O Matebook é a nova coqueluche da Huawei, marca chinesa que está a conhecer um momento áureo, alicerçado por uma atitude carismática, reforçada pelo líder Richard Yu que, à semelhança de outros CEOs, assume o palco com cada vez maior mestria para mostrar ao mundo as novidades da sua empresa. Se a isto juntarmos uma noção de marketing clássica e que se tem provado acertada, podemos adivinhar que a Huawei, que até à cinco anos era “mais uma das chinesas”, está agora colocada num top 3 juntamente com a Samsung e a Apple. E, não me admiro mesmo nada, que a marca tenha planos para não se deixar adormecer pelo bronze.
No ano passado a aposta da marca durante o MWC foi nos smartwatch, e sabendo que os modelos ainda são muito recentes para serem substituídos, seria lógico que a aposta fosse num equipamento que conseguisse um factor “uau” imediato, pois nenhum analista acreditava na aparição do esperado smartphone P9 (reservado para um evento próprio já neste Março). Olhando o portfolio, seria até lógico que a marca de concentrasse num segmento que tem descurado, mesmo estando presente, e sabemos que esse mesmo segmento, o dos tablets, precisaria de um forte impulso para ser o convidado de honra no evento que ocorreu um dia antes da abertura das portas da feira, ao mesmo tempo que o da LG e que antecedeu o da Samsung.
Confesso que, para mim, a aposta num híbrido seria ouro sobre azul, pois estou comprador de um e ainda não me decidi. Mas o que têm estes híbridos (tablets com teclados amovíveis) de tão especial, mais a mais, já estando no mercado há vários anos?A possibilidade de ter um dois em um com poder de processamento suficiente para me substituir o tablet e o laptop garante de eficácia nos processos, formas de utilização, duração e, nunca esquecendo, prazer de utilização.
Existem muitos estudos que explicam porque estão os tablets em declínio, porque é que os computadores de secretária estão a dar as últimas e o novo e desejado “form factor” é esta junção de um ecrã leve e táctil a um conveniente teclado. Mas mesmo neste campo, temos surpresas como teclados que têm um disco rígido montado, ou tão leves e finos que servem como tampa. Existe possibilidade escolha e diversificação. Mas então porque é que ainda não tenho um? Por dois motivos: processamento pouco exuberante e preço puxado. Ou escolho um Acer ou Asus na casa dos 400€ mas que não entusiasmam devido aos ecrãs pequenos e um peso ainda desconfortável para transportar todo o dia, ou aponto as baterias para um Microsoft Surface, um portento de tecnologia e qualidade de materiais, ou à sua fidedigna cópia assinada pela Lenovo mas que tarda a surgir no mercado nacional, mas cujos preços são francamente altos para o mercado nacional. E é exactamente neste enquadramento que o novo Huawei Matebook se vem intrometer.
Com um visual soberbo e sofisticado (sim, a Apple vai mesmo ter de se esforçar a lançar um Pro com 10″ e rapidamente), este Huawei exibe uma qualidade de construção que me pareceu fantástica, durante os minutos que o manejei. A gama de preços (ver foto) não é simpática para os bolsos portugueses, mas qual é? Teremos sempre, contas por alto, de gastar mil euros para ter o mais básico (ao Matebook há que juntar o preço do teclado que serve de bolsa de transporte assim como a caneta).
A Huawei foi inteligente: para conseguir um tablet com 640 g e 6,9mm, e como não pode criar espaço para fichas num teclado/capa, desenvolveu um mateHub exterior com muitas possibilidades de ligação, incluindo VGA e HDMI e ainda brinda o consumidor com um recarregador pequeno e muito leve. A bateria de alta densidade tem 4.430mAh@7,6C e a marca garante que chega às 10 horas de utilização, mais que tempo suficiente entre cargas (para quem trabalha). A caneta com 2048 niveis de pressão tem bateria interna que aguenta um mês sem necessidade de recarregamento e pode transportar-se no MateHUB.
Duas colunas, sensor biométrico de impressão digital para “acordar” o Matebook (estreia no segmento), Windows 10 de origem (pena não ser dual boot com Android, como ainda se falou antes do lançamento), reforçam este novo “new kid in town” e, tenho certeza, que o catapultarão para um bom resultado comercial.
Espero com muita curiosidade a possibilidade de experimentá-lo, para sentir o toque e resposta do teclado, para saber se um Hub separado faz mesmo sentido. Até lá, é ir amealhando o necessário.
O Xá das 5 esteve na MWC 2016 a convite da Huawei, o que também facilitou a visita ao imenso e extraordinário stand (que era metade de um pavilhão) onde a empresa marcou pontos e de que vos deixo algumas imagens.
O Jornal Tornado foi com a Huawei ao MWC 2016