Ontem à noite no Bar dos Canalhas um sacana de um assessor de um ministro confidenciava que o Governo se preparava para privatizar a minha rua.
Eu, ao ouvir aquilo, pedi a um amigo comum que lhe perguntasse se a coisa era a sério ou se tínhamos de o proibir de beber mais fosse o que fosse.
Veio com a resposta:
– Pá, a coisa, como tu lhe chamaste, é a sério. O governo precisa de dinheiro e essa de privatizar as ruas parece que rende.
Não fui, não sou ainda, capaz de entender porquê?!
Será o que bar afecta as pessoas? O tal ministro terá passado por aqui a semana passada. Dizem.
É que a minha rua não tem café, nenhum bar, nenhuma mercearia, nem restaurante, nem cabeleireiro, ou sequer uma pequenina mercearia. Só bom piso, muitas árvores, sombras e lugares para estacionar carros e motos e bicicletas.
Ah! e os homens desta rua amam como escritores, mas também vão às putas e há mulheres que no recato dos seus lares fazem amor com homens extraordinários.
As pessoas da minha rua desafiam talentos. Mais de setecentos.
Isto está a tocar muito com as minhas emoções.
E com a glória dos meus lençóis.
Querem lá ver que…
Mas querem lá ver que…
Mas querem lá ver o que, que?