No capítulo da Acção Cultural, Promoção e Difusão da Língua Portuguesa foi destacada a importância de desenvolver projectos conjuntos com o objectivo de difundir e fortalecer a Língua Portuguesa, incentivando a realização de iniciativas comuns e o contacto entre as redes de institutos, de centros culturais e de leitorados dos Estados-Membros, no entendimento de que a realização de acções conjuntas contribui para marcar o carácter internacional da Língua Portuguesa e a pluralidade cultural que lhe é intrínseca.
Recorde-se que Angola e Moçambique (e Guiné-Equatorial) não ratificaram, ainda, o AO90, nem o 1.º, nem o 2.º Protocolos Modificativos.
Oliveira Encoge, director do gabinete angolano das Relações Exteriores para a CPLP e PALOP afirmou, em Luanda, antes da realização da Conferência, a propósito do acordo ortográfico, que “o necessário é que alguns países, tal como Angola, se revejam no acordo. É o que está a acontecer de forma tranquila e harmoniosa, referiu, afirmando não existirem Estados-membros contra o acordo. «A língua é de todos e, por isso, entendemos que temos de ter voz.»”
Por seu lado, Georges Chikoty, ministro das Relações Exteriores de Angola, que participou no encontro que antecedeu a Cimeira dos Chefes de Estado, falou também sobre o acordo ortográfico dizendo que “é opção de Angola e Moçambique continuarem a trabalhar nesta questão, na medida em que acham que existem aspectos que devem ser tidos em conta, como a dimensão histórica e cultural”.
As pressões sobre Angola e Moçambique para ratificarem o “acordo ortográfico”, continuam, acompanhadas das habituais mentiras sobe a “ortografia única”. O subsecretário para África e Médio Oriente do Ministério brasileiro das Relações Exteriores, Fernando Abreu, deu ênfase à necessidade de ratificação do acordo ortográfico em Angola e Moçambique.
“Isso facilitará a divulgação da língua portuguesa e determinadas tarefas, como a divulgação de livros, será facilitada porque teremos uma ortografia única. Evidentemente, respeitando as expressões regionais, de cada país, a um vocabulário ortográfico convencional”, explica Abreu.
Nesta conferência, o Brasil assumiu a presidência da CPLP para o próximo biénio, sucedendo a Timor-Leste, no ano em que a organização comemora 20 anos de existência. Maria do Carmo Silveira, ex-primeira-ministra de São Tomé e Príncipe é a nova secretária executiva da CPLP.
Além da valorização da língua portuguesa, a CPLP desenvolve projectos de cooperação entre os países-membros em várias áreas, como Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Defesa, Agricultura, Administração Pública, Comunicações, Justiça, Segurança Pública, Cultura e Desporto.