Angela Merkel já viveu melhores dias. Pelos vistos, os aplausos ganhos no final do ano com o seu rosto na capa da revista Time, depois de ser eleita a personalidade do ano, em grande parte devido à política de ‘portas abertas’ para a vaga de refugiados da Alemanha, foram sendo substituídos por uma inquietação agora revelada nas urnas, nas eleições regionais deste domingo, em que a ala conservadora da chanceler perdeu em dois dos três estados regionais, segundo uma informação veiculada pela Reuters.
A região mais afectada foi o sudoeste alemão, mais concretamente Baden-Württemberg e a Rheinland-Pfalz (Renânia-Palatinado), ambos estados fortemente anti-imigração, o que permitiu o cavalgar da influência do partido Alternativa para a Alemanha. Já na Saxony-Anhalt (Saxónia-Anhalt), a meio oeste da Alemanha, onde a CDU conseguiu manter a maioria, embora registando uma forte subida da Alternativa.
Registe-se que o partido Alternativa para a Alemanha representa já cinco dos 16 parlamentos regionais, apoia-se em slogans como “Vamos segurar as fonteiras” ou “Parem com o asilo de caos”.
Esta é uma situação particularmente sensível, sobretudo numa altura em que Angela Merkel procura desesperadamente recuperar o seu estatuto chave dentro da União Europeia, evidenciado pelo inesperado acordo com a Turquia, por forma a colmatar o impasse do trânsito de migrantes, que fez erguer o sobrolho a vários líderes europeus. Precisamente, um apoio político que necessitará mais do que nunca que esse acordo fique mesmo selado.
