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João de Sousa

Sexta-feira, Março 29, 2024

O Poder energúmeno!

O exercício do poder devia ser uma coisa simples num tempo em que se presume o Homem dominar a inteligência e por isso ter ultrapassado já o seu estádio bruto de animal limitado ao único motivo existencial. A sobrevivência.O exercício do poder devia por isso, ser um exercício de cidadania puro e simples em que a questão central é a da organização das sociedades num estádio avançado de civilização em que a gestão dos recursos naturais a que se somam outros recursos entretanto criados de forma artificial e que vieram alterar de forma profunda a forma da vida existente e de todos os seus ciclos: de vida; de organização; de sobrevivência.

Um exercício em que servir teria a primazia e, o ofício quando exercido, o engenho sublime dos Homens que se destacam por capacidade nata na arte de liderar e nunca pala mediocridade que destaca o energúmeno.

Aquilo com que todos os dias somos confrontados através de um dos recursos criados de forma artificial: os meios audiovisuais; é de que, o poder só mudou de rosto. Nunca mudou a essência. E, os energúmenos, que sempre foram a sua essência desde os tempos primitivos, continuam a ser-lhe a essência nos tempos modernos.

Só encobriram a nudez com roupagens que foram desenvolvendo ao longo dos séculos e pouco mais.

Deixaram de ser predadores naturais por necessidade, para passarem a ser predadores sofisticados, ajustados aos tempos e ao meio.

O exercício do poder é hoje um pântano demasiado lodoso em que só se movimenta quem consegue ter sob o seu jugo a quantidade suficiente de pessoas para sobre elas caminhar impondo-lhes regras de conduta permissivas a que aspirem poder vir a ocupar um lugar de ambição pessoal num escadote de acesso ao topo do lameiro em que todos estão atolados em torno de organização com vocação de poder e reconhecida para o efeito por legislação apertada por esse objetivo claro: o exercício do poder!

Olhar os meandros da atividade política por dentro dá uma perspetiva mais realista sobre como se constroem teias tentaculares de domínio energúmeno sobre os pares e os motivos que levam a que esses aceitem as regras de um jogo viciado na origem e manipulado no quotidiano.

Embora seja de toda a justiça reconhecer haver quem, consciente destas condições, por romantismo ou utopia, prossiga caminho de luta constante para que estas regras de jogo se alterem e os interesses dos cidadãos sejam salvaguardados e defendidos.

Não fora assim e, não teríamos chegado ao estádio Histórico a que chegamos, em que o desenvolvimento global da organização social se encontra: num patamar de equilíbrio e de justiça social mais equitativo e avançado, conjuntamente com as demais realidades estruturais existentes que fazem a conjuntura atual de todas as circunstâncias.

Estes factos indiciam que mesmo com energúmenos no exercício do poder globalizado, as sociedades têm sabido responder construindo outros mecanismos de poder contestatário e alternativo de pressão social que tem conseguido impor dinâmicas de funcionamento articulado entre gerações em que a diferença cultural tem sido minimizada e os “choques” étnicos; raciais; religiosos e outros, tem sido ultrapassado sem quaisquer convulsões sociais.

Também sabemos que o poder energúmeno tudo tem tentado fazer para desestabilizar a correlação de forças internacional como aconteceu na ingerência despudorada na Síria ao perpetrarem ataque concertado entre potencias usando pretexto duvidoso. Como sempre. Um pouco à semelhança da existência de armas de destruição maciça no Iraque sem que alguma vez as tenham mostrado, depois da invasão e ocupação do citado. O resultado é o obvio: pobreza generalizada; miséria alarmante; desarticulação da organização social;

Assim sendo, o retrocesso cultural de todas as civilizações é a única forma que conseguem vislumbrar para a manutenção do seu primado e, por isso, nunca aceitarão que o poder que detém, seja democraticamente repartido.

Talvez por isso, a cidadania tenha dos partidos políticos o maior ceticismo e reserva porque não confia naqueles que deles se servem para que o poder energúmeno continue a vingar.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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