
O Professor Miguel Mota, conhecido internacionalmente pela sua teoria sobre divisão celular, descoberta feita nos anos 50, mas reconhecida 30 anos depois, morreu na quinta-feira, aos 90 anos.
Manuel Mota, agrónomo e cientista ilustre, Doutor ‘Honoris Causa’ pela Universidade de Évora em 2006, nasceu em Lisboa, a 15 de Outubro de 1922, licenciou-se em Agronomia pelo Instituto Superior de Agronomia, de Lisboa, tendo assumido em 1948 a direcção do Laboratório de Citogenética da Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, logo depois de ter concluído a licenciatura.
Foi pioneiro na utilização de microscopia electrónica em Portugal e contribuiu para o avanço do conhecimento da genética e da biologia celular em plantas, tendo deixado um relevante legado na produção de cereais melhorados.
Esse trabalho visionário desenvolvido nos anos 1950 justificou a homenagem, em 2009, por parte do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), da Universidade do Porto, cerimónia que juntou alguns dos maiores investigadores mundiais na área da divisão celular, entre os quais Ted Salmon, da Universidade da Carolina do Norte, e Rebecca Heald, investigadora na Universidade de Berkeley e editora da revista Journal of Cell Biology.
O cientista manteve-se, ao longo do seu percurso académico, sempre ligado à investigação na área da genética, até se aposentar em 1992. Miguel Mota trabalhou nas mais prestigiadas instituições de investigação em países como a Suécia, a Grã-Bretanha e os EUA, tendo escrito mais de um milhar de artigos científicos, que foram publicados em dezenas de revistas e jornais.