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Quarta-feira, Março 27, 2024

Jorge Fagundes

Helena Pato
Helena Pato
Antifascistas da Resistência

(1936 – 2010)

Destacado advogado, muito respeitado, foi um activo militante da Resistência contra a ditadura. Era um homem de princípios – que sempre o orientaram, desde muito jovem, e que o levaram a agir, desde logo, na crise académica de 1962. Um cidadão de grande verticalidade e coragem, e conhecido como uma pessoa amável e bem disposta.

Exerceu advocacia em Lisboa, mas foi como advogado de presos políticos que se tornou conhecido nos meios democráticos. Foi sempre um advogado de causas. Até 1974 pertenceu ao MDP/CDE, e teve uma participação muito activa nas eleições legislativas de Outubro de 1969 e em 1973. Depois do 25 de Abril ingressou no Partido Revolucionário do Proletariado (PRP/BR) e, em 1999, foi fundador do Bloco de Esquerda (BE).

Biografia

Jorge Humberto Fagundes nasceu em 3 de Outubro de 1936, em Lisboa. Licenciou-se em Dezembro de 1958, pela Universidade de Lisboa, e inscreveu-se na Ordem como advogado em Agosto de 1960.

Antes do 25 de Abril, foi advogado de presos políticos no Tribunal Plenário fascista, tendo então defendido Saldanha Sanches, Isabel do Carmo e Carlos Antunes e, entre vários outros democratas de quem mais tarde foi advogado, encontra-se José Manuel Tengarrinha.

Foi professor da Faculdade de Direito e do Instituto de Serviço Social, a seguir ao 25 de Abril. Entre Abril de 74 e 1976, presidiu à Federação Portuguesa de Futebol num período marcado por algumas alterações em matéria de legislação laboral dos jogadores profissionais.

Ainda no desporto, foi presidente da Federação Portuguesa de Andebol. Sportinguista de coração, fez parte do gabinete jurídico do Sporting na década de 80, foi membro do Conselho Leonino em várias gerências e colaborou em diversas comissões de trabalho do clube de Alvalade.

Foi director das “Edições 18 de Janeiro” e do jornal “Página Um”.

Foi vogal do Conselho Superior da Ordem dos Advogados nos triénio 1993/95 e 1996/1998.

Em 2009, foi candidato do BE na lista para a Câmara Municipal de Lisboa.

Era neto da primeira mulher que votou em Portugal, Carolina Beatriz Ângelo, uma das mais ilustres mulheres republicanas. E filho de Maria Emília Ângelo Barreto, professora de filosofia do Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, descrita por Teresa Pizarro Beleza, sua aluna, “como sendo de uma inteligência e cultura invulgares”[1].

O Jorge Fagundes era um “bom gigante”, uma figura amável e bem disposta, que conheci através do Nuno Brederode de Santos, com quem sempre o ouvi cruzar velhas e divertidas histórias de Campo de Ourique»

[1] «Para além de ser neto de Carolina Beatriz Ângelo era filho de Maria Emília Ângelo Barreto, professora de filosofia do Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, descrita por Teresa Pizarro Beleza “como sendo de uma inteligência e cultura invulgares”, “que nos falava de coisas muito pouco usuais nessa altura (estou a referir-me aos anos 1966/1967/1968), “que nos pedia que escrevêssemos textos sobre coisas «óbvias» e simultaneamente misteriosas, como a Dor e o Prazer”.  E acrescenta, num texto escrito para o Catálogo da Exposição do Museu da Guarda dedicada a Carolina Beatriz Ângelo (“Carolina e o Voto”, 2010): “Um dia, muitos anos depois de ser sua aluna, soube que era Filha de Carolina Beatriz Ângelo. A tradição discriminatória de identificação pelo nome do Pai ocultara-me porventura uma associação mais temporã”»

Carolina Beatriz Ângelo

Dados biográficos:

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