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João de Sousa

Terça-feira, Setembro 17, 2024

Opinião avulsa sobre lideranças

A capacidade de liderança é uma característica que se adquire e não algo que seja genético, compre, ganhe ou conquiste.A capacidade de liderança resulta sempre dos condicionalismos da experiência de vida em que por circunstância diversa se exerce, importando para esse exercício que os pares a aceitem e sempre que possível, a escolham. Seja em contexto de complexidade da exigência reivindicativa ou na orgânica simplificada da interação. Mas também e, sobre maneira, na condução governativa. Política; social; económica; religiosa; educativa; outras.

A liderança adquire forma de perfil por demarcação dos restantes que a aceitam. Há, nos diversos perfis abordados pela sociologia, uma característica incontornável que marca de forma indelével o carisma que se exige a um líder. Capacidade e competência de chefia. Chefia que tem na génese da sua formatação os traços da envolvência social desde a relação interpessoal à disputa com maior ou menor eficácia porque depende sempre da aceitação do coletivo em que se insere.

Há duas fórmulas de estereótipos reconhecidos como perfis liderantes: a liderança de envolvência; a liderança de imposição. Na primeira há a preocupação de que os pares participem ativamente em todos os processos cabendo ao líder a coordenação e orientação geral. Na segunda os pares não são tidos em conta e por isso não tem qualquer participação limitando-se a aceitar as imposições do líder a quem prestam vassalagem. Resulta destas duas forma de liderar, processos temporais mais ou menos longos e mais ou menos eficazes consoante os objetivos que visam. Assim como, mais ou menos aceites pelos pares consoante a participação permitida.

A História mostra que os processos ditatoriais de liderança (liderança de imposição), tem produzido sociedades amorfas, vergadas, e sem qualquer espécie de dinâmica criativa. No que toca às lideranças democráticas (liderança de envolvência), a História mostra níveis de desenvolvimento social, individual e coletivo. No primeiro caso a duração temporal da liderança é condicionada pelos interesses associados. No segundo caso a duração temporal da liderança é definida pela legislação em vigor. Sendo que; no primeiro caso há sempre um processo de rotura social. Enquanto que no segundo caso há sempre a continuidade ou mudança da liderança por vontade expressa dos pares.

Reportar este procedimento ao organograma de uma organização política é de uma simplicidade basilar: basta ter a inteligência suficiente para aquilatar da melhor terapia a aplicar no momento tendo em atenção a oportunidade da circunstância. No caso, a circunstância impõe acutilância na metodologia e argúcia no estudo das diferenças de opinião e dos condicionalismos existentes. Não ter em conta estas duas “traves mestras” do edifício social e sociológico em que assenta a organização é adiar a solução dando mostra da inexistência de capacidade liderante.

Importa por isso balizar o caminho e definir o que se pretende em sintonia com todos os interessados usando pedagogia elementar adequada e uma liderança de envolvência. Um partido político é uma associação de cidadãos interessados e que por isso exigem participar nas atividades do movimento cívico assim como em todas as suas iniciativas. A escolha de um líder e dos elementos que constituirão os Órgãos da organização não esgotam a participação coletiva. Antes pelo contrário. As escolhas feitas inserem-se em um processo comum de que auguram melhoria na organização expectando poderem ter voz ativa nos domínios a que se proporão e para os quais se empenharão em concretizar.

Condicionalismo que dita a maior ou menor participação a que não é estranha a mobilização da sociedade em torno dos seus interesse específicos. Este será sempre o “segredo” de uma boa liderança: Ser capaz de gerir sensibilidades ouvindo com atenção os anseios e as sugestões de todos os envolvidos em plataformas multidisciplinares agregadoras da pluralidade de opinião e de conjunturas distintas em todos os domínios da vida: individual; familiar; coletiva e social.

Porque a liderança política nunca se esgota no cago. A liderança política inicia-se no ato de posse para o cargo.

Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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