Ex-baterista do Soft Machine e multi-instrumentista faz hoje 71 anos
Robert Wyatt é um dos músicos ingleses mais respeitados e influentes, desde a década de 60 em que se tornou baterista dos Soft Machine. Em 1983, depois de uma festa bem bebida, Robert Wyatt caiu da janela de um 4º andar, ficando paralisado da cintura para baixo, o que o obriga a usar uma cadeira de rodas. Um acidente que, contudo, não impediu Robert Wyatt de interpretar uma carreira musical coerente e de grande qualidade. Embora sem grandes êxitos discográficos – o seu maior sucesso comercial é o single “Shipbuilding” de 1983 (ver vídeo) – Wyatt é um músico respeitado, com vários álbuns de grande qualidade, com abordagens à “world music”, com composições inspiradas, plenas de poesia e de militância política – Robert Wyatt sempre se afirmou como um artista de esquerda.
Nascido há 71 anos em Bristol, filho de uma jornalista da BBC e de um psicólogo, Robert Wyatt cedo integrou o movimento mais avant-garde da cena musical britânica na década de 60, primeiro com os notáveis Soft Machine e,mais tarde, como líder/fundador dos Matching Mole. Duas bandas, a par dos amigos Pink Floyd, que dominaram a cena underground londrina em meados da década de 60.
O seu primeiro disco a solo, “The End of an Ear”, data de 1970 e surpreendeu pela forma talentosa como Wyatt toca vários instrumentos, mas também pelo experimentalismo com que aborda os efeitos sonoros. O acidente de 1983 que atirou o músico para uma cadeira de rodas não impediu que a sua carreira prosseguisse de forma vigorosa, com a edição de vários álbuns, de que se destacam os excelentes: “Old Rottenhat” (1985), “Dondestan” (1991), ”Shleep” (1997) e “Cuckooland” (2003). O seu último LP, “Comicopera” foi editado em 2007. Em 2014, Robert Wyatt numa entrevista à revista Uncut anunciou que a sua carreira musical tinha terminado, devido à sua idade, e ao facto de querer dedicar-se mais à política.