O autor, David Baldacci, nascido em 1960 na Virgínia – EUA e que exerceu advocacia durante nove anos antes de se dedicar à escrita, já foi publicado entre nós com relativo êxito no seio dos seguidores do género, entre os quais me incluo, pois sempre defendi que há livros para todas as horas e todos os momentos e não tenho a presunção dum tal jornalista que nunca encontrou os livros de que gosta.
Não, eu já encontrei muitos de que gosto.
Ora, David Baldacci já tinha sido publicado entre nós. Recordo, por exemplo, Numa Fracção de Segundo, publicado em 2005 pela Editorial Presença e que nos remetia para o curioso mundo dos guarda-costas e empresas de segurança pessoal.
Contudo, mais recentemente, foi o Clube do Autor que nos trouxe as mais populares e recentes obras de Baldacci. Refiro-me, por exemplo, a O Alvo e O Atentado.
Ora, agora já em 2016, surgiu, também através do Clube do Autor, A Memória, onde acompanhamos um personagem muito bem enquadrado, Amos Decker, ex-detective da polícia que um dia, ao regressar a casa, encontra a família assassinada. Não tendo sido descoberto o assassino, Amos Decker, que era um detective com bastante êxito entre os seus pares, vê a sua vida e o seu mundo, subitamente, esboroarem-se em consequência desse fatal e terrível acontecimento.
Descreve-se, depois, a sua descida aos infernos, abandonando o trabalho e os amigos, vivendo na rua por entre os sem-abrigo, e, depois, a sua lenta recuperação, com um objectivo superior: encontrar aquele que barbaramente assassinara a sua mulher, filha pequena e cunhado e destruíra, assim, todos os seus projectos e sonhos.
Tudo isto mantendo o mistério e o suspense delimitados no início, alimentados com um ritmo bem calculado e uma prosa vigorante na construção dos personagens e na descrição das situações que facilmente se visualizam.
Tudo como o género exige. E nós esperamos.
DAVID BALADACCI, A Memória, Lisboa, Clube do Autor, 2016, 421 pp.