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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Israel: sem a política a religião ia mais longe e em paz

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Colaboração do Núcleo de Investigação Nelson Mandela – Estudos do Humanismo e de Reflexão para a Paz (integrado na área de Ciência das Religiões da U.L.H.T.)

O cruzamento das notícias mais recentes envolvendo Israel não traz grandes novidades no que respeita às perspetivas legítimas de muitos israelitas e de muitos palestinianos, seus vizinhos, no que se refere à liberdade religiosa.As diferenças conflituosas entre povos e os ataques mútuos são de índole evidentemente política – e só em pequena percentagem de carácter religioso.

O caso mais evidente que constitui exceção é o do comportamento repetido dos grupos das franjas extremas da direita israelita – que têm como prática o ataque a não judeus evocando razões religiosas.

No que nos chega com datas próximas ao dia em que escrevemos estas palavras, constatamos que Israel realizou um ataque aéreo com misseis a um campo militar sírio, nos Montes Golã, isto é, na província fronteiriça de Quneitra. No dia seguinte, um jovem palestiniano feriu quatro pessoas num conjunto de ataques em quatro hotéis de Tel Aviv, sendo preso. No interrogatório, o jovem, de dezoito anos, morador em Nablus na Cisjordânia, assumiu que, mesmo trabalhando em Israel, era motivado pela causa anti-judaísmo. Os ataques ganharam particular destaque em especial por terem sido levados a a cabo pouco antes das evocações oficiais do Dia da Lembrança do Holocausto.

A propósito, marcando posição e alianças, Donald Trump fez

uma declaração pró-Israel e contra o Holocausto, que reforça apenas a sua estratégia de proximidade entre os dois países e pouco ou nada mostrou de ideologia considerável.

Recorde-se que desde 2015, Israel viveu uma onde de ataques com facas, promovidos por palestinianos, que mataram 37 israelitas, dois turistas norte-americanos e um estudante britânico. No mesmo período, ataques israelitas mataram, no mesmo período, 242 palestinianos.

3  Importantes datas

Relembre-se de igual modo três datas importantes. Em Janeiro de 2016, assinalou-se um marco histórico para os movimentos judaicos não ortodoxos em Israel: o conselho de ministros votou favoravelmente o alargamento do espaço de oração no Muro das Lamentações (que não segrega homens e mulheres) e para a consagração da lei. A liderança haredi (ortodoxos, extremistas) e membros da liderança nacional-religiosa conservadora, denunciaram o acordo e votaram contra.

A segunda data é Março de 2016: o Supremo Tribunal de Justiça decidiu que aos judeus reformados e conservadores não fosse negada entrada nos mikvehs, os banhos rituais, estatais, no âmbito do seu processo de conversão.

Em Maio de 2016, foi tomada a decisão de reforçar a segurança no cemitério do Monte das Oliveiras após um surto de violência contra visitantes (campas foram também incendiadas, partidas e riscadas com graffiti).

O cemitério tem mais de 3 mil anos, sendo do período do Primeiro Templo (ou Templo de Salomão, em hebraico Beit HaMiqdash. Segundo a Bíblia hebraica, o primeiro Templo em Jerusalém, construído no século XI a.C., teria funcionado como um local de culto religioso judaico central para a adoração a Javé, Deus de Israel. Ali se ofereciam os sacrifícios conhecidos como Korban ou Qorban, em hebraico, no plural korbanot. É o nome dado aos diversos tipos de sacrifícios e ofertas dentro do judaísmo. O significado literal é “aproximação” existem 5 tipos de sacrifícios, a saber: Olah – a oferenda que é completamente queimada; Minchá – oferenda de farinha; Shelamim – oferenda de paz; Chatat –  oferenda pelo pecado; Asham – oferenda pela transgressão. Os primeiros três tipos de corbanot podem ser trazidos por um judeu por sua própria vontade como um presente a Deus. Os dois últimos tipos de corbanot devem ser oferecidos por um judeu após cometer uma averá, isto é, um pecado).

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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