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Terça-feira, Abril 23, 2024

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Beatriz Lamas Oliveira
Beatriz Lamas Oliveira
Médica Especialista em Saúde Publica e Medicina Tropical. Editora na "Escrivaninha". Autora e ilustradora.

O I-Ching, traduzido do chinês para o alemão e editado pelo sinologo Richard Wilhelm, prefaciado por Carl Gustav Jung em Zurique em 1959, consultado por mim, hoje mesmo, avisa-me de que chegou a hora de me imobilizar.

Embora a janela do meu quarto me traga o silêncio quieto do sol e eu esteja já imóvel.

Devo imobilizar-me talvez sem estar imóvel. Talvez signifique que devo deixar de pensar no motivo pelo qual consultei o oráculo?

Os dados estão lançados e a minha capacidade heurística retirou os resultados possíveis, dentro de uma enorme velocidade/variedade de fatores.

O outono irá começar e lá dentro da terra as sementes humedecidas poderão germinar. Talvez na primavera as novas folhas se elevem, elegantes, quando a terra se voltar a aproximar do sol que aquece e ilumina. O planeta azul brilha agora no espaço, acompanhado de novos alinhamentos planetários.

Um sonho simbólico chegou-me esta manhã, um sonho de paz. E dizia-me o seguinte:

 – Se o grande homem tivesse a coragem de imolar o filho, por depositar uma confiança abissal no Absoluto, provavelmente o Absoluto impediria esse ato de morte, prescindindo de redimir os homens através desse sacrifício excessivo, mas pelo contrário, impedindo a morte física do supliciado, exposto como um vulgar ladrão.

A simbologia é muito forte porque é muito antiga.

Também na lenda daquela criança que a justiça propunha dividir em dois pedaços, para contentar ambas as mulheres, o que a mãe recusou, sobreviveu. A mãe confiou no Amor e não na justiça.

A justiça pode ser um ato de carácter duvidoso. Cruel.

Quem a deve praticar? Os humanos? Os humanos que estudaram as normas pelas quais as linhas da justiça se cosem?

Justiça por mãos humanas em sociedades que vivem sem conflitos armados há muitas gerações talvez seja isenta de raiva, de preconceito e de desejo de vingança. Mas justiça em zonas do planeta em que a recordação dos mortos exalta e agride a memória, acaba no extermínio e na loucura.

A imobilização? Do meu corpo ou do meu foco da atenção?

A pergunta que na minha mente coloquei ao oráculo foi a seguinte:

– Posso ir visitar a Palestina?

A interpretação da resposta, Imobilidade é: não devo ir, e além de não ir, é melhor não acompanhar as notícias sobre o xadrez de interesses políticos que estão no primeiro plano das mesmas.

As notícias vêm com um árido vento saudita, que as deixa cheias de areia que emperra a engrenagem da paz. Também da margem ocidental do mar Vermelho sopram ainda farrapos das roupas dos hebreus que  seguiram Moisés.

E há o prenuncio, nas entrelinhas das notícias, de um terrível plano para levar os palestinianos para a desértica base do Monte Sinai, que lhes seria entregue como a Terra Prometida.

Na planície de Arraá poderiam enfim extinguir-se.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


 

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