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Sexta-feira, Abril 19, 2024

Irão adere ao acordo Rússia/OPEP para congelar produção petrolífera

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O Irão, recém-integrado no mercado global da energia, terá concordado em congelar a sua produção de petróleo, secundando, assim, a decisão de outros produtores como a Rússia, o Qatar, a Arábia Saudita, Venezuela, Equador, Argélia, Nigéria e Omã.

Esta decisão do Irão, noticiada pela agência russa Sputniknews,  sucede a um outro acordo no mesmo sentido, resultado de uma negociação realizada na capital do Qatar, Doha, esta Segunda-Feira, e que sentou à mesma mesa Aleksandr Novak, ministro da Energia russo, Ali al-Naimi, ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Eulogio Del Pino, ministro do Controlo Nacional da Indústria Petrolífera e Recursos Minerais da Venezuela e o ministro do Petróleo do Qatar, Mohammed Saleh al-Sada.

Segundo dados da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), o excesso de oferta no mercado durante o ano de 2015 foi de cerca de 2 milhões de barris por dia, e o preço desceu para valores inferiores a 30 USD por barril.

Em Janeiro deste ano o petróleo chegou a ser negociado a pouco mais de 27 USD o barril. Relativamente aos valores que chegaram a ser praticados em 2014, no pico da valorização do crude, o preço teve uma quebra de 70%.

Neste acordo, em que os subscritores se comprometem a não ultrapassar os valores de produção verificados em 11 de Janeiro deste ano, encontram-se dois dos maiores produtores mundiais de petróleo:  a Arábia Saudita (com uma produção diária em 2012 de 11,5 milhões de barris) e a Rússia (com uma produção diária de 10,4 milhões).

O segundo maior produtor de petróleo é os EUA com uma produção diária de 11,1 milhões de barris.

Especialistas da agência Bloomberg consideram que esta decisão Rússia /OPEP só terá efeitos no mercado a partir da segunda metade do ano. No entanto, na quarta-feira, na sequência das decisões anunciadas o Petróleo Brent Futuros,  segundo o site Investing.com,  aumentou mais de 7%, para cerca de 34, 5 USD o barril, quando no início da semana andava na ordem dos 32,18 USD/barril.

Enquanto, na opinião de muitos analistas a reentrada do Irão para o mercado global de energia pode colocar maior pressão nos preços, acrescentando à oferta e, portanto, fazendo-os baixar, a agência russa Sputniknews, cita hoje um consultor da Beta Matrix International Consultancy, sediada no Reino Unido. Mehrdad Emadi sugere uma leitura diferente defendendo que esta reentrada do Irão no mercado global da energia poderá constituir um benefício a nível estratégico para a Rússia.

Segundo a agência russa, o Irão, que voltou ao mercado energético, fruto do levantamento das sanções por parte dos Estados Unidos e Europa, face ao acordo sobre o programa nuclear, entregou no passado fim-de-semana 4 milhões de barris de petróleo em diversos portos da Europa e que, segundo a agência, se destinaram a empresas de petróleo francesas, espanholas e russas, incluindo a Litasko, uma subsidiária do gigante russa Lukoil e esse petróleo foi entregue a uma refinaria romena/russa Petrotel.

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