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João de Sousa

Quarta-feira, Setembro 18, 2024

Matosinhos: justeza

Joaquim Jorge, no Porto
Joaquim Jorge, no Porto
Biólogo, Fundador do Clube dos Pensadores

Referendo local sobre o destino a dar aos terrenos na Petrogal

Em Matosinhos há um clima de medo e receio de hostilizar o poder vigente. Apercebo-me que as pessoas receiam exercer, a sua liberdade de reunião e a sua liberdade de expressão.

A explicação que encontro é a seguinte: o PS está no poder há 44 anos e a interligação das forças vivas da sociedade com a câmara passa por ansiar estar nas suas boas graças, que dá acesso a subsídios e mordomias.

A política em Matosinhos está coarctada pelo seu orçamento. É falaz e soez pensar-se que a câmara dá alguma coisa a quem quer que seja. A câmara limita-se a gerir os impostos, mas quanto a mim de uma forma deficiente e beneficia quem pensa como ela.

Parte da oposição limita-se a bajular o poder, para ver se tem direito a algum acervo e a procurar denegrir quem se perfila como uma alternativa e uma referência.

Em Matosinhos parece que é proibido pensar e divergir.

Em Matosinhos parece que um cidadão não se pode candidatar a um cargo se não vier da área socialista!

Pelo que  sei podem candidatar-se à CM Matosinhos, desde que inscritos no recenseamento: os cidadãos portugueses e os cidadãos brasileiros com estatuto de igualdade de direitos políticos; os cidadãos de Estados Membros da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia); os cidadãos do Brasil e Cabo Verde (declaração n.º 30/2017, de 3 de Maio).

Porque é que eu, Joaquim Jorge, cidadão português, nascido e criado na freguesia de São Mamede de Infesta não me posso candidatar à CM Matosinhos? Qual o interesse de utilizar argumentos estapafúrdios e persecutórios contra mim e a minha candidatura à CM Matosinhos – Matosinhos Independente?

Só encontro um, para além, da inveja e ciumeira doentia; receio que possa ter êxito e ser sufragado pelo voto numa onda de mudança.

A liberdade não está suspensa, vivemos em confinamento, mas a democracia não está confinada. A democracia não é um feudo de um partido e dos seus correligionários, a democracia é algo que permite a alternância de poder e dá a garantia de se poder apresentar a eleições respeitando a lei.

Que eu saiba a lei autárquica permite candidaturas independentes!  Como líder deste projecto, para quem não saiba, tenho uma profissão desde os 21 anos, sou licenciado em Biologia e fundei o Clube dos Pensadores, que foi um sucesso nacional e, nunca tive problemas com a justiça e com o fisco.

Gosto de intervir e contribuir para a melhoria do funcionamento do Estado para bem das pessoas.

Disponibilizei-me para ajudar a melhorar e a mudar Matosinhos, saindo da minha zona de conforto e pretendo fazer ver que há outro caminho e outro olhar sobre Matosinhos.

Se der deu, se não der volto para casa com a consciência tranquila. Se não tentar não sei se sou capaz. Todavia, apercebo-me que tenho muita gente que me segue.

Sem liberdade, nenhum projecto político tem sentido. É, nos momentos mais difíceis, como este, em plena pandemia com dificuldades acrescidas, que a liberdade de pensar, liberdade de ser candidato, liberdade de criticar são mais precisas.

Há políticos em Matosinhos que não o são. Eles não servem, não ajudam, não organizam e não administram. Deixem a população em próximas eleições consertá-los.

Quero justeza, para quem se sente excluído em Matosinhos pelo mundo de favores e privilégios, assente no poder dos “mesmos de sempre”, assente no dinheiro, assente numa hierarquia em que uma minoria são “filhos” e uma enorme maioria são “enteados”.

Eu não tenho medo de pensar, de ser livre e de ser candidato.

Vejamos uma proposta concreta sobre o futuro da refinaria da Petrogal. Uns dizem que vai ser um local para depositar Lítio, outros uma enorme urbanização em frente ao mar. Eu sugeria uma zona essencialmente verde, com um enorme Parque junto ao mar para os matosinhenses e quem nos visita usufruírem.

O Referendo local não tem tradição em Portugal devido à rigidez do sistema. O Referendo local poderá aproximar os cidadãos de Matosinhos ao poder e à própria democracia.

Os cidadãos de Matosinhos devem ser chamados a decidir sobre temas que lhes dizem directamente respeito.


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