Badawi é natural da Arábia Saudita e está preso desde 2012, acusado de insultos ao Islão no seu blog. Inicialmente condenado a sete anos e 600 chicotadas, mais tarde foi re-sentenciado a 10 anos, 1.000 chicotadas e uma multa. Para além do castigo físico, foi proibido de viajar e participar em trabalhos relacionados com os media, durante dez anos após a sua libertação. As primeiros 50 chicotadas da sua sentença foram administrados em Jeddah, num acto público em Janeiro de 2015.
O tratamento dado a Badawi tem originado a condenação por vários governos ocidentais, incluindo a Amnistia Internacional. O prémio, que foi entregue à sua mulher, Ensaf Haidar, será usado pela fundação com o nome do autor, para continuar a campanha pela sua libertação e promover a liberdade de expressão na Arábia Saudita.
“Tivemos muitos candidatos merecedores este ano, mas é evidente que a sentença vergonhosa de e o risco extremo que correu para expressar suas ideias – e as de outros livres-pensadores – captou a atenção do júri do IPA Freedom to Publish Prize”, disse o presidente da comissão do prémio, Ola Wallin.
Freedom to Publish Prize foi criado pela Internation Publishers Association e distingue, desde 2005, autores com uma coragem exemplar na defesa da liberdade de expressão e na liberdade para publicar ideias e pensamentos.
Quem é Raif Badawi
Raif Badawi nasceu na Arábia Saudita. Em 2002 casou-se com Ensaf Haidar de quem teve três filhos, ao mesmo tempo que mantém uma relação poligâmica.
Em 2006 cria o seu blog, um forum de debate acerca de problemas sociais como a igualdade de género.
Em 2008, o seu pai denuncia-o publicamente por apostasia (afastamento definitivo da fé, neste caso muçulmana) que é, em vários países árabes, punível com pena de morte. Em 2012, é preso por “insultar o Islão” sob várias formas: “criação de um site que mina a segurança geral”, “ridicularizar figuras religiosas islâmicas” e “ir além do reino da obediência”.
Ainda antes do seu marido ser preso, a mulher Ensaf Haidar pede asilo para si e os quatro filhos no Quebec (Canadá), onde actualmente residem.