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Sábado, Abril 27, 2024

Mais de 14 milhões de angolanos preparam-se para votar

A eleição para decidir quem será o próximo Presidente da República de Angola terá lugar no dia 24 de Agosto de 2022. Aproximadamente 14 milhões de eleitores irão decidir entre João Gonçalves Lourenço e Adalberto da Costa Júnior. Diplomatas dos EUA, Rússia, União Europeia e CPLP já visitaram o Centro de Escrutínio Nacional.

Dos oito partidos políticos concorrentes, o sorteio de posicionamento no Boletim de Voto ditou a seguinte ordenação:

  1. Partido Humanista de Angola (PHA);
  2. Partido Nacionalista para a Justiça em Angola (P-NJango);
  3. União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA);
  4. Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA);
  5. Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE);
  6. Aliança Patriótica Nacional (APN);
  7. Partido de Renovação Social (PRS);
  8. Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

O cabeça de lista do partido vencedor será o próximo Presidente da República de Angola. A disputa será, tudo indica, entre o MPLA e a UNITA, com alguma vantagem para o MPLA.

João Manuel Gonçalves Lourenço, Presidente do MPLA, com 65 anos de idade, é o actual Presidente da República de Angola.

Adalberto da Costa Júnior, Presidente da UNITA, com 55 anos de idade, está a movimentar esforços com a CASA-CE (coligação que integra cinco forças políticas dentre as quais o Bloco Democrático e o Partido de Apoio para a Democracia e Desenvolvimento de Angola – PADDA-AP) na expectativa de ocupar o lugar de João Lourenço.

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola (CNE de Angola), presidida pelo Juiz de Direito Manuel Pereira da Silva, pretende mostrar que tudo está a fazer para que a eleição decorra com transparência e por isso convidou os diplomatas acreditados em Angola a visitarem a sede da CNE em Luanda.

Na visita realizada no passado dia 17 estiveram presentes no Centro Nacional de Escrutínio diplomatas dos EUA, Federação Russa, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Espanha, Bélgica e Inglaterra. O Presidente da CNE de Angola abordou com os visitantes questões centrais do processo eleitoral, nomeadamente a metodologia para apuramento dos resultados.

Observadores eleitorais nacionais e internacionais até 2 mil

O embaixador dos EUA em Angola, Tulinabo Salama Mushingi, teve uma reunião com a CNE de Angola, tendo discutido aspectos relacionados com a organização do processo eleitoral e também irá observar a eleição, na qualidade de “Observador das Eleições Gerais”.

No grupo de observadores está confirmada a participação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), num total de 33 pessoas. A Missão de Observação Eleitoral (MOE) da CPLP é chefiada pelo antigo Presidente de Cabo Verde, Jorge Fonseca.

A Rede dos Órgãos Jurisdicionais e de Administração Eleitoral da CPLP (ROJAE-CPLP) também já está a caminho de Angola, com um total de 16 elementos. A MOE da ROJAE-CPLP é chefiada pelo Presidente da CNE de São Tomé e Príncipe e o Porta-Voz da Missão é a CNE da Guiné-Bissau.

A Missão de Observação Eleitoral da ROJAE-CPLP inclui a CNE de São Tomé e Príncipe (José Carlos Barreiros, Vitor Manuel Neto Correia, Admaier Will Martins de Sousa e João Manuel Rosa de Almeida), a CNE de Portugal (Carla Clementina Feire e Sónia Tavares), o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (Carlos Horbach e Vinicius Quintino de Oliveira), a CNE de Cabo Verde (Cristina Leite Bastos e Arlindo Tavares Pereira), a CNE de Moçambique (Eugénia Fernando Chimpene e Maria Anastácia da Costa Xavier), a CNE da Guiné-Bissau (Manuel Sani e Idriça Djaló) e a CNE de Timor-Leste (Domingos Barreto e Olávio da Rosa Monteiro de Almeida).

Haverá igualmente observadores eleitorais do continente africano e de outros países, sendo certo que Angola fixou o limite de observadores em 2000 (publicado em Diário da República). No que diz respeito aos observadores nacionais, individuais ou organizações, já foram contabilizados mais de mil.

Províncias, municípios, comunas, assembleias, mesas de voto e eleitores

As eleições vão decorrer nas 18 Províncias de Angola, em 164 Municípios e 561 Comunas, havendo 13.212 Assembleias de Voto (AV) e 26.443 Mesas de Voto (MV). De acordo com dados oficiais (Julho 2022) há 14.376.831 eleitores.

A Província de Angola com maior número de eleitores é Luanda, com 4.670.797 eleitores, seguindo-se a Huíla (1.235.527), Benguela (1.201.071) e o Huambo (1.103.685).

 

Províncias, Municípios, Comunas, Assembleias, Mesas de Voto e nº de eleitores

Províncias Municípios Comunas AV M V Nº de Eleitores
1 Bengo 6 23 330 526 260.470
2 Benguela 10 38 988 2.117 1.201.071
3 Bié 9 39 861 1.492 783.684
4 Cabinda 4 12 270 630 367.378
5 Kuando Kubango 9 30 412 662 292.520
6 Kwanza Norte 10 30 317 523 249.917
7 Kwanza Sul 12 36 849 1.436 747.139
8 Cunene 6 20 644 925 430.899
9 Huambo 11 37 1.015 1.973 1.103.685
10 Huíla 14 37 1.457 2.429 1.235.527
11 Luanda 9 55 2.055 7.223 4.670.797
12 Linda Norte 10 27 704 1.169 532.281
13 Lunda Sul 4 14 330 570 276.896
14 Malanje 14 52 644 1.056 509.646
15 Moxico 9 27 599 938 416.122
16 Namibe 5 15 314 538 264.588
17 Uíge 16 44 1.164 1670 712.430
18 Zaire 6 25 259 566 321.781
TOTAL 164 561 13.212 26.443 14.376.831

por Luís dos Santos, Angola

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