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João de Sousa

Quinta-feira, Abril 25, 2024

Corrupção política

Joaquim Jorge, no Porto
Joaquim Jorge, no Porto
Biólogo, Fundador do Clube dos Pensadores

Os casos, artimanhas, negociatas, arranjos, cabalas, compadrio e maquinação não têm fim neste país político, que é uma vergonha e um insulto para quem vive com o seu salário e procura chegar ao fim do mês sem dever nada a ninguém.

Tomei conhecimento de que a Assembleia da República tem 19 deputados arguidos. Estes casos devem-se a actividade autárquica, antes da chegada ao Parlamento e às viagens ao Euro 2016. Há deputados que foram ouvidos em mais do que um caso.

Como isto não bastasse, avenças fictícias alimentavam um “saco azul” de autarcas do PSD – a operação Tutti Frutti.  Por fim, algo que não é ilegal, mas é deplorável, os serviços parlamentares não têm de verificar a morada dos deputados. Um deputado pode declarar uma morada que não é a dele, habitualmente para receber subsídio de deslocação.

Não há descanso para os portugueses, praticamente não há mês nenhum que não hajam tramoias com enredo e intriga para fazer uma série televisiva: “Portugal a saque.”

Penso muitas vezes que estes casos nunca vão ter fim. Seria importante o Presidente da República tomasse este assunto a sério e exigisse a tomada de medidas que pusessem cobro a todo este forrobodó.

Quem milita num partido que cometa actos deste tipo deveria ser suspenso e, mais tarde, expulso se condenado. Quando condenado, deveria ficar arredado da vida política, por um período de tempo alargado.

Infelizmente, isto é o que se sabe pela imprensa, mas há tanta coisa que não sabemos, mas desconfiamos que acontece, com a maior das facilidades e impunidade.

A nossa democracia está doente e o diagnóstico para a sua cura está feito. A medicação é erradicar este tipo de pessoas da vida pública.

Autarcas a fazer despesas com cartão de crédito da autarquia, cobrar ajudas de custo indevidamente, a favorecer filha e genro de outro autarca na sua câmara. Autarcas acusados de corrupção passiva, participação económica em negócio, abuso de poder e favorecimento. Como é possível mais tarde chegarem a deputados!?

Igualmente, ex-autarcas acusados de gastar dinheiro da junta em benefício próprio: combustível, jantares e compras no supermercado.

O caso das viagens em que receberam bilhetes e refeições consubstancia crime de recebimento indevido de vantagem. Já eram deputados e continuam deputados!

No Tutti Frutti foi crida uma teia de influência nas autarquias em que eram simuladas um conjunto de avenças nas juntas de freguesia e câmaras que controlavam com o objectivo de canalizar esse dinheiro para um saco azul.

Esta falta de transparência deste tipo de negócios e o favorecimento através de ajustes directos e concursos públicos são inqualificáveis.

Parece que o Estado é destes senhores. O Estado é dos portugueses e estes exigem que haja controlo e uma aplicação do dinheiro público correcta e escrutinada.

Como é possível todos estes deputados continuarem em funções e não haver consequências?

Portugal tornou-se uma “República de tramas”, em que nada acontece. Fantástico!

Portugal é um bom país para políticos corruptos. O lema é estar muito caladinho que o assunto cai no esquecimento.

Gosto de ser português, mas não deste Portugal!

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