irving Berlin e Jerome Kern, referindo-se a Berlim como “America’s Franz Schubert” e afirmando que Kern foi “o primeiro compositor que me fez consciente de que a música mais popular era de qualidade inferior, e que a comédia musical era feita de melhor material”. Gershwin inspirava-se no trabalho de Kern para compor peças para os teatros da Broadway. Em 1919, o ator Al Jolson cantou no musical “Sinbad” o tema “Swanee”, de Gershwin. A música tornou-se de imediato um grande sucesso, vendendo mais de dois milhões de discos e um milhão de partituras. Gershwin tornou-se uma celebridade quase da noite para o dia.

Nesse mesmo ano estreou “La La Lucille”, o primeiro espetáculo da Broadway para o qual Gershwin compôs a partitura inteira. As suas canções mais populares incluíam “The Best of Everything”, “Nobody But You” e “Tee-Oodle-Um-Bum-Bo”. Ainda em 1919, Gershwin compôs seu primeiro trabalho clássico, a peça “Lullaby” para quarteto de cordas. Tratava-se de um estudo em harmonia composto como um exercício para Edward Kilenyi, seu aluno. Ira Gershwin publicou o tema vários anos após a morte de George e este passou a ser uma peça favorita nos alinhamentos de quartetos de cordas e até de orquestras sinfónicas.

 

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Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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