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Quarta-feira, Março 27, 2024

A adicção no Cinema

Ana Pinto-Coelho
Ana Pinto-Coelho
Aconselhamento em dependências químicas e comportamentais, Investigadora Adiction Counselling

Estas histórias – as verídicas e reais, mais as que estão presentes num enredo cinematográfico, são motivo de paixões e cativam milhões de espectadores em todo o mundo.

Vou recordar apenas três casos dos milhares que podia citar. Cito por respeito e porque bem poderiam servir de exemplo a todos que se debatem com o álcool ou outras drogas nas suas vidas e não pedem ajuda.

Sabemos, contudo, que as “malhas” da adicção são torcidas e impenetráveis, como escudos. Portanto os exemplos de pouco servem ao adicto, pelo contrário, só acrescentam ansiedade que os vai fazer consumir mais em cima disso.

Contudo, é aos codependentes que estes exemplos podem servir: aos que co-habitam com o alcoólico, com o toxidependente, com o bulímico, o jogador compulsivo, ou seja qual for a adicção. Aos familiares. Aos amigos. São eles quem pode fazer a diferença e pedir ajuda, com coragem e muita determinação. O adicto muito raramente o consegue (arriscaría escrever “nunca”, mas há sempre alguma situação que prova que o “nunca” não existe).

Phillip Seymour Hoffman
1- “RIP, Philip Seymour Hoffman“. Maddy Demberg (pseudónimo) escreveu em Março de 2014: “Porque é que estou a segurar as lágrimas com tanta força, quando um actor que nunca conheci pessoalmente morre com uma overdose?”

O próprio Philip, que conhecia bem programas de recuperação de álcool e drogas sabia o mesmo que todos os adictos em recuperação sabem: “Eu já não tenho desejo de beber álcool ou usar de drogas. Pura e simplesmente desapareceu. E ainda assim sei que se eu tomar uma bebida ou usar uma droga que seja, estou de volta lá, tudo recomeça. O que não sei é se teria a sorte de encontrar o meu caminho de volta, novamente.” (Ler o artigo completo).

rRobin Williams
2 – John Lavitt escrevia em Dezembro de 2014, “O nosso génio comediante Robin Williams morreu, aparentemente por suicídio, depois de duas décadas sóbrio, e na sequência de recaídas e tratamento ao longo dos últimos oito anos. De que é que ele tinha medo? De tudo. É apenas um Tudo. Um “arggghhh-geral”. É medo e ansiedade.”

Williams dá uma explicação que pode caber em qualquer manual para adictos, quando diz numa entrevista que o tropeçar novamente no álcool era feito de forma”muito gradual ” e que a dependência é uma doença multi-nivelada, na “mente-corpo-e-espírito”, que não conhece o estatuto de limitações.

Williams explicou a progressão mortal depois de uma recaída, quando disse que esta doença “espera”. “Ela fica à espera do momento em que dizes “Estou bem”. Esse momento é aquele em que ela volta, repentinamente. Porque nunca se “está bem”. A atenção a ter é para sempre.

Julgamos que o álcool vai ajudar , porque estamos com muita pressão, trabalho ou ansiedade. No fim da linha vamos perceber, da pior forma, que essa foi a pior das ideias que podíamos ter tido. É devastador”. (Ler o artigo completo).

Tom Sizemore
3 – Conhecido como um “durão clássico” do cinema de Hollywood, e um adicto às drogas, Tom Sizemore experimentou uma batalha dura contra os seus vícios, o que o fez ser o centro das atenções durante muitos anos.

Tom disse: “Sei o que é estar-se na corda bamba, mas também porque tenho oito anos de recuperação de heroína e cocaína. Conheço bem as profundezas da hipocrisia e da mentira, todas as racionalizações que passamos, para justificar a loucura do vício.”

“ Eu queria parar. Eu queria tanto conseguir parar, mas simplesmente não conseguia”  (Ler o artigo completo).

Quanto às obras cinematográficas onde o assunto é abordado, deixo aqui o link com 30 sugestões. São peças memoráveis, onde a sensibilidade geralmente anda de braço dado com aquilo em que as pessoas se transformam quando estão a usar progressivamente, ao longo dos anos, até ao final inevitável.

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Leia The 30 Best Movies About Addiction. Alguns já conhecerá, certamente, mas vale a pena olhar para eles agora numa outra perspectiva. Quem sabe alguém que lhe é próximo esteja a precisar seriamente de ajuda e ainda não se deu conta…

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