Um dos maiores desmentidos à tentativa do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, e do golpista Juan Guaidó para forçar a entrada da chamada ajuda humanitária na Venezuela, é a posição das principais organizações humanitárias internacionais, que não participarão da entrega.
A Cruz Vermelha Internacional e as agências da ONU dedicadas a esse tipo de missão, não apoiam a empreitada estadunidense e seu fantoche venezuelano. Especialistas em direito humanitário internacional também não endossam a iniciativa estadunidense.
A razão é simples: não está caracterizada a existência de uma crise humanitária no país latino-americano e há disputa política interna envolvendo o assunto.
A Cruz Vermelha Internacional não opera sem o consentimento de todos os atores internos.
“Nós, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), não podemos operar sem o consentimento de todos os atores — disse a porta-voz da delegação regional do CICV, Sandra Lefcovich”, de acordo com reportagem de O Globo. Lefcovich acentua que o CICV “está sempre aberto a levar ajuda àqueles que precisam”, mas para isso “é importante que todas as partes estejam de acordo com nosso papel”.
A porta-voz da Cruz Vermelha esclarece ainda que não houve um pedido ao CICV. Caso isto ocorresse, com base “nos princípios humanitários que devem reger toda ajuda, consideraríamos. No momento essa não é a situação”, diz.
A reportagem mostra ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) compartilha o posicionamento do CICV. Por meio de seu porta-voz Sthepane Dujarrictold, a ONU afirmou no começo de fevereiro que “a ajuda humanitária deve ser independente de objetivos políticos” e que “as necessidades das pessoas devem determinar como e quando a ajuda é usada”.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado