Carregam o fardo de um governo absolutamente ilegal que os paladinos da rigorosa e insofismável exactidão histórica, um dia trarão ao conhecimento da humanidade.
Organizam uns Jogos Olímpicos alvoraçados onde tudo acontece, e não acontecem precisamente só coisas boas. Ou seja, o «palco» está numa desordem lamentável.
O Rio de Janeiro pode considerar-se, hoje por hoje, a cidade dos bravos, daqueles que enfrentam o medo dos assaltos, que não é propriamente a mesma coisa do que passear-se pela cidade a fumar charutos de tranquilidade.
Claro que tudo isto enerva, e a cada eliminação desportiva brasileira, põe os cidadãos a descarregar as suas frustrações.
Assim foi com o francês Lavillenie ao ter obtido a medalha de prata em luta directa com o brasileiro Thiago Braz, que não a de ouro, talvez pela enorme instabilidade psicológica que o público provocou, assobiando-o insistentemente durante a prova final.
A reação verbal do atleta foi exagerada? Foi.
E também é verdade que um tipo diz o que não deve e depois ouve o que não quer.
E ouviu assobiadelas monstras, quer no momento da participação desportiva, quer ao receber a Medalha enquanto se ouvia o hino nacional francês.
E o atleta chorou. Lágrimas de vergonha.
Tal foi a violência visual de um estádio inteiro a «insultar» o espírito olímpico, onde uns combatem pela glória do sucesso e outros assistem e reconhecem esse esforço, que aquele comportamento pode tornar-se num cárcere histórico para o bom nome do povo desportista brasileiro.
Que pena. Um povo tão simpático, tão generoso, tão-tão, que um tipo à distância fica infeliz ao ver o estado da «arte».
Enfim, o Brasil, como um piano, também precisa de ser afinado.
Precisa com carácter urgente de voltar a sambar.
É que agora a bandeira da alegria brasileira está a meio pau.