Um poema sobre o vizinho fascista
O cara do 17
Escuto daqui
O fascista varrendo a calçadaMas não só
Olhos de soslaio
Pronto pra pegar incauto algum desses vizinhos vermelhosA cada golpe da vassoura na calçada
(Que é de todos mas ele pensa que é dele)
O toco da árvore que lá não mais está
(Ele mandou cortar e quando as mudas cresceram, ele mandou serrar e cimentar. Nem preciso dizer de que cor ele mandou pintar…)O toco da árvore que lá não mais está
Testemunha
Que ele varre e varre
Mas não limpa nadaPor onde ele pisa
Tem rastro
De sangue
#quarentimes
:::corona diaries::
por Daniela Magro, Publicitária, dramaturga e poeta | Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado