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Terça-feira, Setembro 10, 2024

A Guerra existe para que Deus ensine Geografia aos Estados Unidos da América

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

Paulo Vieira de CastroHá uns anos levei os meus filhos à Normandia, lá onde os aliados desembarcaram no “Dia D”, anunciando o fim da Segunda Guerra Mundial. Uma vez na praia de Omaha é fácil perceber que a partir desse dia 6 de Junho a guerra é o meio utilizado por Deus para ensinar geografia aos norte-americanos.

Raj Patel tinha, afinal, razão. Que outra razão poderá haver para tantas guerras se ninguém parece estar de acordo com elas? Finalmente, poderemos perceber por que dos estados unidos veio também a crise. Para que se ensine economia aos americanos…

Voltemos às praias da Normandia. A história do desembarque contada pela crueldade dos números, as fotos e os relatos na primeira pessoa permite compreender com clareza, uma vez no local, que a economia e a história da guerra não é a economia e a história da guerra. É a economia e a história dos vencedores e dos vencidos. Nós fazemos parte daquela Europa que perdeu a Segunda Guerra Mundial. Então, quem venceu a guerra, perguntarão.

A derrota pode ver-se em coisas tão simples como a influência que o cinema norte americano passou a ter na economia da cultura europeia após os acordos de paz, asfixiando-a… Por isso defendo há muito a ideia da criação de um fundo para socorrer as vitimas da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Sim, refiro-me aquela que concede os Óscares. Isto para não falar dos modelos económicos importados daquelas bandas, a alimentação, etc… A colonização pela cultura é a mais humilhante aberração dos tempos modernos.

Com a geografia política que resultou desta guerra a economia do ser humano de coragem foi, substituída pela economia do ser humano de adaptação. A um mundo de adaptação, de lideranças mornas, corresponde um mundo sem coragem, sem sentimentos… Consequentemente, a economia e a história estão, agora, reféns de um sistema sem alma. E, a economia e a história somos todos nós,…

 

Dê-me o nome de um herói português após o 25 de Abril?

Normandy7Costumo explicar a inutilidade da memória de alguns povos servindo-me do exemplo da Segunda Guerra Mundial. A preocupação sobre este assunto reverte-se, por norma, numa vastíssima quantidade de obras de referência. Livros, filmes, festivais…

E para que servirá tudo isto, incluindo a própria História, se não fomos, ainda, capazes de afirmar, de forma cabal, a inutilidade das guerras? Uma História que dá tal lição aos seus filhos de nada serve.

E, mais grave que isso, não glorificamos, em número e género, aqueles que muito se esforçaram para que não acontecessem tais guerras. Estes são afinal os únicos heróis da História que interessa contar.

Por vezes peço que me digam o nome de um herói português após o 25 de Abril de 1974. E, à falta de ideias, penso nos nomes que irão povoar os livros da história de Portugal contemporânea dos meus netos. Concluo que serão pessoas de quem me envergonho.

O mesmo se passa em relação à História Económica ocidental. Precisam-se novos heróis… Falta-nos, essencialmente, ainda que metaforicamente, uma razão para honrar os nossos mestres. Certo é que há muito que Portugal não os reconhece. E, um país sem heróis não merece ter história! Chamo a atenção para a necessidade de uma nova história, aquilo a que chamo a História das Oportunidades Perdidas.

A economia do medo

Termino com a questão que para alguns terá ficado sem resposta. Quem ganhou afinal a Segunda Guerra Mundial?!? Eu digo-vos, ninguém… E, para que isto não seja mais um lugar comum, é mandatório que se ensine nas nossas escolas que ninguém ganhou esta, ou qualquer uma outra guerra. Para percebermos isso de forma simplificada bastará ver quem, desde o exterior, governa economicamente e financeiramente o nosso país, de entre outros…

Novamente países que perderam a guerra… Mas eu sei que esta resposta não é suficiente para si, então, quem ganhou essa guerra?

Especialmente para si que teve a pachorra de ler este texto até ao final, eu digo-lhe, foi o medo que ganhou esta guerra. O medo ganha todas as guerras. É o medo, não é o ódio, que está na origem de todas as guerras. Por isso enquanto houver medo não haverá paz. O medo é na actualidade o negócio mais rentável do planeta…

 

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