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Quinta-feira, Outubro 10, 2024

Lavillenie ou La Vilania Brasileira

Eduardo Águaboa
Eduardo Águaboa
Escritor, Ensaísta, Comentador político especializado em ideias gerais

eduardo-aguaboaCarregam o fardo de um governo absolutamente ilegal que os paladinos da rigorosa e insofismável exactidão histórica, um dia trarão ao conhecimento da humanidade.

Organizam uns Jogos Olímpicos alvoraçados onde tudo acontece, e não acontecem precisamente só coisas boas. Ou seja, o «palco» está numa desordem lamentável.

O Rio de Janeiro pode considerar-se, hoje por hoje, a cidade dos bravos, daqueles que enfrentam o medo dos assaltos, que não é propriamente a mesma coisa do que passear-se pela cidade a fumar charutos de tranquilidade.

Claro que tudo isto enerva, e a cada eliminação desportiva brasileira, põe os cidadãos a descarregar as suas frustrações.

Assim foi com o francês Lavillenie ao ter obtido a medalha de prata em luta directa com o brasileiro Thiago Braz, que não a de ouro, talvez pela enorme instabilidade psicológica que o público provocou, assobiando-o insistentemente durante a prova final.

A reação verbal do atleta foi exagerada? Foi.

E também é verdade que um tipo diz o que não deve e depois ouve o que não quer.

E ouviu assobiadelas monstras, quer no momento da participação desportiva, quer ao receber a Medalha enquanto se ouvia o hino nacional francês.

E o atleta chorou. Lágrimas de vergonha.

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Tal foi a violência visual de um estádio inteiro a «insultar» o espírito olímpico, onde uns combatem pela glória do sucesso e outros assistem e reconhecem esse esforço, que aquele comportamento pode tornar-se num cárcere histórico para o bom nome do povo desportista brasileiro.

Que pena. Um povo tão simpático, tão generoso, tão-tão, que um tipo à distância fica infeliz ao ver o estado da «arte».

Enfim, o Brasil, como um piano, também precisa de ser afinado.

Precisa com carácter urgente de voltar a sambar.

É que agora a bandeira da alegria brasileira está a meio pau.

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