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Quinta-feira, Abril 25, 2024

Um segurista que recebe presente de aniversário de Costa 50 dias depois

 

José Luís Carneiro é o novo secretário de Estado das Comunidades. O líder da distrital do Porto apoiou António José Seguro nas primárias mas raras vezes foi contra quem liderava o partido.

Natural de Baião, José Luís Carneiro fez 44 anos no passado 4 de Outubro, o dia das eleições Legislativas, mas na noite desse domingo nunca pensou que o presente de aniversário do PS chegasse 50 dias depois, com o convite de António Costa para assumir a pasta que melhor combina com o seu percurso académico e pessoal.

José Luís Carneiro é licenciado em Relações Internacionais, Mestre em Estudos Africanos no domínio das Elites Políticas e tem ainda um doutoramento em Ciência Política e Administração. Aos 44 anos, José Luís Carneiro começa assim uma nova etapa na sua carreira política como secretário de Estado das Comunidades. Para trás ficam as divergências internas no PS.

José Luís CarneiroO líder da Federação Distrital do PS do Porto foi um dos apoiantes mais fortes de António José Seguro nas eleições primárias internas que consagraram António Costa como secretário-geral do partido. Apontado muitas vezes como próximo de Francisco Assis, a realidade é que não marcou presença no “jantar da Mealhada”, o encontro que juntou os críticos à formação de um Governo com o apoio dos partidos de esquerda com assento parlamentar.

Na secretaria de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro vai trabalhar numa das áreas que mais o apaixona, a história e política dos povos do resto do mundo. É um estudioso como poucos de África e das colónias portuguesas. Sendo oriundo de uma terra do interior com uma população que já teve muitos emigrantes, José Luís Carneiro, é dotado de características pessoais muito adequadas às comunidades portuguesas. Conhece bem as ligações emocionais que os emigrantes mais velhos mantêm pela terra portuguesa e, com os seus 44 anos, bem como a formação universitária que tem, conseguirá facilmente estabelecer boas relações com a nova e geração de emigrantes.

Experiência política, vitória em Baião e conquista da distrital do Porto

A vida governativa não é uma novidade para o novo secretário de Estado das Comunidades, já que entre 1999 e 2000 desempenhou as funções de assessor do Gabinete do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna para as questões relacionadas com a Imigração. De 2000 a 2002 chefiou o Gabinete do Grupo Parlamentar do PS e em 2005 foi eleito deputado à Assembleia da República e integrou a Comissão dos Negócios Estrangeiros, onde eleito membro da Associação Parlamentar Euro-Mediterrânica.

Foi em 2005 que José Luís Carneiro teve uma das suas maiores vitórias ao ser eleito presidente da Câmara Municipal de Baião. Conseguiu a reeleição em 2009 e 2013, mas renunciou ao cargo na sequência da eleição para deputado como número dois do Círculo Eleitoral do Porto nas eleições de 4 de Outubro. Assumiu a presidência da distrital do PS do Porto ao derrotar Guilherme Pinto e em 2014 foi reeleito no cargo.

Foi na qualidade de autarca que representou Portugal no Comité das Regiões, entre 2005 e 2015, tendo sido eleito presidente da Comissão de Recursos Naturais e vogal da Mesa do Comité das Regiões. Foi eleito, na sequência das Autárquicas de 2013, presidente da Associação Nacional dos Autarcas Socialistas.

Membro do Secretariado Nacional do Partido Socialista, entre Setembro de 2011 e Abril de 2012, suspendeu as funções por ter assumido a candidatura à liderança da Federação Distrital do Porto.

É, desde 1994, docente da Universidade Lusíada, onde se licenciou, exercendo igualmente funções de docência, desde 2002, no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração do ISCIA, em Aveiro.

Uma das facetas públicas de José Luís Carneiro é a cortesia e educação. Ainda há dias, José Luís Carneiro sentiu-se obrigado a vir recentemente a público e “colocar no lugar” o deputado Tiago Barbosa Ribeiro, que na rede social Twitter chamou “gangster” a Cavaco Silva por ainda não ter convidado António Costa a formar governo.

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