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Sexta-feira, Março 29, 2024

Helena dos Santos, uma compositora na Jovem Guarda

Na semana do Dia Internacional do Mulher, destacamos a figura de Helena dos Santos, negra, favelada, empregada doméstica e autora de onze canções gravadas por Roberto Carlos, entre 1963 e 1982.No primeiro álbum “rock” de Roberto Carlos, em 1963, Helena dos Santos já estava presente com a rara “Na Lua Não Há”. No ano seguinte, em “É Proibido Fumar”, lá estava ela novamente, desta vez com a canção “Meu Grande Bem”. Em 1965, o LP Roberto Carlos Canta Para a Juventude trazia “Como é Bom Saber”. E em Jovem Guarda, Roberto gravava outro clássico de sua autoria, e seu maior sucesso, “Sorrindo Para Mim”.

A primeira música que fiz foi como uma inspiração. Era aquela melodia na cabeça o dia todo. Resolvi colocar numa fita e mostrar aos meus filhos. Eles a acharam sensacional e recomendaram que eu procurasse um cantor que estava surgindo: Roberto Carlos. Eu ainda não o conhecia, e até encontrá-lo foi um custo. Quando consegui, contei-lhe toda a minha vida e dificuldades. Com uma compreensão enorme, ele me escutou, ouviu a canção e prometeu gravá-la. A música era ‘Na Lua Não Há’, que foi um sucesso na época”.

Helena dos Santos morreu em 23 de outubro de 2005, no Rio de Janeiro, aos 83 anos de cidade, depois de passar mal em sua casa, em Bangu. Empregada doméstica durante muitos anos, e sem conhecer regras e convenções gramaticais e musicais, Helena dos Santos compôs e teve gravadas onze músicas por Roberto Carlos, entre 1963 e 1982. Ao longo desse período, ela escreveu apenas para Roberto, de quem, tornou-se amiga e confidente, com direito a um livro, batizado de O Rei e Eu, sobre essa relação.

Eu queria encontrar uma forma de agradecer sua atenção e deixar marcada minha gratidão por ele e por tudo o que fez por mim. Queria também mostrar, a todos os que o conhecem apenas como artista, a pessoa maravilhosa que ele é, o lado humano que o sucesso não mostra. Quando contei que ia escrever um livro sobre ele, Roberto falou: ‘Deixa disso, Leninha, não vale a pena’. Mas quando expliquei que seria um livro sobre mim e a nossa amizade, achou a ideia maravilhosa” Contou ela ao Portal Clube do Rei, um pouco antes de morrer.

Onde ouvir:

Por Fernando Rosa, Jornalista, produtor cultural, editor do portal Senhor F e colaborador do site Rádio Peão Brasil. | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado

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