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Domingo, Setembro 15, 2024

Não quero pertencer a nenhum clube que me aceite!

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

Paulo Vieira de CastroMorrerei mas o meu Facebook ficará para sempre – pensei.

Então, um dia lá entrei pela porta grande da rede social mais azul do planeta. Uma vez por lá chegado tropecei, mais do que nas pessoas, numa série de palavras. Aqui, destaco o desrespeito por expressões milenares, em especial aquelas que nos chegam do Oriente. Isso é o que acontece, por exemplo, com a expressão Namastê.

O Silva que há em mim saúda o Silva que há em ti…

Namastê parece ser a forma mais completa de cortesia que conheço. É que ao contrário da simples saudação reverencial que está implícita, esta significará – ainda – qualquer coisa como o Deus que há em mim saúda o Deus que há em ti.

Ao me aperceber que na internet o uso desta palavra divina estava a ser pouco prudente, por brincadeira passei a utilizar uma outra saudação: o Silva que há em mim saúda o Silva que há em ti. Foi então que surgiu o SILVASTÊ. Embora tivesse explicado a razão por que o fazia, muito poucos pareceram querer entender isto.

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Mas, porque que raios todos querem – afinal – ser Deus e ninguém Silva?!

Ninguém quer ser igual entre iguais (Silva), todos querem o papel principal: DEUS. Aqui reside a origem da esquizofrenia moderna.

Pois é, entre todos os animais do reino, só o homem fantasia a respeito de si próprio. Depois, em qualquer rede social, podes ser quem quiseres, ninguém te leva a mal, nem mesmo o Jorge Palma… Logo, na dúvida, todos escolhem ser Deus. Que canseira, pensei…

Pode alguém ser quem não é?!

Presumir tudo de tal maneira será relativizar os problemas do mundo, contudo tenho para mim que a ilusão não está no que se vive, mas tão-somente no poder das nossas escolhas. Até Albert Einstein reflectiu sobre isso, concordando muito a seu jeito que a realidade é uma ilusão, embora muito persistente.

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Na verdade, no mundo real, aprendi que se tu compreendes, as coisas são exactamente o que são, se não compreendes… as coisas são exactamente o que são. BOLAS! Lá voltamos nós à casa da partida. Quem sou eu, afinal? Lembro-me do dia em que resolvi este desmedido mistério. Bastou, como sempre, mudar a questão…

Fundamental será, agora, descobrir QUEM NÃO SOU EU? E, isso é bem mais fácil, muito embora infindavelmente mais trabalhoso. Sejam esses dias de Silva, de Sidarta Gautama, ou de Jesus Cristo… afinal, todos somos o resultado da eternidade que habita numa mesma jornada, aquela que assiste à experiência de, simplesmente, estar vivo.

SILVASTÊ !

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